Discurso durante a Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Inauguração do Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA), no distrito industrial de Manaus.

Autor
Romero Jucá (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RR)
Nome completo: Romero Jucá Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
DESENVOLVIMENTO REGIONAL.:
  • Inauguração do Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA), no distrito industrial de Manaus.
Publicação
Publicação no DSF de 11/07/2003 - Página 17787
Assunto
Outros > DESENVOLVIMENTO REGIONAL.
Indexação
  • SAUDAÇÃO, INAUGURAÇÃO, ESTADO DO AMAZONAS (AM), CENTRO DE PESQUISA, PRODUÇÃO, BIOTECNOLOGIA, REGIÃO AMAZONICA, INTEGRAÇÃO, LABORATORIO, EMPRESA, ALOJAMENTO, PESQUISADOR, RECURSOS, SUPERINTENDENCIA DA ZONA FRANCA DE MANAUS (SUFRAMA), MINISTERIO DO DESENVOLVIMENTO DA INDUSTRIA E DO COMERCIO EXTERIOR (MDIC), MINISTERIO DA CIENCIA E TECNOLOGIA (MCT), MINISTERIO DO MEIO AMBIENTE (MMA), PREVISÃO, IMPACTO AMBIENTAL, CRESCIMENTO ECONOMICO, DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL, VALORIZAÇÃO, BIODIVERSIDADE.

O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB - RR. Sem apanhamento taquigráfico) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, muitas vezes, as revoluções autênticas, aqueles fenômenos que efetivamente têm a capacidade de transformar um país ou uma região, acabam não tendo o merecido destaque no exato momento em que estão ocorrendo.

Pois é bastante provável que, mais uma vez, estejamos a deparar-nos com situação desse tipo.

Há pouco mais de seis meses, Sr. Presidente, foi inaugurado, no Distrito Industrial de Manaus, o Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA). O evento, é claro, recebeu algum destaque na mídia, e pode-se dizer que os resultados a serem alcançados pela nova instituição parecem, de certa forma, intuídos pela sociedade, especialmente a da região amazônica.

Não obstante, penso que ainda estamos longe de alcançar a verdadeira dimensão da iniciativa; longe de compreender o que exatamente significa, para o Brasil e para aquela região, a criação do CBA.

Em termos físicos e financeiros, o CBA já representa, em si, uma realização grandiosa.

São doze mil metros quadrados de área construída, onde estarão integrados um complexo de vinte e seis laboratórios, uma central de produção de extratos, instalações para incubação de empresas, alojamentos para pesquisadores e instalações de apoio administrativo e à pesquisa.

Uma obra na qual estão sendo investidos sessenta milhões de reais, em esforço conjunto da Superintendência da Zona Franca de Manaus, dos Ministérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, da Ciência e Tecnologia e do Meio Ambiente, do Governo do Estado do Amazonas e da iniciativa privada.

De qualquer forma, porém, penso que, ainda mais relevantes que os aspectos físicos e financeiros do empreendimento, são seus impactos ambientais e econômicos.

E isso, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, porque o CBA vai dar prioridade aos trabalhos que, de maneira sustentável, se apóiam na extraordinária biodiversidade da Amazônia. O que significa dizer que a flora e a fauna da região, em toda sua pujança, serão utilizadas para a obtenção de produtos naturais das mais diversas modalidades: dos produtos farmacêuticos e fitoterápicos aos cosméticos e bioinseticidas; dos produtos alimentícios aos extratos, corantes, aromatizantes e óleos essenciais.

É às empresas de transformação e industrialização desse tipo de produtos, Sr. Presidente, produtos ecologicamente corretos e de alto valor agregado, que o CBA dará suporte.

De modo que a região amazônica poderá abandonar, definitivamente, o modelo de desenvolvimento predatório que a caracterizou por tanto tempo, e nesse sentido bastaria falar, por exemplo, da exploração indiscriminada da madeira.

Com o CBA, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, os objetivos são outros.

Com o CBA, e aqui me permito transcrever texto elaborado pela equipe da nova instituição, “serão priorizadas as áreas de ciência, tecnologia e inovação tecnológica, visando o aumento da competitividade dos bioprodutos e produtos agropecuários produzidos na Amazônia, e assegurando desenvolvimento de técnicas que influenciam diretamente a produtividade e a qualidade desses produtos para o mercado interno e o exigente mercado internacional”.

Com o CBA, “serão disponibilizadas, ou consolidadas, competências em áreas de grande relevância para o desenvolvimento biotecnológico, como, por exemplo, no setor de marcas e patentes, na gestão e transferência de tecnologias e na informação sobre produtos naturais e biotecnológicos e seus mercados”.

Com o CBA, finalmente, “será desenvolvida e potencializada a experiência que já existe no País em termos de bioprospecção”.

Por tudo isso, Sr. Presidente, penso que a criação do Centro de Biotecnologia da Amazônia deve ser louvada. E penso, ainda, que devemos empreender os esforços necessários para que a instituição consiga firmar-se e prestar ao Brasil e à região amazônica a contribuição e os serviços que dela se esperam.

Afinal, num momento em que até os nomes de frutos típicos da região são patenteados por empresas estrangeiras, nada mais urgente que termos, ali, um centro de excelência destinado à preservação de nossas riquezas e ao desenvolvimento sustentável de produtos genuinamente nacionais.

Muito obrigado!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/07/2003 - Página 17787