O SR. NEY SUASSUNA (PMDB - PB. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, mediante o discurso que acaba de proferir, o Senador Antonio Carlos mostrou que, às vezes, perdemos o foco, e que, de forma estranha, algumas autoridades buscam melhorar a sua fatia em detrimento do contribuinte.

Isso acontece em todas as áreas. Acabei de tomar conhecimento de uma medida que me deixou, por que não dizer, revoltado. V. Exª, que já lidou com segurança, sabe o quanto está frágil a segurança em nosso País, o quanto a sociedade tem que fazer para se proteger. Além de pagar os impostos às polícias - federal, civil e militar -, ainda tem que pagar pela sua própria segurança. É assim que vive a sociedade hoje: pagando seguranças particulares que protegem as entradas das ruas onde moram. Trata-se, quase, de uma bitributação.

Pois bem, acabei de tomar conhecimento de que no Rio de Janeiro - e logo no Rio de Janeiro -, onde o cidadão tem um dos maiores índices de insegurança do País, uma autoridade resolveu tirar todos os portões, todas as cabines de segurança, de todos os condomínios da cidade. Parece até um convênio com o crime organizado, ou com os bandidos em geral, para que tenham mais acesso às residências e, dessa forma, possam roubar mais. Os cidadãos fazem isso apenas como forma de proteção, pois a polícia não é capaz de lhe garantir segurança.

Chegou-se a ponto de os favelados da Favela do Morro do Banco, que passam por um dos portões de um condomínio da Barra, fazerem um abaixo-assinado pedindo à Prefeitura que não permita que o portão seja retirado, porque se retirarem-no, o tráfico, com certeza, irá tomar conta do morro e da favela deles. Quer dizer, o próprio cidadão carente está pedindo que não se retire a proteção.

Tenho certeza de que o Prefeito César Maia não está tomando conhecimento de uma medida como esta, que vem na contra-mão do desejo do cidadão de dar segurança à sua família e à sua residência.

Esse é o alerta que faço. Peço que não criemos mais dificuldades para aqueles que já têm muitas dificuldades, seja pelo problema econômico, seja pelo problema de segurança neste País.

Muito obrigado.