Discurso durante a 78ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Esclarece a sua posição de independência no Senado, diante da bancada de sustentação do governo e também da bancada de oposição.

Autor
Almeida Lima (PDT - Partido Democrático Trabalhista/SE)
Nome completo: José Almeida Lima
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ATUAÇÃO PARLAMENTAR.:
  • Esclarece a sua posição de independência no Senado, diante da bancada de sustentação do governo e também da bancada de oposição.
Publicação
Publicação no DSF de 17/06/2003 - Página 15672
Assunto
Outros > ATUAÇÃO PARLAMENTAR.
Indexação
  • REFORÇO, POSIÇÃO, ORADOR, PERIODO, EXERCICIO, MANDATO, SENADOR, COMPROMISSO, ATUAÇÃO, INDEPENDENCIA, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DEMOCRATICO TRABALHISTA (PDT), REJEIÇÃO, INFLUENCIA, GOVERNO FEDERAL, REGISTRO, PRIORIDADE, DEFESA, INTERESSE, ESTADO DE SERGIPE (SE), BRASIL.

O SR. ALMEIDA LIMA (PDT - SE. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, tenho procurado preservar uma qualidade, uma condição, que reputo indispensável, não apenas para mim, mas para todo cidadão, todo ser humano, que é manter preservada a identidade pessoal.

Depois de nascido, os meus pais, embora brasileiros pobres, do interior de Sergipe, tiveram a preocupação de me registrar. A partir de então, eu também nasci para o mundo jurídico e estabeleci a minha identidade própria. Não gosto, evidentemente, quando vejo confundida a minha identidade, sobretudo aqui no Parlamento, pois procuro ter posições as mais claras possíveis.

Na última semana, no encaminhamento da votação que fiz a um projeto em deliberação, procurei, de forma muito clara e inequívoca, estabelecer a minha posição de independência neste Senado Federal, diante da Bancada de sustentação do Governo e também da Bancada de Oposição.

Essa minha posição decorre, neste instante - embora, no segundo turno das últimas eleições, ao lado do meu Partido, tenha votado no então candidato a Presidente Lula -, de presenciar os equívocos e as contradições deste Governo. Isso me levou a uma posição clara de independência, não me posicionando, de forma radical, como oposição, diante da tramitação de proposituras do Governo que compreendo necessárias para o País hoje, embora tenha discordado da grande maioria de proposições e de encaminhamentos que o atual Governo tem enviado ao Congresso Nacional. Naquela ocasião, de forma muito clara, disse não integrar a Base do Governo e muito menos a Oposição, mas ressaltei que, por ter posição muito clara e definida, não me escondendo nas horas de deliberação, eu não me considerava “murista”, porque nunca o fui, essa é uma qualidade que não possuo. Aliás, em dado momento, procuro até ser radical, por entender que a posição radical, em certas circunstâncias, é a mais acertada e a mais aceita, sobretudo diante de tantas mazelas e distorções. E fiz questão de frisar que sou um Senador da República, defendendo os interesses de meu Estado Sergipe e do Brasil. Quem tem e faz uma posição e um pronunciamento dessa ordem é evidente que não merece ser confundido e, menos ainda, não está a cometer “nenhum besteirol”.

Por essa posição que assumi da tribuna desta Casa, fui brindado por comentário da jornalista Tereza Cruvinel de O Globo, na última sexta-feira, e me senti na obrigação de escrever-lhe. Mas, para minha grata surpresa e alegria, a jornalista fez a devida ressalva da posição que aqui havia assumido, de forma muito clara. Portanto, nesta oportunidade, quero fazer esse registro, bem como agradecer à jornalista pela maneira imparcial e elegante com que, no mesmo espaço, efetuou a retificação.

Aproveito a oportunidade, neste instante, para dizer que não vim a Brasília, não vim ao Senado Federal, para barganhas e, sobretudo, para fisiologismos. Todos sabem que o meu Partido, o PDT, embora com algumas ressalvas - assim a direção nacional tem feito -, tem o Deputado Miro Teixeira no Ministério das Comunicações. Mesmo tendo S. Exª como Ministro, companheiro de meu Partido, eu poderia, até mesmo pela oferta que diretamente me foi feita, fazer algumas indicações a esse Ministério em meu Estado, a exemplo da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.

O SR. PRESIDENTE (Mão Santa) - Ilustre Senador, lamento ter de comunicar-lhe que V. Exª já ultrapassou 40% do tempo previsto.

O SR. ALMEIDA LIMA (PDT - SE) - Concluirei em trinta segundos, Sr. Presidente.

Embora seja um fato menor para a nacionalidade brasileira, para mim é da maior grandiosidade dizer que, até o presente momento, por decisão própria, pessoal e expressa, não fiz uso de nenhuma indicação, porque essa é a minha decisão. Não vim ao Senado Federal para fisiologismos, mas para, com muita independência, representar meu povo e defender os interesses do meu Estado e do Brasil.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 17/06/2003 - Página 15672