Discurso durante a 59ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Defesa do Governo Luiz Inácio Lula da Silva. (Como Líder)

Autor
Ideli Salvatti (PT - Partido dos Trabalhadores/SC)
Nome completo: Ideli Salvatti
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • Defesa do Governo Luiz Inácio Lula da Silva. (Como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 21/05/2003 - Página 12074
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • DEFESA, LUIZ INACIO LULA DA SILVA, PRESIDENTE DA REPUBLICA, CRITICA, OPOSIÇÃO, COMENTARIO, NECESSIDADE, TEMPO, RESPONSABILIDADE, PROMOÇÃO, TRANSFORMAÇÃO, GARANTIA, BENEFICIO, PAIS.
  • ESCLARECIMENTOS, ORIGEM, PROPOSTA, VALOR, REAJUSTE, SALARIO, FUNCIONARIO PUBLICO, ORÇAMENTO, GOVERNO, FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, DEFESA, RECONHECIMENTO, POLITICO, OPOSIÇÃO, PARTICIPAÇÃO, POLITICA NACIONAL, ANTERIORIDADE.

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC. Como Líder. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, estou aqui ouvindo, já me pronunciei, fiz um aparte, mas é conveniente colocar algumas questões.

Há uma cobrança muito insistente por ainda não ter sido operacionalizada uma série de questões importantes para o nosso País e para o nosso povo nesses primeiros cinco meses de Governo. Uma boa parte das pessoas que está cobrando de forma tão categórica está em situação bastante delicada, no meu ponto de vista. Como já disse antes, essas pessoas não ficaram no poder apenas oito anos, mas décadas. Alguns representantes de pensamentos políticos, ideológicos, estão há centenas de anos no poder. E o resultado das urnas foi muito claro: apoiou a realização de mudanças profundas neste nosso País.

O Presidente Lula foi muito franco com a Nação. Quando apresentou a Carta ao Povo Brasileiro, Sua Excelência mostrou o parâmetro do seu Governo: era um Governo que não faria ruptura, que faria transição; um Governo que cumpriria e honraria os contratos; que iria buscar alianças amplas, não só em Partidos, como em setores da sociedade.

Por isso, o PMDB, que hoje integra a Base do Governo, que se está manifestando e sendo cobrado neste plenário, faz parte daquilo que o Presidente Lula anunciou antes da eleição, e que, já no primeiro e no segundo turnos, se concretizou, com apoios, e vem se ampliando no Congresso.

Então, quero deixar registrado, devido a essa insistência, a essa veemência na cobrança, após cinco meses de Governo, que deveríamos estar cobrando muito mais veementemente os oito, os doze, os vinte, os trinta, os cem anos anteriores. Se a quantidade de tempo durante a qual esperamos as mudanças é o parâmetro, a veemência deveria ser proporcional.

No entanto, quero ficar muito calma, porque, do jeito que o País se encontra, precisaremos realmente de muita calma. Se não realizarmos as mudanças com a tranqüilidade, a responsabilidade e o controle necessários, não chegaremos a lugar algum. Falo isso apenas para registrar algumas coisas veementemente ditas aqui.

Quanto à questão da CLT, este Plenário aprovou o requerimento para que fosse retirado e arquivado o projeto de flexibilização dessa lei. A reformulação, a modernização dessa lei não será feita da forma como foi encaminhada no Governo anterior, mas por meio do debate amplo, envolvendo todas as centrais sindicais, todos os setores empresariais deste País.

No que se refere ao tão famoso reajuste de 1%, é bom lembrar que é realmente muito pouco. Mas não foi só 1%. Houve um abono, o que permitiu que segmentos do funcionalismo público que estavam há oito anos sem reajuste chegassem a receber até 13%. É bom não esquecer que essa foi a fórmula encontrada para administrar o reajuste possível de ser concedido com um Orçamento que foi projetado e votado no ano passado.

O Orçamento que temos não foi proposto pelo atual Governo, mas pelo Governo anterior. Portanto, o reajuste de 1%, mais abono, que representou de 1% a 13%, dependendo da faixa salarial, foi a maneira possível de administrar a verdadeira miséria que foi colocada no Orçamento para o reajuste do funcionalismo público.

É sempre bom relembrarmos essas coisas, para que não paire dúvida a respeito das veementes cobranças que vêm sendo feitas da tribuna por aqueles que, como já disse, antes de cobrar qualquer coisa, precisariam iniciar uma profunda autocrítica.

Muito obrigada.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/05/2003 - Página 12074