Discurso durante a 74ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Preocupação com a geração de emprego no País, e em especial na região Nordeste.

Autor
Renildo Santana (PFL - Partido da Frente Liberal/SE)
Nome completo: Manoel Elias de Santana
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA.:
  • Preocupação com a geração de emprego no País, e em especial na região Nordeste.
Publicação
Publicação no DSF de 11/06/2003 - Página 14989
Assunto
Outros > POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA.
Indexação
  • APREENSÃO, RECESSÃO, SETOR, PRODUÇÃO, INDUSTRIA, BRASIL, EFEITO, DESEMPREGO, REGISTRO, DADOS, GRAVIDADE, SITUAÇÃO.
  • SOLICITAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, ALTERAÇÃO, POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA, REDUÇÃO, JUROS, RETOMADA, CRESCIMENTO, PREVENÇÃO, FRUSTRAÇÃO, ELEITOR, EMPRESARIO, BUSCA, DESENVOLVIMENTO NACIONAL.

O SR. RENILDO SANTANA (PFL - SE. Sem registro taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, gostaria de registrar minha imensa preocupação em relação à questão da produção e do emprego no Brasil, especialmente na região Nordeste, já fragilizada e empobrecida pelos seguidos anos de descaso do governo federal.

Dados recentes, noticiados pela grande imprensa, relatam o que o empresariado e a grande massa trabalhadora já há muito tempo sabem: o setor de produção, especialmente o segmento industrial, vem sofrendo mês após mês, com a recessão e os altos juros, a ponto de, em abril, levar o que o jornal Folha de S.Paulo classificou de “tombo histórico”, ou seja, o recuo médio de mais de 4%, com alguns segmentos registrando mais de 10% de retração de vendas.

A conseqüência desse desastroso resultado todos já conhecemos: menos vendas resultam em menor produtividade, que resultam em corte de despesas e demissão de mão-de-obra, o que gera desemprego. Se o cidadão não trabalha ele não ganha, sem ganhos não consome, com menos consumidores o mercado se retrai. Aí está uma sinistra espiral em direção à pobreza e ao subdesenvolvimento.

O que muito me preocupou, Sr. Presidente, foi o fato de a produção de bens de consumo semiduráveis e não duráveis, os últimos a serem cortados do consumo familiar, registrarem a impressionante queda de 10,6%. Isso quer dizer a pior queda em mais de 10 anos. Nesse segmento estão o vestuário, os remédios e a comida, ou seja, os mais imprescindíveis na pirâmide de compras estão sendo cortados. Não se fala mais em “cortar gordura”, em diminuir a compra de supérfluos. Estamos falando de deixar de consumir o que é necessário para garantir as condições mínimas de vida do brasileiro!

Peço ao governo Lula, que assumiu o País com a promessa de geração de milhões de empregos e de retomada do crescimento em todos os segmentos do País, que reveja a direção do leme, que redefina suas ações para que não venhamos a sofrer a maior quebra de expectativa já vista desde a era Collor. O povo quer emprego e condições dignas de vida, o Brasil precisa trabalhar e produzir para poder se desenvolver. O empresariado quer empregar mais, vender mais, porém para isso precisa de juros reais e não os atuais valores estratosféricos.

Vejam, Srªs e Srs. Senadores, parafraseando Hélio Beltrão, o segredo do desenvolvimento é o esforço produtivo. Ainda não se inventou nenhuma fórmula capaz de operar o milagre do desenvolvimento sem trabalho. Seja qual for a orientação do governo e a teoria econômica adotada, os inimigos a combater continuarão sendo a improdutividade, o desperdício, a capacidade ociosa, o parasitismo econômico, a centralização burocrática, a desorganização, a incompetência, a inércia bem paga, o trabalho mal remunerado. É no terreno que se enfrenta o inimigo, e não nos mapas e nos planos de combate. Peço que nos deixem trabalhar para podermos crescer. Peço que não nos impeçam, com juros e políticas equivocadas, de colocar a mão na massa e o país nos trilhos do desenvolvimento.

Era o que eu tinha a dizer.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/06/2003 - Página 14989