Discurso durante a 76ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Anúncio, hoje, pelo Governo Federal, de destinação de recursos para o Seguro-Safra. Pesquisas apontando aceitação popular do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Autor
Tião Viana (PT - Partido dos Trabalhadores/AC)
Nome completo: Sebastião Afonso Viana Macedo Neves
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA AGRICOLA. POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA. PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO.:
  • Anúncio, hoje, pelo Governo Federal, de destinação de recursos para o Seguro-Safra. Pesquisas apontando aceitação popular do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Publicação
Publicação no DSF de 13/06/2003 - Página 15179
Assunto
Outros > POLITICA AGRICOLA. POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA. PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO.
Indexação
  • ANUNCIO, INICIATIVA, PRESIDENTE DA REPUBLICA, CRIAÇÃO, SEGURO AGRARIO, TENTATIVA, GARANTIA, SAFRA, IMPEDIMENTO, PREJUIZO, AGRICULTOR, BRASIL.
  • ELOGIO, ATUAÇÃO, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DE MINAS E ENERGIA (MME), EMPENHO, REDUÇÃO, PREÇO, COMBUSTIVEL, CONTRIBUIÇÃO, ESTABILIDADE, ECONOMIA.
  • COMENTARIO, RESULTADO, PESQUISA, OPINIÃO PUBLICA, MANIFESTAÇÃO, APOIO, CONFIANÇA, PRESIDENTE DA REPUBLICA.

O SR. TIÃO VIANA (Bloco/PT - AC. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, desejo anunciar ao Plenário do Senado Federal a boa notícia que, daqui a alguns minutos, o Senhor Presidente da República estará fazendo em uma manifestação no Palácio do Planalto. Sua Excelência vai anunciar o seguro-safra, um compromisso com o trabalhador do setor produtivo rural brasileiro.

O Governo ousa enfrentar o problema da produção agrícola brasileira, de maneira inédita, firmando o seguro-safra, em um investimento que pode chegar a R$5 bilhões.

Entendo que esse é um gesto consolidado de respeito ao setor produtivo rural. O Governo tem plena compreensão de que 45% das exportações brasileiras são representadas pela agricultura familiar, o Governo conhece a responsabilidade que tem, entende as áreas críticas de sofrimento que o setor produtivo rural tem atravessado.

Temos que romper com um Brasil que tem dez vezes mais terras agricultáveis do que a China, Senador Gilberto Mestrinho, e produz quatro vezes menos. Esse Brasil não nos interessa; o que nos interessa é um Brasil da produção rural e um Brasil que cumpra, de fato, as suas responsabilidades no aproveitamento das suas riquezas. Portanto, trago esse anúncio ao mesmo tempo em que confirmo o entusiasmo que nós, do Governo, estamos tendo com a busca incessante e corajosa não apenas o Presidente da República, como também a Ministra das Minas e Energia, na luta pela redução do preço dos combustíveis, como elemento fundamental na política de controle de preços, na política de estabilidade da economia e na política que venha a permitir uma redução sustentada, correta e necessária para uma transformação deste País, a partir da redução final da taxa de juros.

Esse é o caminho correto, é o caminho da maturidade, da sobriedade e, sobretudo, da responsabilidade política que tem o nosso Governo no tratamento dessa matéria.

Gostaria ainda de anunciar o entusiasmo com que estamos tratando esses primeiros meses do Governo do Presidente Lula. As pesquisas apontam que nenhum Presidente da história política do Brasil recente alcançou os níveis de aprovação popular que tem alcançado o Presidente Lula - algo que, muitas vezes, fere algumas opiniões.

O entendimento básico para esse tipo de resultado de aceitação popular apontado nas pesquisas é o de que o Governo está no caminho correto, está tomando as medidas necessárias e está comprometido com o Brasil em que acreditamos e com o qual nos comprometemos durante a campanha. Isso é fantástico.

A sociedade brasileira, por meio das pesquisas, aprova as reformas estruturais do Estado, que apontam um novo momento da vida nacional. Vivemos em pleno ambiente democrático, onde a insatisfação é um componente vivo da realidade brasileira, para alguns, mas temos de respeitar as diretrizes dadas pela maioria.

Muito bem lembrada pelo Senador Hélio Costa, há pouco, a ameaça de que o Brasil caminharia para a argentinização caso houvesse a eleição do Presidente Lula. Hoje, todos os indicadores da macroeconomia apontam para a estabilidade, para a credibilidade e para a confiança no Governo do Presidente Lula. Então, o momento é oportuno, de confiança e de segurança, de quem acredita na necessária mudança do nosso País.

Em nenhum momento, o Presidente Lula assumiu o compromisso de gerar dez milhões empregos. O que se falava é que o Brasil precisava gerar dez milhões de empregos, mas nunca que o Presidente Lula, nesse primeiro momento, conseguiria isso. Então, é preciso que as coisas sejam bem colocadas. Quem prometeu gerar oito milhões de empregos - se não me falha a memória - foi o Presidente Fernando Henrique Cardoso, que entregou o País com doze milhões de desempregados. Esse dado precisa ser lembrado no grande debate no plenário do Senado Federal.

Sr. Presidente, as medidas adotadas pelo Governo do Presidente Lula encontram total concordância da sua base política. As reformas estão em pleno curso, com apoio majoritário da sociedade brasileira e com as críticas necessárias para que possam ser aperfeiçoadas. E o nosso compromisso aqui é assegurar a estabilidade política desse processo.

Quando se fala de reforma da Previdência é melhor substituir o termo por justiça previdenciária, porque estamos consolidando justiça a quarenta milhões de brasileiros excluídos da cobertura previdenciária. Se queremos fazer justiça social, temos de olhar para eles, respeitando os servidores públicos, mas sem nunca deixar de promover as transformações a favor da maioria do povo brasileiro.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 13/06/2003 - Página 15179