Discurso durante a 11ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

A importância da Rede Sarah de Hospitais do Aparelho Locomotor.

Autor
Leonel Pavan (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/SC)
Nome completo: Leonel Arcangelo Pavan
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SAUDE.:
  • A importância da Rede Sarah de Hospitais do Aparelho Locomotor.
Publicação
Publicação no DSF de 16/07/2003 - Página 18171
Assunto
Outros > SAUDE.
Indexação
  • LEITURA, PROPOSTA, FONTE, INTERNET, ATENDIMENTO, TRATAMENTO MEDICO, REDE NACIONAL DE HOSPITAIS DA MEDICINA DO APARELHO LOCOMOTOR.
  • ELOGIO, ATUAÇÃO, HOSPITAL, QUALIDADE, ATENDIMENTO, IGUALDADE, TRATAMENTO MEDICO, CIDADÃO, REFERENCIA, PUBLICAÇÃO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, CORREIO BRAZILIENSE, DISTRITO FEDERAL (DF), POSSIBILIDADE, EXPORTAÇÃO, TECNOLOGIA, REDE NACIONAL DE HOSPITAIS DA MEDICINA DO APARELHO LOCOMOTOR, DEFESA, MANUTENÇÃO, RECURSOS, BENEFICIO, SAUDE PUBLICA.
  • ENCAMINHAMENTO, MESA DIRETORA, VOTO, ELOGIO, REDE NACIONAL DE HOSPITAIS DA MEDICINA DO APARELHO LOCOMOTOR.

O SR. LEONEL PAVAN (PSDB - SC. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, venho hoje a esta tribuna para me manifestar sobre o significado que tem para o Brasil a existência de uma rede de saúde do porte e da qualidade da Rede SARAH de Hospitais do Aparelho Locomotor.

Sr. Presidente, a nobreza dos propósitos do projeto criado pelo Dr. Campos da Paz pode ser avaliada pelo que se lê na página da Rede Sarah na Internet, que reproduzo aqui, tendo em vista o significado que possuem. Assim, Senhoras e Senhores Senadores, os hospitais SARAH se propõem a:

* CRIAR um centro especializado de saúde que entenda o ser humano como SUJEITO da AÇÃO e não como OBJETO sobre o qual se aplicam técnicas.

* VIVENCIAR a medicina do aparelho locomotor como um conjunto de conhecimentos e técnicas unificadas, destinados a restituir ao incapacitado físico o direito universal de ir e vir.

* ATUAR na sociedade para prevenir a incapacidade e a deformidade, combatendo, ao mesmo tempo, preconceitos quanto à deficiência física, pois o que caracteriza a vida é a infinita variação da forma que no tempo muda.

* DEFENDER o princípio de que nenhum homem pode ser discriminado por ser diferente da média em sua forma física ou maneira própria de realizar uma atividade.

* LIBERTAR-SE da dependência tecnológica pela utilização do potencial criador de nossa cultura, rejeitando a atitude passiva diante do consumismo e da imitação.

* DESENVOLVER uma atitude crítica diante de modelos importados, sejam técnicas, sejam comportamentos.

* SIMPLIFICAR técnicas e procedimentos para adaptá-los às necessidades reais apresentadas pelos contrastes econômicos e culturais das regiões brasileiras; simplificação é a síntese crítica de sistemas e processos mais complexos: "não se simplifica aquilo que não se conhece".

* VALORIZAR a iniciativa inovadora e a troca de experiências, no ensino e na pesquisa, estimulando a criatividade de pessoas e grupos, "o indivíduo é a Instituição" e cada um por ela responde, a ela dedicando sua vida.

* VIVER para a saúde e não sobreviver da doença.

* TRANSFORMAR cada pessoa em agente de sua própria saúde.

* TRABALHAR para que a UTOPIA deste Hospital seja educar para a saúde, de tal modo, até que todos, protegidos da doença, dele não mais necessitem.

* A COMUNIDADE é a principal responsável por esta obra, cuja finalidade é a realização de sua vontade. Cabe, portanto, como dever de todos, cobrar desta Instituição o compromisso hoje consolidado.

Da leitura desses postulados, fica claro desde logo a profunda integração do projeto com a cidadania brasileira, com a cultura de nosso povo e com o firme propósito de ser agente do desenvolvimento social e tecnológico da Nação brasileira.

A Rede Sarah não foi criada apenas para prestar serviços médicos. Ela existe como um projeto de saúde para o povo brasileiro, utilizando os recursos públicos do modo como devem ser usados, ou seja, dando à população o retorno em serviços de qualidade do dinheiro arrecadado com impostos pagos pelos contribuintes.

Um segundo marco na atuação das equipes que trabalham na Rede é o da distribuição para toda a população, sem distinção de classes, do benefício social do atendimento a que os hospitais se destinam. Seja um Ministro de Estado ou um humilde lavador de carros, todos são atendidos pelas equipes do Doutor Campos da Paz.

O centro hospitalar de Brasília é exemplo cabal dessa visão sobre o ser humano. Lá são atendidos desde altas autoridades da República até anônimos cidadãos, sem que haja distinção na qualidade do atendimento prestado. Lá não existem pacientes de primeira classe ou de segunda. E eu posso fazer tal afirmação, pois lá estive internado e sob tratamento por trinta dias, no início deste ano, e pude ver a forma igualitária como são tratados os brasileiros e brasileiras que buscam amparo nos profissionais que lá militam.

Sr. Presidente, a Rede Sarah funciona a partir dos recursos que recebe da União. A contrapartida que dá é o atendimento gratuito e de primeira linha a toda e qualquer pessoa que necessite de seus serviços, brasileiros ou não. Hoje são cerca de 210 milhões de reais/ano, como já informou o Senador Pedro Simon. São milhões mais do que bem empregados em atendimento hospitalar, ambulatorial, pesquisa e desenvolvimento tecnológico. Poucas, raríssimas instituições no mundo conseguem se posicionar nessa gama de atuação com os resultados que as equipes do Doutor Campos da Paz conseguem.

A repercussão do trabalho realizado pelo Sarah já atingiu a Europa e os Estados Unidos. Como noticiou o Correio Braziliense da última terça-feira, a Dinamarca deseja importar a tecnologia Sarah de tratamento de aparelho locomotor. A Dra. Lúcia Braga, diretora executiva da Rede Sarah, é reconhecida mundialmente como uma autoridade médica.

O modelo de operação dos hospitais Sarah no Brasil pode e deve ser copiado por outras instituições públicas e privadas. Abrindo hospitais em pontos estratégicos do território, a rede dá atendimento regionalizado, maximizando seu potencial de atendimento, e evitando o gigantismo de número excessivo de unidades.

Mais uma vez, Sr. Presidente, se entrarmos na página da Rede Sarah, poderemos ver a complexidade e abrangência das doenças tratadas por seus profissionais e dos recursos materiais e humanos necessários para fazê-lo com sucesso e competência. Paralisia cerebral, acidente vascular cerebral, espinha bífida, doenças metabólicas que afetam o cérebro, diagnóstico clínico-laboratorial das doenças genéticas, atrofia muscular espinhal, traumatismo crânio-encefálico, lesão medular, paralisia facial periférica, paralisia braquial obstétrica, distrofia muscular progressiva, artrogripose, pé torto congênito compõem a lista das doenças que o Sarah trata. Nomes complicados e difíceis para significar males bem reais para muitos dos nossos irmãos e irmãs brasileiros. Por trás de expressões claras apenas para os afeitos à Medicina, estão problemas angustiantes de saúde, freqüentemente incapacitantes para a vida normal, e que os profissionais da Rede Sarah se propõem curar, ou reabilitar para uma vida saudável os que delas padecem.

Muitos de nós já tivemos pessoas próximas acidentadas com traumatismos graves, que passaram pela gratificante experiência de ser atendidas pelas equipes de um hospital da Rede Sarah. Sabemos o que isso pode significar de diferença entre a recuperação e a não-recuperação.

Sr. Presidente, reiterando a solicitação feita pelo Senador Pedro Simon, desta mesma tribuna, peço à Mesa o encaminhamento de voto de louvor à Rede Sarah de Hospitais, na pessoa do Doutor Campos da Paz e de sua equipe em todo o Brasil, pelo serviço público que presta à população brasileira.

E clamo, em seguida, para que não sejam feitos cortes de verbas para a Rede, sob pena de prejudicarmos um dos poucos serviços públicos de atendimento à saúde que funcionam a contento no Brasil. Ao contrário, que se busque espelhar no modelo de gestão da Rede Sarah para o gerenciamento de outros serviços importantes para a população brasileira em geral.

Era o que tinha a dizer.

Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 16/07/2003 - Página 18171