Discurso durante a 76ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Realização do primeiro Encontro de Jornalismo Ambiental da Amazônia.

Autor
Geraldo Mesquita Júnior (PSB - Partido Socialista Brasileiro/AC)
Nome completo: Geraldo Gurgel de Mesquita Júnior
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
IMPRENSA.:
  • Realização do primeiro Encontro de Jornalismo Ambiental da Amazônia.
Publicação
Publicação no DSF de 13/06/2003 - Página 15184
Assunto
Outros > IMPRENSA.
Indexação
  • ANUNCIO, REALIZAÇÃO, ESTADO DO ACRE (AC), ENCONTRO, JORNALISMO, MEIO AMBIENTE, PROPOSTA, DEBATE, FUNÇÃO, MEIOS DE COMUNICAÇÃO, DIVULGAÇÃO, REGIÃO AMAZONICA.
  • CONGRATULAÇÕES, INICIATIVA, JORNALISTA, ESTADO DO ACRE (AC), ORGANIZAÇÃO, ENCONTRO.

O SR. GERALDO MESQUITA JÚNIOR (Bloco/PSB - AC. Para uma comunicação inadiável.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a Amazônia já foi adjetivada de tantas, ricas e, às vezes, injustas maneiras.

Quem ali nasce e desfruta, desde os primeiros anos da vida, da multiplicidade de cores e aromas; quem teve a felicidade de alimentar as doces esperanças da adolescência, embevecido pelas luzes que se desenham no horizonte ao entardecer; quem pensou nos mistérios da vida vendo o branco das garças em vôo ou o fogo dominado das araras; quem tudo isso viu e ouviu vê a Amazônia como um caleidoscópio. Nada é igual.

Nas cabeceiras dos rios onde se gesta o grandioso Amazonas, as águas buliçosas escorrem ávidas de encontrar seu destino no leito calmo dos afluentes. Daí irrigam margens e matas e se acumpliciam com o solo generoso para fazer da Amazônia o extraordinário berço de vida. As águas, quando acomodadas no grande espaço da foz do Amazonas, guardam estranha calmaria. Mário de Andrade, diante desse contraste, escreveu: “O Amazonas prova decisivamente que a monotonia é um dos elementos mais grandiosos da natureza”. Constata o grande escritor que as grandezas do Amazonas ultrapassam as percepções fisiológicas do homem, e acrescenta: “Nós só podemos monumentalizá-las na inteligência”.

O igualmente notável Euclides da Cunha, no dia três de agosto de 1905, assim descreveu o que viu, quando atravessou o último ponto do Purus: “O sol descia para os lados do Urubamba... Os nossos olhos deslumbrados abrangiam de um lance três dos maiores vales da terra; e naquela dilatação maravilhosa de horizonte, banhados no fulgor da tarde incomparável, o que eu, principalmente, distingui, e rompendo de três quadrantes dilatados e trancando-os inteiramente ao Sul, ao Norte, ao Leste - foi a imagem arrebatadora de nossa Pátria, que nunca imaginei tão grande”.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, por ser amazônida, quero registrar, em muito feliz momento, que o Sindicato dos Jornalistas do Acre (Sinjac), em parceria com a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), vai promover o I Encontro de Jornalismo Ambiental da Amazônia, com o tema “Amazonas: vários olhares em pauta”. O evento se propõe a trazer para discussão o papel dos meios de comunicação na divulgação da realidade da Amazônia.

Ao citar Mário de Andrade e Euclides da Cunha, quero deixar dois exemplos de olhares privilegiados e emocionados de brasileiros que, pela força de seus exemplos, servirão de marco para os jornalistas que se reunirão no Acre nos dias 4, 5 e 6 de setembro do corrente ano.

Os olhares dos profissionais da imprensa vão detalhar aspectos substantivos da Amazônia atual, como cidadania da floresta - que, no nosso querido Estado do Acre, chamamos de florestania -, uso sustentável dos recursos naturais e mercado, segurança da Amazônia, Direito Ambiental/Biopirataria, Recursos Hídricos, Gestão das Bacias e Recursos Pesqueiros.

A possibilidade de ampliar as informações sobre nossa região é de grande valia para a compreensão que a humanidade necessita ter sobre o ambiente amazônico, suas potencialidades, o respeito ao seu povo, suas tradições, conquistas e determinação histórica.

O Estado do Acre está na vanguarda de um dos mais almejados anseios dos amazônidas, que é o de ver a sua imensa região desenvolvida, respeitando-se suas riquezas e preservando-as como patrimônio das futuras gerações. A divulgação jornalística desse ambicioso projeto cumpre a obrigação dos meios de comunicação de disseminar os exemplos edificantes que hoje são marca da postura dos acreanos comprometidos com o destino de sua terra.

Quero congratular-me com a iniciativa dos jornalistas do meu Estado que os faz merecer a herança de tantos outros que, por meio dos meios de comunicação do Acre, construíram a consciência do homem acreano.

Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 13/06/2003 - Página 15184