Discurso durante a 83ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Aplausos à iniciativa do governo Lula de incentivar o investimento na construção de moradias populares.

Autor
Íris de Araújo (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/GO)
Nome completo: Íris de Araújo Rezende Machado
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA HABITACIONAL.:
  • Aplausos à iniciativa do governo Lula de incentivar o investimento na construção de moradias populares.
Aparteantes
João Alberto Souza, Mão Santa.
Publicação
Publicação no DSF de 25/06/2003 - Página 16131
Assunto
Outros > POLITICA HABITACIONAL.
Indexação
  • ELOGIO, ATUAÇÃO, LUIZ INACIO LULA DA SILVA, PRESIDENTE DA REPUBLICA, ANUNCIO, DESTINAÇÃO, FUNDOS PUBLICOS, PROGRAMA, CONSTRUÇÃO, HABITAÇÃO POPULAR, REFERENCIA, INFORMAÇÕES, INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA (IBGE), ESTATISTICA, GRAVIDADE, DEFICIT, HABITAÇÃO, BRASIL.
  • ESCLARECIMENTOS, PROGRAMA, POLITICA HABITACIONAL, EXECUÇÃO, GOVERNO ESTADUAL, ESTADO DE GOIAS (GO), CRIAÇÃO, INFRAESTRUTURA, ORGANIZAÇÃO, MATERIAL DE CONSTRUÇÃO, TERRENO, RESPONSABILIDADE, PODER PUBLICO, CONVOCAÇÃO, MUTIRÃO, COMUNIDADE, PARTICIPAÇÃO, CONSTRUÇÃO, HABITAÇÃO POPULAR.
  • APRESENTAÇÃO, SENADO, VIDEO, PROGRAMA, CONSTRUÇÃO, HABITAÇÃO POPULAR, ESTADO DE GOIAS (GO).

A SRª IRIS DE ARAÚJO (PMDB - GO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que o Governo disporá este ano de R$5,3 bilhões para investir em habitação, o que permitirá a construção de 360 mil moradias, gerando também quinhentos mil novos empregos.

Louvo o esforço do nosso Presidente no sentido de cumprir a Constituição do Brasil que, em seu art. 6º, afirma que a moradia é um direito social e, no art. 23, diz que compete à União, Estados, Distrito Federal e Municípios promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais dos brasileiros.

E de quantas moradias precisam os brasileiros para viver com dignidade? Com base no último censo demográfico, o IBGE estima que o déficit habitacional no Brasil é da ordem de 7 milhões de moradias. Desta forma, construindo as 360 mil novas moradias previstas para este ano, estaremos resolvendo apenas - vejam bem - 5% do desamparo habitacional do povo brasileiro.

Tenho certeza de que podemos fazer mais, muito mais do que apenas 5%!

É muito pouco para tamanha necessidade. E é muito pouco também para o tamanho da esperança que a eleição do Presidente Lula representa. Por isso, acredito que temos, no Brasil inteiro, condições de corresponder a essa esperança. E mudar esta situação, que é indigna da capacidade dos brasileiros.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, estou sugerindo que nos unamos ao nosso Presidente, aos nossos Governadores e Prefeitos, para repetir nacionalmente aquilo que foi, no início da década de 80, um grande feito do Governo e do povo do Estado de Goiás: a construção de mil casas populares num único dia, em Goiânia. Falo dos mutirões da casa própria, um programa que uniu vanguarda e tradição, experiência da qual participei ao lado do então Governador Iris Rezende Machado.

Pouco depois do mutirão na capital, e também por meio de mutirões, construímos três mil moradias, num único dia, em 68 Municípios do Estado.

Foi, sem dúvida, um feito histórico, com ampla repercussão na mídia nacional, colocando Goiás no centro do noticiário ao difundir uma prática criativa e eficiente na solução dos graves problemas urbanos do país.

Ainda hoje, mais de vinte anos passados, ao recordar os mutirões que mobilizavam o povo de Goiás, sinto o encantamento, a alegria, o vigor com que as pessoas se entregavam à construção de moradias para abrigar os que viviam no desamparo.

A idéia é muito simples: o poder público instala a infra-estrutura, oferece os terrenos e a assistência técnica, e organiza o mutirão. O material de construção pode ser doado ou pode ser financiado, e a própria comunidade interessada cuida de erguer as casas.

Acredito firmemente que podemos repetir esse feito. E que isso, além de multiplicar o número de casas construídas e acelerar a solução desse grave problema social, ainda há de ter um papel transformador na vida dos brasileiros.

Mas reviver esse feito, por mais emocionada que o faça, ou descrever pormenorizadamente o acontecido não poderá superar o valor do documento que trago para mostrar aos senhores.

Calo-me para deixar que as imagens falem e peço a Deus que essa minha proposta encontre apoio e ressonância nos bons sentimentos e na razão arguta dos senhores, para que se mobilizem no sentido de fazermos o que, acredito, temos todas as condições de realizar.

Por favor, as imagens do vídeo.

(Procede-se à exibição de vídeo.)

A SRª IRIS DE ARAÚJO (PMDB - GO) - Para concluir, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, gostaria de dizer que, para que se faça isso, é necessário que haja um maestro que dê o tom e levante esta Nação.

Assim, neste instante, sem ser presunçosa e atrevida, gostaria de fazer uma conclamação pública verdadeira, do fundo do meu coração: Presidente Lula, dê o tom, comande a orquestra brasileira, que haverá de tocar e de obedecer ao seu comando! Com isso, poderemos levantar de fato a auto-estima do povo brasileiro.

O Sr. Mão Santa (PMDB - PI) - Senadora Iris de Araújo, V. Exª me permite um aparte?

A SRª IRIS DE ARAÚJO (PMDB - GO) - Concedo o aparte a V. Exª.

O Sr. Mão Santa (PMDB - PI) - Senadora Iris de Araújo, quero dar o meu testemunho, porque conheço pessoalmente essa história. Eleito Governador do Piauí, em 1994, escolhi um modelo de administrador: o então Governador de Goiás, Iris Rezende, excepcional Ministro da Agricultura, excepcional Ministro da Justiça. Posso dizer que fui, pessoalmente, inspirar-me nesse projeto de “mil casas em um dia”. A história é verdadeira. E vou trazer uma outra verdade que não foi posta aqui: visitei todas as mil casas e posso afirmar que nenhuma está como foi entregue, pois todas foram ampliadas, modernizadas. Há muitos sobrados. Os beneficiários não ficaram escravos de grandes dívidas - e, como se sabe, a dívida é o grande escravizador do momento e do século, em função dos juros altos. Este é, portanto, um momento de felicidade. V. Exª é evangélica, mas o Padre Antônio Vieira, católico - que é nosso irmão, gente boa, filho de Deus -, disse que um bem nunca vem só. Inspirado nesse trabalho, Deus me permitiu que eu entregasse 36 mil unidades habitacionais pela Cohab do Piauí. Estas são, portanto, palavras de agradecimento pelo exemplo que fui buscar. Sou testemunha do exemplo de Governante que foi Iris Rezende. Está em tempo de o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva olhar para o PMDB não com a visão de base, pois somos como Cristo: “Luz, Caminho e Verdade”. Está na hora de buscar um homem como Iris Rezende para melhorar esse time de pelada que está administrando o Brasil.

A SRª IRIS DE ARAÚJO (PMDB - GO) - Agradeço, nobre Senador Mão Santa, as palavras que enriquecem o meu pronunciamento.

O Sr. João Alberto Souza (PMDB - MA) - Permite-me V. Exª um aparte?

A SRª IRIS DE ARAÚJO (PMDB - GO) - Ouço V. Exª, Senador João Alberto Souza.

O Sr. João Alberto Souza (PMDB - MA) - Senadora Iris de Araújo, sempre ouço V. Exª na tribuna. V. Exª nos traz os temas mais palpitantes do Brasil e tem-se revelado uma excelente Senadora, fazendo-nos, inclusive, relembrar do brilhante Senador que foi Iris Rezende. Quero dizer, como o Senador Mão Santa, que também estive em Goiás. Não a conhecia, mas já ouvia falar do seu nome, que estava relacionado a essa construção. Ouvia que V. Exª era uma mulher dinâmica, uma mulher que tinha amor aos necessitados. Neste momento, quero enfatizar que não se pode combater a fome sem antes dar um lar para cada família. Para combater a fome, temos que resolver, em primeiro lugar, o problema de habitação. Isso diminuirá em muito a fome dos brasileiros. Quero parabenizar V. Exª pelo pronunciamento de hoje e dizer que esse é o caminho do Brasil. Milhões de casas precisam ser construídas pela Nação, e o caminho é o mutirão. Parabéns, Senadora Iris de Araújo!

A SRª IRIS DE ARAÚJO (PMDB - GO) - Agradeço as palavras do nobre Senador João Alberto e termino as minhas palavras quase exatamente no tempo que me foi concedido.

Quando entrei nesta Casa, eu tinha a intenção de ser uma Senadora propositiva, porque sei o quão difícil é governar e resolver os problemas deste País. E, neste momento, mais do que nunca, o Presidente da República precisa do nosso apoio, da nossa contribuição. É necessário que nos unamos, para que o País possa alcançar a transformação que todos almejamos.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

Muito obrigada.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 25/06/2003 - Página 16131