O SR. HÉLIO COSTA (PMDB - MG. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado, Sr. Presidente.

O Brasil é sempre citado como o País do futuro, o País das oportunidades. Historicamente, numa referência a Pero Vaz de Caminha, é sempre lembrado como o País onde se plantando tudo dá. Mas ainda existem, no meu Estado de Minas Gerais, regiões que precisam de uma oportunidade: a oportunidade do desenvolvimento, a oportunidade de se poder viver como em outras partes do nosso Estado e do nosso País.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Siqueira Campos. Fazendo soar a campainha.) - Senador Hélio Costa, a Mesa faz uma correção, já que cometeu um erro: V. Exª dispõe de cinco minutos.

O SR. HÉLIO COSTA (PMDB - MG) - Perfeitamente, Sr. Presidente. eu iria, na verdade, gastar apenas cinco minutos.

É por essa razão que lembro que, todas as vezes que o Brasil investiu e quis realmente mostrar a sua capacidade, o País conseguiu. Foi assim que fizemos com o aço quando, na década de 40, começamos a investir na produção desse metal, e, hoje, somos um dos maiores produtores do melhor e mais barato aço do mundo. Hoje, somos um dos maiores exportadores de soja, depois dos Estados Unidos, certamente. Somos um dos maiores exportadores de suco de laranja. Somos grandes exportadores mundiais de calçados. Sempre que queremos investir em algum setor conseguimos a excelência naquele setor. Mas é preciso criar a oportunidade.

É por essa razão que, hoje, fiz questão de vir ao plenário do Senado da República para defender uma posição no meu Estado de Minas Gerais. O norte de Minas, onde estive neste final de semana, já foi o maior produtor de algodão do Brasil; hoje, lamentavelmente, estamos importando algodão do Paraná - para nós é uma honra muito grande porque é um Estado produtor. Por que Minas Gerais está importando algodão? Porque deixamos de produzir, não demos oportunidade para se continuar uma cultura tradicional na região.

Hoje, ao mandar um ofício a nossa Ministra de Minas e Energia e ao Presidente da Petrobras, faço um apelo, porque é do norte de Minas que vem a notícia de que temos possibilidade de encontrar petróleo na bacia do rio São Francisco. Na verdade, a Petrobras já fez um estudo na região, mas nunca revelou o que encontrou. Ela não disse se seu estudo foi ou não bem-sucedido, se devemos continuar com a esperança de, em algum dia, extrairmos petróleo ou até mesmo gás naquela região.

A verdade é que há determinadas regiões na bacia do São Francisco que ninguém arrisca acender um fósforo na água do rio, porque pega fogo. Há vários lugares em que não se pode furar um poço, porque sai gás. Isso precisa ser investigado. É preciso que a Petrobras assuma uma posição. É importante que o Ministério de Minas e Energia dê essa chance ao povo do norte de Minas, fazendo essa prospecção na bacia do São Francisco.

Precisamos investir? Devemos investir. Quem acabou esclarecendo o potencial que existe na região da bacia do São Francisco foi o pesquisador Nestor Malarde Filho, que afirma que a bacia possui o petróleo do tipo brant, com grande valor no mercado internacional. Ele sustenta que a jazida petrolífera é uma das maiores do País e que há quatro empresas interessadas em começar a fazer prospecção para possível exploração.

Entretanto, segundo matéria publicada no mais importante jornal de Minas Gerais, o Estado de Minas, até agora a Petrobras não incluiu a bacia do São Francisco entre as suas áreas de prospecção e estudo para ver se há petróleo e gás.

Então, encaminhei esse ofício à nossa ilustre Ministra Dilma Rousseff e, também, ao Presidente da Petrobras, o ex-Senador José Eduardo Dutra, para que se faça esta prospecção na região, pois será muito importante para o povo de Minas Gerais.

Conforme eu disse, estive, neste fim de semana, na região de Montes Claros, no norte de Minas, e pudemos avaliar como seria extremamente importante para o Estado, para o norte de Minas, para todo o vale do Jequitinhonha, para região inteira na fronteira com a Bahia, se pudéssemos dizer que existe uma leve esperança de ali se encontrar petróleo ou gás, porque seria a redenção econômica da região.

Muito obrigado, Sr. Presidente.