A SRª SERYS SLHESSARENKO (Bloco/PT - MT. Como Líder. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, em primeiro lugar, agradeço ao Senador Magno Malta, Líder do PL, por me ter cedido este tempo.

Quanto às palavras do nosso Presidente Lula, já cantadas e decantadas pela Oposição e por nós da Situação, está explícito que não haveria necessidade de se vir fazer defesa.

Sua Excelência diz: “Podem ficar certos de que não tem chuva, não tem geada, não tem terremoto, não tem cara feia, não tem Congresso Nacional, não tem Poder Judiciário; só Deus será capaz de impedir que a gente faça este País ocupar o lugar de destaque que ele nunca deveria ter deixado de ocupar”.

Em nenhum momento, Sua Excelência se referiu com desrespeito às reformas ou tocou nesse assunto. Isso tem de ficar muito claro. Isso já foi dito pelo Líder do Governo, Senador Aloizio Mercadante, e eu o repito aqui. Eu jamais viria a esta tribuna se eu não tivesse certeza disso.

Estou aqui, neste Poder, porque acredito nele. Defendo este Poder, que faz parte do tripé da democracia, obrigatoriamente, e tem de ser respeitado. Se estou aqui é porque tenho a crença absoluta de que, em nenhum momento, o Presidente Lula disse isso para minimizar o Parlamento do nosso País. Caso contrário, Sua Excelência não teria subido a rampa do Congresso Nacional, juntamente com 27 Governadores; não teria participado da sessão do Congresso Nacional, ao lado do Presidente do Congresso Nacional, Senador José Sarney, e do Deputado João Paulo Cunha, Presidente da Câmara dos Deputados, e não teria dito, com todas as letras: “As reformas agora estão nas mãos do Congresso, são competência do Congresso. Dependerá do Congresso fazer ou não mudanças”.

O Congresso Nacional é composto pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal. Fomos eleitos pelo voto do povo brasileiro, como foi eleito o companheiro Lula para Presidente da República. E está prevista na Constituição deste País a independência dos Poderes, a autonomia dos Poderes. Tenho certeza absoluta de que o Presidente da República tem esse respeito para com este Parlamento.

Leio outro trecho do discurso, de onde foi pinçada essa declaração. Sua Excelência diz: “É importante lembrar que, de oito filhos da minha mãe, fui o primeiro a deixar de ganhar o salário mínimo, o primeiro a ter uma casa. E isso eu não quero só para mim, mas também para os 170 milhões de brasileiros”.

É óbvio que isso está em um contexto muito maior. O Presidente Lula quer, realmente, o resgate da cidadania de todo o povo brasileiro, dos 170 milhões de brasileiros. Sua Excelência disse que, só se Deus não quiser, não será feito o resgate da cidadania de todos os brasileiros. O resgate da cidadania independe deste ou daquele setor, desta ou daquela categoria. O resgate da cidadania de 170 milhões de brasileiros é muito maior do que o Parlamento brasileiro, do que o Judiciário brasileiro, do que todas as entidades organizadas. A sociedade como um todo é responsável pelo resgate da cidadania do povo brasileiro, para que todos tenham casa, comida e trabalho - e isso vale tanto para o homem do campo como para o da cidade, para homens, mulheres, crianças, jovens e pessoas da terceira idade.

Há pouco, saí da CPI que investiga a exploração sexual de crianças e jovens deste País, infelizmente uma vergonha que está diante de nós e que precisamos superar. Para solucionar esses problemas, precisamos de todas as forças brasileiras, com certeza, e, em especial, da determinação de Deus. E acredito que o nosso Presidente tenha dito isto: somente com a vontade dos brasileiros, vamos resgatar a cidadania para todos.

Muito obrigada.