Discurso durante a 59ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comentários sobre o discurso do Senador Hélio Costa de defesa do governo Luis Inácio Lula da Silva. (Como Líder)

Autor
Efraim Morais (PFL - Partido da Frente Liberal/PB)
Nome completo: Efraim de Araújo Morais
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • Comentários sobre o discurso do Senador Hélio Costa de defesa do governo Luis Inácio Lula da Silva. (Como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 21/05/2003 - Página 12073
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • COMENTARIO, AUSENCIA, PRIORIDADE, GOVERNO FEDERAL, PROMOÇÃO, DESENVOLVIMENTO SOCIAL, FAVORECIMENTO, FUNDO MONETARIO INTERNACIONAL (FMI), BANQUEIRO, AUMENTO, JUROS, PREJUIZO, POPULAÇÃO, CRITICA, VALOR, REAJUSTE, SALARIO, FUNCIONARIO PUBLICO, CRESCIMENTO, DESEMPREGO, FALTA, INVESTIMENTO, INFRAESTRUTURA.
  • REGISTRO, COMPROMISSO, OPOSIÇÃO, ACOMPANHAMENTO, CONDUTA, POLITICA, GOVERNO FEDERAL.

O SR. EFRAIM MORAIS (PFL - PB. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, meu caro Senador Hélio Costa, V. Exª me obriga a voltar à tribuna para dizer que não temos obrigação de esperar até o último dia do Governo para ver se o Governo de Lula acerta. Deixamos passar cinco meses, e a própria imprensa brasileira mostra que o Governo está mais preocupado em satisfazer ao FMI e aos banqueiros do que à população brasileira.

            V. Exª diz que os investimentos estão chegando. V. Exª entende de política externa. Eu não entendo tanto, mas procuro raciocinar nestes termos: esses investimentos são de curto prazo, a famosa morte súbita, porque os juros estão altos. É bom investir em juros altos; eles são de curto prazo. Eles não vêm aqui para investimento não, mas para buscar os juros. V. Exª sabe disso e não vai me contestar em relação a essa afirmação.

            Aumento do trabalhador. V. Exª deve ter lido na imprensa brasileira que não vão pagar neste mês o aumento ao funcionalismo. Que aumento, Senador! Um por cento! Um por cento foi o aumento que o Governo Lula concedeu ao servidor público. E não vai pagar neste mês, Sr. Presidente, porque não consegue aprovar a medida provisória. Não consegue ou não quer aprová-la? Se tem maioria de sobra, se, no passado, aqueles que hoje estão no Governo diziam que não fazíamos as reformas apesar de termos maioria, por que o Governo não aprova imediatamente o grande aumento 1% que concedeu ao funcionalismo público?

Então, meu caro Senador, o que queremos colocar, e bem claramente, é que a oposição está paciente e tem conversado com o Governo. Agora, o que não vamos admitir é que se tenha o maior superávit primário da história deste País, o risco país caindo, o dólar caindo - tem hora que o Presidente não quer, tem que mandar subir de novo -, e o desemprego aumentando. Não podemos ficar calados quando vemos tudo isso acontecendo. O País tem uma taxa de desemprego bem maior do que quando Lula assumiu.

V. Exª tem que também reconhecer que o próprio Governo não está preocupado com investimentos em infra-estrutura, como acabei de mostrar. Não é possível que, em cinco meses, sejam investidos 0,75% do Orçamento. Onde é que está o dinheiro?

As estradas estão se acabando, o povo quer trabalhar, os cheques sem fundo estão aumentando, a terceirização está sendo paga, as empresas estão sendo apenadas. É preciso que o Governo tire o Brasil da estagnação, é preciso que o coloque para andar. Estamos torcendo, Srªs e Srs. Senadores, para que isso aconteça, mas não podemos ficar aqui, até o final do Governo, esperando. Não, não vamos ficar parados diante desta situação. E tem que haver também, da mesma forma, a responsabilidade, o Governo tem que cuidar do Brasil. A oposição não vai se calar, vai fazer o seu papel construtivo.

E aqui venho para cobrar, com coerência, porque não votei, mesmo estando no governo, taxação de aposentado nem fui para lá dizer que não votava; mesmo no governo, não votei a reforma da CLT. Aqui vou poder cobrar coerência com o discurso que foi feito para ganhar as eleições, porque votei com coerência na Câmara dos Deputados como homem do governo. Aqui estou hoje, como homem de oposição, para cobrar coerência dos senhores membros da base de apoio do Governo.

E V. Exª, que cobra há oito anos, V. Exª que é do PMDB, que esteve no governo por oito anos, com vários ministros, com várias pessoas representativas no governo que passou, não pode esquecer dos compromissos que assumiu. Se mudou de partido, não é problema nosso, mas V. Exª foi eleito pelo PMDB, com apoio do PMDB, o partido que passou oito anos no Governo de Fernando Henrique Cardoso.

Era isso o que eu queria dizer, Sr. Presidente. Agradeço o tempo que me foi destinado, cumprindo à risca os cinco minutos dedicados à Liderança.

 


Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/05/2003 - Página 12073