Discurso durante a 80ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comentários ao artigo publicado no jornal Estado de Minas, intitulado "Cultura Enxuta".

Autor
Eduardo Azeredo (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/MG)
Nome completo: Eduardo Brandão de Azeredo
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
REFORMA TRIBUTARIA. POLITICA CULTURAL. POLITICA DE TRANSPORTES.:
  • Comentários ao artigo publicado no jornal Estado de Minas, intitulado "Cultura Enxuta".
Publicação
Publicação no DSF de 19/06/2003 - Página 15878
Assunto
Outros > REFORMA TRIBUTARIA. POLITICA CULTURAL. POLITICA DE TRANSPORTES.
Indexação
  • COMENTARIO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, ESTADO DE MINAS, ESTADO DE MINAS GERAIS (MG), APREENSÃO, PROPOSTA, REFORMA TRIBUTARIA, TRAMITAÇÃO, CAMARA DOS DEPUTADOS, PROIBIÇÃO, LEI ESTADUAL, CONCESSÃO, INCENTIVO, CULTURA, PATROCINIO, IMPOSTO SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SERVIÇOS (ICMS).
  • QUESTIONAMENTO, RISCOS, PARALISAÇÃO, PROJETO, POLITICA CULTURAL, ESTADOS, EFEITO, DESEMPREGO, REGISTRO, DADOS, SECRETARIA DE ESTADO, CULTURA, ESTADO DE MINAS GERAIS (MG), IMPORTANCIA, MOBILIZAÇÃO, CONGRESSISTA.
  • SOLICITAÇÃO, TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, ESTADO DE MINAS, ESTADO DE MINAS GERAIS (MG), CRITICA, PARALISIA, GOVERNO FEDERAL, REDUÇÃO, INVESTIMENTO, COMPARAÇÃO, EXERCICIO FINDO.
  • REGISTRO, ANUNCIO, RETOMADA, PROCESSO, CONCESSÃO, INICIATIVA PRIVADA, ADMINISTRAÇÃO, PEDAGIO, RODOVIA.

O SR. EDUARDO AZEREDO (PSDB - MG. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores, trago uma questão que me preocupa e que vai exigir um posicionamento do Senado e da Câmara. Refiro-me à proposta de reforma tributária mandada pelo Governo Federal para o Congresso e que já teve uma primeira aprovação na Câmara, em Comissões.

Trago um artigo do jornal Estado de Minas, que diz:

Cultura enxuta. Reforma tributária ameaça leis de incentivo. Projeto aprovado pode retirar até R$166 milhões dos Estados que abatem valores de patrocínio do ICMS.

 

O que significa isso? Na verdade, depois da Lei Rouanet, tivemos leis estaduais de incentivo à cultura, que são baseadas no ICMS. Hoje, treze Estados brasileiros têm essa lei. No caso de Minas, a lei foi aprovada no meu período de governo.

Eis o que dispõe a proposta da reforma tributária, em seu art. 92:

Art. 92 Fica vedada, a partir da promulgação da presente emenda, a concessão ou prorrogação de isenções, redução de base de cálculo, créditos presumidos ou quaisquer outros incentivos ou benefícios fiscais ou financeiros relativamente ao imposto de que trata o art. 155 da Constituição.

O objetivo está claro, Senadora Heloísa Helena, e é um objetivo correto, de evitar a chamada guerra fiscal, só que, da maneira que está, acaba com todas as leis estaduais de cultura que existem no Brasil. E os números são muito eloqüentes. Há, apenas citando dados do Estado de Minas Gerais, R$69 milhões já capitalizados para a área da cultura. São 71 mil pessoas que trabalham na área da cultura apenas na região metropolitana de Belo Horizonte. Esses projetos, portanto, não podem ser abandonados. Isso significará o fim de um avanço tão importante como foi o das leis estaduais de incentivo à cultura.

Tenho aqui comigo um artigo do Secretário de Cultura de Minas, Nascimento Silva, que foi também Ministro da Cultura, em que coloca, com muita clareza, tudo que aconteceu em relação à Lei de Incentivo à Cultura, mostrando que, em cinco anos de funcionamento, a legislação foi responsável pela viabilização de 7.739 projetos em todas as regiões do Estado de Minas Gerais, que significaram R$69 milhões, como já pude dizer.

Mais à frente, no mesmo artigo, o Secretário Nascimento Silva mostra que a Lei Estadual de Incentivo à Cultura prevê o desconto de 3% ao mês do ICMS por parte das empresas que investirem nas áreas culturais. Além disso, as empresas inscritas na dívida ativa podem pagar o imposto devido com desconto de 25% e destinar mais 25% da dívida restante para projetos. Essa Lei Estadual de Incentivo à Cultura beneficia o Governo Estadual, a sociedade e a iniciativa privada. Através da Lei, a Secretaria pode aprimorar os seus projetos e programas culturais. O setor privado, além de participar do processo cultural e ter o retorno de marketing, deduz as importâncias transferidas do ICMS a pagar. A sociedade civil participa, sinalizando e indicando quais os projetos de maior apelo para suas necessidades. “Dessa forma, integram-se o Estado, a iniciativa privada e a sociedade civil”, afirma o Secretário Nascimento Silva.

Portanto, são dados que exigem a mobilização da classe cultural brasileira e de todos nós, representantes do povo. Não podemos ver o fim - volto a dizer - das leis estaduais de cultura. É necessário que o Senado se prepare para emendar a reforma tributária nesse ponto, entendendo que, embora seja correto seu objetivo, que é evitar a guerra fiscal, o artigo é omisso no sentido de que acaba atrapalhando um projeto que no Brasil já significou R$166 milhões pelos 13 Estados que têm a lei em funcionamento e mais três que a estão discutindo. Vejo que o Estado de Goiás, da Senadora Iris de Araújo, também tem uma lei de incentivo à cultura já aprovada, assim como o Estado do Ceará. Trata-se de projetos importantes que não podem ser paralisados.

Aproveito, ainda, este momento, para registrar que estou pedindo a inserção nos Anais de matéria publicada no jornal Estado de Minas, de Belo Horizonte, nesta data, que afirma que o “Governo Lula investe 59% menos do que FHC”, mostrando que o que temos apresentado aqui pela Oposição não é apenas um exercício de palavras, mas algo baseado em números. Os números mostram que o Governo está - eu diria, para não ser muito crítico - semiparalisado.

Há dados, Senadora, que felizmente mostram que se está acordando para algumas questões. Hoje, tivemos notícia de que, finalmente, o Governo resolveu retomar o projeto de pedágio em estradas federais, que estava paralisado, mas, na verdade, já poderia estar em funcionamento. Os motivos pelos quais as estradas estão em situação cada vez pior são a falta de investimento e a paralisação dos projetos de concessão à iniciativa privada.

Estes são, portanto, os três assuntos que gostaria de trazer ao Plenário hoje: a Lei de Incentivo à Cultura, a semiparalisia do Governo e a retomada do processo de concessão de rodovias à iniciativa privada, algo que possibilitará melhorar a situação das estradas do País.

Conto com o apoio dos Srs. Senadores, para que a cultura brasileira não seja prejudicada com a reforma tributária

Agradeço, Srª Presidente.

 

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DOCUMENTOS A QUE SE REFERE O SR. SENADOR EDUARDO AZEREDO EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inseridos nos termos do art. 210 do Regimento Interno.)

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Este texto não substitui o publicado no DSF de 19/06/2003 - Página 15878