Discurso durante a 71ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Leitura de artigo publicado no jornal Correio Braziliense de hoje, de autoria do presidente do PDT, Sr. Leonel Brizola, intitulado "Previdência, mais que um erro, uma imoralidade cruel".

Autor
Almeida Lima (PDT - Partido Democrático Trabalhista/SE)
Nome completo: José Almeida Lima
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
PREVIDENCIA SOCIAL.:
  • Leitura de artigo publicado no jornal Correio Braziliense de hoje, de autoria do presidente do PDT, Sr. Leonel Brizola, intitulado "Previdência, mais que um erro, uma imoralidade cruel".
Publicação
Publicação no DSF de 06/06/2003 - Página 14431
Assunto
Outros > PREVIDENCIA SOCIAL.
Indexação
  • LEITURA, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, CORREIO BRAZILIENSE, DISTRITO FEDERAL (DF), AUTORIA, LEONEL BRIZOLA, PRESIDENTE, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DEMOCRATICO TRABALHISTA (PDT), OPOSIÇÃO, PROPOSTA, GOVERNO FEDERAL, COBRANÇA, CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIARIA, APOSENTADO.
  • SOLIDARIEDADE, PAULO PAIM, SENADOR, DESRESPEITO, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA PREVIDENCIA SOCIAL (MPS).

O SR. ALMEIDA LIMA (PDT - SE. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, tenho a satisfação de retornar à tribuna desta Casa hoje para fazer a leitura de um artigo publicado no jornal que aqui trago, o Correio Braziliense, desta quinta-feira, dia 5 de junho, assinado pelo Presidente Nacional do meu Partido, o Partido Democrático Trabalhista, PDT, Leonel de Moura Brizola, com o qual concordo na íntegra.

Faço questão de assim dizer, para esclarecer que não cumpro aqui nenhuma orientação partidária, o que seria de bom grado, mas faço de moto-próprio, por um sentimento pessoal.

Relata o artigo:

Previdência: mais que um erro, uma imoralidade cruel

O Diretório Nacional do PDT, por unanimidade, fechou questão contra a taxação dos inativos e os demais atentados aos diretos dos trabalhadores contidos no simulacro de reforma da Previdência proposta pelo Governo Lula. Para o trabalhismo, é inadmissível compactuar com a traição ao compromisso público que, nos últimos anos, nós, da Oposição, assumimos, a começar pelo PT e pelo atual Presidente.

O povo brasileiro, ao eleger Lula, disse um inequívoco não a um governo que chamava os aposentados de vagabundos e apresentava os servidores públicos como vilões. Se o novo Governo pretendia fazer o que propõe agora, deveria ter tido a coragem de dizê-lo claramente e não, depois de recebidos os votos, deixar a todos perplexos e chocados com estas iniciativas esdrúxulas.

Nossa divergência parte daí, das atitudes moralmente indefensáveis que os atuais governantes vêm assumindo. Mas tudo, infelizmente, é ainda pior. Temos um Governo que, frente ao mar de fraudes, de sonegações, de apropriações indébitas do dinheiro da Previdência, resolve tirar dos aposentados, enquanto dá anistia de multas e prazos de 15 anos para as empresas que retiveram para si o desconto previdenciário dos trabalhadores.

Estamos frente a uma mistificação. Excessos e privilégios não podem ser usados com desculpa para mais arrocho. O limite aos marajás está na Constituição desde 1988 e nunca o aplicaram. Isto sim é agir covardemente contra a classe média trabalhadora, e ainda transferir bilhões para os planos previdenciários privados do sistema financeiro.

Ainda esperamos que o Presidente Lula abra os olhos e veja aonde o estão levando. Com o poder econômico, com os bancos, com o FMI, respeito total aos contratos. Aos aposentados e servidores, que lhe deram o voto e a confiança, desrespeito e violência. O Ministro da Previdência chega ao absurdo de recusar-se a receber o Vice-Presidente do Senado, o petista Paulo Paim, só porque este é coerente e rejeita a taxação dos inativos.

Coragem, Senhor Presidente, é enfrentar os fortes, os poderosos que nos exploram com juros escorchantes. Não é castigar os pequenos. Mesmo com todo o poder do governismo, vamos resistir. Agora, se essa imoralidade, se essa traição vencer, estejam certos, os grandes derrotados serão o Presidente Lula e o PT, cuja credibilidade ficará manchada com a sombra da traição aos trabalhadores.

     Assina Leonel Brizola, Presidente Nacional do PDT.

Esta é a opinião do Diretório Nacional do meu Partido e a minha opinião pessoal, que está na mesma trilha do meu Partido.

Aproveito a oportunidade para, neste instante, em meu nome pessoal e de meu Partido, prestar a solidariedade, que entendo merecida e oportuna, ao Vice-Presidente desta Casa, Senador Paulo Paim, pelo tratamento indevido recebido do Ministro da Previdência Social.

Portanto, Sr. Presidente, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, era o pronunciamento que pretendia fazer, com a leitura, na íntegra, desse artigo de Leonel Brizola, Presidente do meu Partido, que considero uma das figuras mais vivas desta República, de consciência equilibrada, homem que tem a capacidade, como poucos, de prever fatos políticos positivos, mas também fatos políticos danosos à nossa República.

Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 06/06/2003 - Página 14431