Discurso durante a 74ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Solicitação de apoio do Congresso Nacional para a realização de possíveis acordos de intercâmbio tecnológicos entre o governo brasileiro e o governo da Ucrânia. (Como Líder)

Autor
Ney Suassuna (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PB)
Nome completo: Ney Robinson Suassuna
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA CIENTIFICA E TECNOLOGICA.:
  • Solicitação de apoio do Congresso Nacional para a realização de possíveis acordos de intercâmbio tecnológicos entre o governo brasileiro e o governo da Ucrânia. (Como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 11/06/2003 - Página 14928
Assunto
Outros > POLITICA CIENTIFICA E TECNOLOGICA.
Indexação
  • REGISTRO, PARTICIPAÇÃO, ORADOR, REPRESENTAÇÃO, SENADO, VIAGEM, PAIS ESTRANGEIRO, UCRANIA, ACOMPANHAMENTO, ROBERTO AMARAL, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA CIENCIA E TECNOLOGIA (MCT), VISITA, OBSERVAÇÃO, TECNOLOGIA, INDUSTRIA AERONAUTICA, ATIVIDADE ESPACIAL.
  • SOLICITAÇÃO, APOIO, CONGRESSO NACIONAL, REALIZAÇÃO, ACORDO, INTERCAMBIO, GOVERNO BRASILEIRO, GOVERNO, PAIS ESTRANGEIRO, UCRANIA, OBTENÇÃO, TECNOLOGIA, TURBINA, GAS, FOGUETE.

O SR. NEY SUASSUNA (PMDB - PB. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, representando o Senado da República, acompanhei o Ministro Roberto Amaral à Ucrânia, um país com 50 milhões de habitantes, ex-componente da União Soviética e há doze anos independente, com um acervo de alta tecnologia muito importante para o Brasil.

Lá, visitamos duas áreas que nos interessam muitíssimo.

A primeira delas é a indústria aeronáutica ucraniana, que, funcionando plenamente, produz todas as partes de um avião. Mas o que nos interessam são as turbinas a gás, que, além de serem utilizadas nos aviões, servem para gerar energia. Nós não dispomos dessa tecnologia, mas a Ucrânia está disposta a fornecê-la por meio de intercâmbios. É um país que precisa, no momento, de muita ajuda, e por isso está tão acessível essa tecnologia. É o momento, é a hora de o Brasil também passar a deter essa tecnologia.

Sr. Presidente, o segundo item, que muito nos interessa, diz respeito à área espacial. Os foguetes da Ucrânia são os mesmos utilizados pela Rússia para fazer lançamentos intercontinentais de bombas atômicas. Após a Guerra Fria, hoje, eles servem apenas para lançar satélites no espaço.

O Brasil também já lança foguete, mas apenas os de combustível sólido de pequena altitude. Nosso País não consegue lançar um satélite estacionário. Mas, agora, tendo em vista o intercâmbio brasileiro com os ucranianos, poderemos aprender também a tecnologia, que é surpreendente, por se tratar de tecnologia de ponta e atualizada para o setor.

Sr. Presidente, além do mais, no Brasil, em Alcântara, há uma estação espacial que, com certeza, nos permitirá fazer esse convênio com menos gasto. Poderemos lançar foguetes com até 40% de economia em combustível. Também poderemos lançar nossos satélites. E alerto à Casa para o fato de que, no momento, não há um satélite brasileiro sequer para a nossa segurança. Vendemos a Embratel, e o satélite foi junto. Compramos do Sivam e deixamos por conta deles o controle de todas as informações. Esse é um problema sério de poder nacional.

Portanto, Sr. Presidente, com esses foguetes, não só poderemos lançar esses satélites estacionários, mas, mais do que isso, poderemos ter a nossa independência e fazer um bom negócio, lançando satélites para outros países, para empresas. É obvio que, para lançarmos satélites para as empresas, teríamos que negociar, porque 85% desse mercado está na mão dos norte-americanos, Sr. Presidente. Por isso, é preciso que haja essa triangulação. Surpreendentemente, numa atitude xenófoba, a nossa Câmara, em uma série de itens, fechou questão em relação ao tratado com os americanos. Isso tem dificultado um pouco a negociação. Mas, cabe ao Poder Executivo, ao Governo Federal, buscar, nesses meandros, novos caminhos, para que realmente permaneça a possibilidade de, com a tecnologia dos foguetes ucranianos, em conjunto, obtermos a nossa independência na área espacial.

O Governo Lula deu prioridade à questão, por entendê-la importante, importantíssima. E, para tanto, nós, Parlamentares, precisamos ajudar o Ministro Roberto Amaral, o Governo Lula e o Brasil, conseguindo verbas no valor aproximado de US$50 milhões, as quais permitirão a nossa independência em ambas tecnologias: a das turbinas a gás e a dos foguetes espaciais.

Sr. Presidente, gostaria de dar essa informação, porque representei o Senado nessa missão que considerei de muita importância.

A segunda missão da qual participei, Sr. Presidente, dela tratarei em outra ocasião. Refiro-me ao meu encontro com o Presidente Muammar Kadafi, da Líbia, em cumprimento de uma missão do Governo brasileiro.

Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/06/2003 - Página 14928