O SR. EDUARDO SIQUEIRA CAMPOS (PSDB - TO Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, venho à tribuna trazer uma preocupação da parte produtora do Brasil.

O Correio Braziliense destaca, hoje, em uma extensa matéria, no Caderno de Economia, que o Brasil passou a ser, nesses últimos doze meses, o maior vendedor de carne do mundo.

Sr. Presidente, isto quer dizer que o Brasil vem dando certo, o Brasil do meu Tocantins, o de Goiás, o de Mato Grosso, o Brasil da produção, o Brasil que conseguiu escapar da febre aftosa, o Brasil que fez o controle e a defesa animal de forma eficiente, colocando-nos como produtores aceitos pelos mercados mais importantes do mundo.

Sr. Presidente, é deste Brasil que venho falar, porém, trazendo alguma preocupação.

Destaca ainda o Correio Braziliense que o custo dos pecuaristas subiu 7% e que o preço do boi gordo caiu 10%.

Mas, Sr. Presidente, o que me preocupa ainda mais - e transformo essa preocupação em um apelo direcionado ao grande Ministro Roberto Rodrigues -, é a questão dos recursos para a defesa animal junto àqueles Estados que, a exemplo do Tocantins, conseguiram adquirir o Certificado de Zona de Exclusão da Febre Aftosa

Sr. Presidente, para dar idéia da importância desse certificado, basta dizer que ele foi emitido em Paris e entregue às autoridades tocantinenses como reconhecimento pelo trabalho realizado pelo nosso Estado, tendo em vista não haver detectado nenhuma ocorrência de casos da febre aftosa. Aliás, no Tocantins, também estamos trabalhando para o desenvolvimento de tecnologias, que são acompanhadas pelos produtores com o objetivo de obtermos a cada dia uma carne da mais alta qualidade. Sr. Presidente, as nossas portas estão abertas rumo ao Mercado Comum Europeu, ao mercado russo e o da China, além de outros mercados.

O Correio Braziliense destaca ainda o mal da vaca louca, mencionando que uma importante decisão foi tomada pelo Ministro Roberto Rodrigues no sentido de rastrear as 4.500 rezes, importadas pelo Brasil, oriundas dos Estados Unidos e do Canadá.

Sr. Presidente, parabenizo S. Exª, o Ministro, por tal medida e solicito de S. Exª que requeira à Delegacia Federal do Ministério da Agricultura no Tocantins os pedidos protocolados naquela Delegacia, para que não paralisemos os programas que estão em andamento no Estado do Tocantins. Custou tempo, dinheiro ao produtor tocantinense - o que não foi ainda atingido por outros Estados - para obtermos a condição de zona livre da aftosa e de outras doenças e males. Para isso, Sr. Presidente, veículos foram adquiridos, técnicos foram contratados, além de serem formados verdadeiros esquemas de mobilização entre os produtores rurais, além de cobranças de implantação de novas tecnologias. Recentemente, missões européias visitaram fazendas e frigoríficos de Tocantins, atestando que o nosso Estado atingiu a excelência na produção de carne, sendo, hoje, um dos grandes exportadores de carne deste País.

Portanto, para darmos prosseguimento a todo esse programa, não podemos abrir mão de convênios junto ao Ministério da Agricultura, a fim de que o Tocantins continue a ser considerado uma área livre da febre aftosa - uma luta, como disse, de mais de dois anos.

Por fim, Sr. Presidente, a informação que temos do nosso Secretário da Agricultura é que, mesmo reconhecendo ser o Ministro Roberto Rodrigues um grande Ministro deste Governo, um homem do setor, um homem que conhece a pecuária e a agricultura brasileira, um homem que, hoje, está anunciando que vai rastrear o gado importado do Canadá e dos Estados Unidos, reiteramos a S. Exª que não se esqueça de um Estado tão importante como é o do Tocantins, que conseguiu controlar a febre aftosa de maneira eficaz, além do reconhecimento que obtivemos junto aos mercados externos, para que possa o produtor tocantinense continuar tranqüilo e apto a exportar a carne do nosso Estado para os mercados mundo afora.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.