O SR. JOÃO CAPIBERIBE (Bloco/PSB - AP. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, na sexta-feira, estivemos em Manaus, participando de um seminário promovido pela Fundação Rede Amazônica, cujo tema era desenvolvimento humano e meio ambiente. Esse seminário foi promovido pela rede que opera o Amazon Sat, que vem prestando serviços de divulgação do desenvolvimento sustentável na Amazônia, e atraiu a atenção e a presença da comunidade do Estado do Amazonas e de representantes de instituições importantes, como o Presidente da Eletrobrás, que falou sobre a energia alternativa e sobre a expectativa de mudança da matriz energética.

Louvo a iniciativa e sugiro que façamos um grande seminário para mobilizar a sociedade civil, as instituições não governamentais e governamentais, o empresariado, visando a debater a Proposta Metodológica e Subsídios para a Elaboração do Programa de Desenvolvimento Sustentável para a Amazônia, lançado pelo Presidente Lula no dia nove de maio, em Rio Branco. Tal proposta precisa ser abraçada por todos nós amazônidas. Pela primeira vez, um Presidente da República vai à Amazônia dizer que a riqueza da nossa região está na floresta. Levamos 500 anos para compreender que a economia da Amazônia deve-se desenvolver mediante o uso sustentável da floresta e dos recursos madeireiros e não madeireiros. E todas as instituições públicas do Governo Federal, dos Ministérios e das autarquias de desenvolvimento regional devem integrar-se na política de mudança de paradigma de que a região tanto necessita.

Hoje, a Amazônia, mais uma vez e infelizmente, causa-nos preocupação em virtude do crescimento do desmatamento ocorrido nos anos de 2001 e 2002, que atinge 25 mil km². A nossa preocupação aumenta depois de ouvirmos o Bispo de Manaus, Dom Luiz Soares Vieira, colocar em dúvida a soberania do nosso País em relação à região.

Evidentemente, eu não chegaria a tanto. Contudo, haverá perda de soberania, sim, por omissão do Governo Federal se não reinventar uma administração para a Amazônia e baseá-la exatamente na referida necessidade de mudança de modelo. Poderemos, sim, ter perda de soberania na região se continuarmos queimando a floresta da forma como vem ocorrendo. É necessário reconhecermos esse fato, para que possamos formular e executar as políticas fundamentadas no aproveitamento racional, no uso sustentável da vasta riqueza de que somos detentores.

Portanto, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, esse seminário foi um marco importante na história da nossa região. O Amazon Sat, canal que, ao longo destes anos, vem mostrando experiências bem-sucedidas de uso correto e racional da natureza na nossa região, deverá continuar seu trabalho agora mais do que antes, porque, em vez de políticas pontuais ou estaduais de desenvolvimento sustentável, como desenvolvemos no Amapá e como, posteriormente, Jorge Viana o fez no Acre, nas cabeceiras do rio, e como agora o Governador Eduardo Braga, o faz no grande Estado do Amazonas, balizando o caminho do novo modelo e dos novos projetos para a Amazônia.

O Governo do Presidente Lula está integrando as suas ações e, sobretudo, as linhas de financiamento. O novo padrão de financiamento que tanto esperamos para a Amazônia é aquele que vai promover a cidadania e a inclusão. O crédito deve chegar a todos, que a ele terão direito e acesso. Para isso, o Presidente Lula acaba de lançar um grande programa de microcrédito.

Nesse aspecto, podemos destacar a atuação da agência de fomento do Amapá, que, em dois anos, promoveu e manteve em torno de oito mil empregos, o que mostra que a necessidade de crédito destina-se ao atendimento daqueles que sempre estiveram excluídos.

Por último, destaco a bela festa de Parintins. Fomos testemunhas de uma festa magnífica e da criatividade do povo de Parintins e de todo o povo do Estado do Amazonas. A presença do Presidente Lula foi apoteótica. Mais uma vez, Sua Excelência foi recebido com imenso carinho e, sobretudo, com imensa expectativa. O Presidente, nesses seis meses de Governo, já esteve na região pelo menos por três vezes. Parece-me que é o Presidente que mais viajou para a região, o que demonstra, com clareza, a sua preocupação com nosso destino.

Obrigado, Sr. Presidente.