Discurso durante a Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Comemoração do transcurso do nonagésimo terceiro aniversário do Município de Brasiléia no Acre.

Autor
Geraldo Mesquita Júnior (PSB - Partido Socialista Brasileiro/AC)
Nome completo: Geraldo Gurgel de Mesquita Júnior
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. DESENVOLVIMENTO REGIONAL.:
  • Comemoração do transcurso do nonagésimo terceiro aniversário do Município de Brasiléia no Acre.
Publicação
Publicação no DSF de 08/07/2003 - Página 17287
Assunto
Outros > HOMENAGEM. DESENVOLVIMENTO REGIONAL.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, MUNICIPIO, BRASILEIA (AC), ESTADO DO ACRE (AC), REGISTRO, VISITA, ORADOR, DEPUTADOS, GOVERNADOR, COMEMORAÇÃO.
  • ANUNCIO, CONSTRUÇÃO, PONTE, LIGAÇÃO, MUNICIPIO, BRASILEIA (AC), ESTADO DO ACRE (AC), CIDADE, PAIS ESTRANGEIRO, BOLIVIA, RECURSOS, SUPERINTENDENCIA DA ZONA FRANCA DE MANAUS (SUFRAMA), GOVERNO ESTADUAL, IMPORTANCIA, INTEGRAÇÃO, ECONOMIA, TURISMO, REGIÃO.
  • ELOGIO, GESTÃO, JORGE VIANA, GOVERNADOR, ESTADO DO ACRE (AC), INCENTIVO, CIDADANIA, DESENVOLVIMENTO SOCIAL, DESENVOLVIMENTO ECONOMICO, INTEGRAÇÃO, AMERICA LATINA.

O SR. GERALDO MESQUITA JÚNIOR (Bloco/PSB - AC. Para uma comunicação inadiável.) - Venho à tribuna no dia de hoje para comunicar a esta Casa que, no último final de semana, exatamente no dia três de julho, estive em Brasiléia, município acreano na fronteira do Brasil com a Bolívia.

Acompanhado do Governador Jorge Viana, de Deputados Federais e Estaduais, além das lideranças locais, participamos das comemorações dos 93 anos de fundação daquele Município, desbravado em 1910 pelo médico Luiz Barreto de Menezes, liderando um sem número de pioneiros que, poucos anos após a batalha vencida por Plácido de Castro contra a Bolívia, já buscavam restabelecer as relações e a integração com os irmãos bolivianos.

Pois, Sr. Presidente, o sonho da integração começou a se materializar 93 anos depois, quando o Governador Jorge Viana entregou ao alcaide de Cobija, Jorge Rojas, a maquete de uma ponte que será construída pelo Governo brasileiro, com ajuda do Governo do meu Estado, sobre o rio Acre e que vai ligar Brasiléia a Cobija, a capital boliviana do Departamento de Pando. A ligação ainda é feita por meio de catraias, pequenos barcos comuns na Amazônia, mas, em doze meses, lá mesmo no porto onde estão as catraias, surgirá uma ponte de moderna tecnologia e que será erguida a um custo de R$7 milhões. Os recursos são oriundos da Superintendência da Zona Franca de Manaus, Suframa, com contrapartida de 20% do Governo do Acre.

A construção de uma ponte na região obedece a uma ousada estratégia econômica do Governo do Acre. Depois de ter, com ajuda do Governo Federal na gestão do ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso - e é bom que se diga isso sempre -, conseguido pavimentar os 110km da chamada Estrada do Pacífico, que liga o Município de Basiléia a Assis Brasil, na fronteira com o Peru, o Governo do competente e dedicado Governador Jorge Viana quer ir mais longe, quer atrair investimentos da Bolívia e do Peru, além de melhorar as relações comerciais e de turismo para uma região que foi secularmente esquecida e marginalizada.

Não preciso aqui dizer, Srªs e Srs. Senadores, que estou falando de uma região emocionalmente bela. Bela pelo seu povo, que é humilde, mas determinado; bela pela pujança de sua fauna e de sua flora. Bela porque, se para alguns ali é o fim do Brasil, para nós, é o começo da nossa pátria, berço dos nossos ideais, catedral dos nossos sonhos. Enfim, bela porque o abandono e a falta de perspectivas de Governos que não olharam para dentro do Brasil não tiraram aquilo que o nosso povo tem também de mais belo: a esperança.

Os dias melhores tão longamente esperados estão chegando a bordo de muito trabalho e de muita dedicação de um Governo que tem pressa porque longo foi o tempo perdido. O companheiro Jorge Viana e sua equipe, com a ajuda determinada da bancada aqui no Congresso Nacional e a permanente ajuda da bancada aliada na Assembléia Legislativa, tem conseguido fazer muito mais que obras físicas no meu querido Estado do Acre. Tem reacendido a chama da esperança, a crença de que melhores dias virão e também tem recapturado a auto-estima que o nosso povo corria o risco de perder em função de governos estaduais, ajudados pela irresponsabilidade de outros governos federais que muito mais que desviar recursos públicos e deixar de realizar obras imprescindíveis fizeram com que boa parte do nosso povo perdesse a crença em si mesmo.

Esse tempo de desesperança já vai longe. O Acre se prepara para viver uma nova história. Fazer história numa região de fronteira é abrir os braços para os irmãos estrangeiros que vivem separados por linhas imaginárias ou físicas, como é o caso do rio Acre em relação à Bolívia e ao Peru, mas uma linha física que será transposta, que será superada em nome da solidariedade que deveria ser o lema e a busca de todos nós que integramos essa fascinante América Latina.

Era o que tinha a comunicar, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 08/07/2003 - Página 17287