Discurso durante a 14ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Registro da visita de S.Exa. ao Estado de Israel.

Autor
Eduardo Suplicy (PT - Partido dos Trabalhadores/SP)
Nome completo: Eduardo Matarazzo Suplicy
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ATUAÇÃO PARLAMENTAR. POLITICA EXTERNA.:
  • Registro da visita de S.Exa. ao Estado de Israel.
Aparteantes
Hélio Costa.
Publicação
Publicação no DSF de 22/07/2003 - Página 19374
Assunto
Outros > ATUAÇÃO PARLAMENTAR. POLITICA EXTERNA.
Indexação
  • INFORMAÇÃO, RELATORIO, VISITA, ORADOR, NEY SUASSUNA, SENADOR, PAIS ESTRANGEIRO, ISRAEL, ATENDIMENTO, CONVITE, GOVERNO ESTRANGEIRO, EMBAIXADOR, CONHECIMENTO, PROCESSO, PAZ, ORIENTE MEDIO.
  • LEITURA, CARTA, AUTORIA, PRESIDENTE DA REPUBLICA, DESTINAÇÃO, YASSER ARAFAT, ARIEL SHARON, PRESIDENTE, PRIMEIRO-MINISTRO, PAIS ESTRANGEIRO, PALESTINA, ISRAEL, RECONHECIMENTO, ESFORÇO, GOVERNO ESTRANGEIRO, OBTENÇÃO, PAZ.

O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Mão Santa, Srªs e Srs. Senadores, na última semana, juntamente com o Senador Ney Suassuna, a convite do Governo do Estado de Israel e do Embaixador de Israel no Brasil, nós fizemos uma visita de três dias altamente frutífera àquele país. O propósito dessa visita foi participarmos de um colóquio, de um simpósio oferecido especialmente a parlamentares da América do Sul e da América Latina para conhecerem de perto o processo de paz no Oriente Médio.

Eu gostaria de registrar, Sr. Presidente, que tendo informado ao Sr. Presidente Luiz Inácio Lula da Silva dessa viagem, Sua Excelência me fez portador de uma mensagem tanto ao Primeiro Ministro do Estado de Israel, Ariel Sharon, como ao Presidente da Autoridade Nacional Palestina, Yasser Arafat em termos semelhantes. Eu quero aqui ler tanto a carta para o Primeiro Ministro, Ariel Sharon, como também a destinada ao Presidente Yasser Arafat.

            Em função de o Primeiro Ministro Ariel Sharon estar viajando nos primeiros três dias - S. Exª estava no Reino Unido e depois na Noruega -, eu entreguei a carta àquele que nos recebeu e nos transmitiu que, como Vice-Ministro das Relações Exteriores, o Diretor-Geral do Ministério das Relações Exteriores, Yoav Biran, eu poderia entregar este ofício, pois ele seria encaminhado diretamente ao Primeiro-Ministro Ariel Sharon. Diz a carta:

Senhor Primeiro-Ministro,

Apresento-lhe meus mais cordiais cumprimentos e votos de boa saúde e felicidade. Por intermédio da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado Federal, Senador Eduardo Suplicy, que participa de Seminário para Parlamentares da América Latina organizado pelo Ministério das Relações Exteriores de Israel, desejo transmitir-lhe sincera mensagem de amizade do povo brasileiro.

O Brasil acompanha com atenção e esperança os esforços de paz que vêm sendo empreendidos pelo Governo de Vossa Excelência e pela Autoridade Nacional Palestina com vistas à obtenção de uma paz justa e duradoura na região. Exortamos israelenses e palestinos a perseverarem na busca do fim do conflito e na criação de condições para que o Estado de Israel e um Estado palestino independente convivam lado a lado em harmonia e segurança dentro de fronteiras internacionalmente reconhecidas.

O Governo brasileiro acredita que o exemplo de convivência pacífica, em nosso País, entre brasileiros de origem judaica e árabe indica o caminho para o estabelecimento de uma era de tolerância e entendimento no Oriente Médio que beneficie todos os povos da região e propicie a intensificação de suas relações com todos os povos amigos.

Aproveito a oportunidade para renovar a Vossa Excelência os sentimentos da mais alta consideração.

Assina o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Os termos da carta para Sua Excelência, o Senhor Yasser Arafat, Presidente da Autoridade Nacional Palestina são os seguintes:

Senhor Presidente,

Apresento-lhe meus mais cordiais cumprimentos e votos de boa saúde e felicidade. Por intermédio do Presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado Federal, Senador Eduardo Suplicy, que participa de Seminário para Parlamentares da América Latina organizado pelo Ministério das Relações Exteriores de Israel, desejo transmitir-lhe sincera e calorosa mensagem de amizade do povo brasileiro.

O Brasil acompanha com atenção e esperança os esforços de paz que vêm sendo empreendidos pela Autoridade Nacional Palestina e pelo Governo de Israel com vistas à obtenção de uma paz justa e duradoura na região. Exortamos palestinos e israelenses a perseverarem na busca do fim do conflito e na criação de condições para que se estabeleça um Estado Palestino independente que conviva lado a lado com o Estado de Israel, em harmonia e segurança dentro de fronteiras internacionalmente reconhecidas.

O Governo brasileiro acredita que o exemplo de convivência pacífica, em nosso País, entre os brasileiros de origem árabe e judaica indica o caminho para o estabelecimento de uma era de tolerância e entendimento no Oriente Médio que beneficie todos os povos da região e propicie a intensificação de suas relações com todos os povos amigos.

Aproveito a oportunidade, para renovar a Vossa Excelência os sentimentos de mais alta consideração.

Assina o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Agradeço aqui a atenção e a hospitalidade do Embaixador brasileiro Sérgio Moreira Lima. Desde o momento em que eu e o Senador Ney Suassuna, chegamos a Israel, S. Exª nos deu toda a atenção.

Logo ao chegar, na segunda-feira, dirigi-me a Ramallah. Depois de atravessar a fronteira entre Israel e a parte administrada pela Autoridade Nacional Palestina, tivemos a oportunidade de verificar que nas barreiras, quando identificada a delegação brasileira - eu, o motorista e o Embaixador Sérgio Moreira Lima -, de pronto, os policiais e as demais pessoas com quem falávamos eram muito atenciosos e simpáticos.

Seguimos em direção ao escritório do Primeiro-Ministro Abu Mazen, que se encontrava em reunião de trabalho. Não fora estabelecido previamente um horário para essa visita, mas queríamos cumprimentar S. Exª. De pronto - estávamos adiantados -, veio encontrar-nos o Embaixador Sobo, que por oito anos serviu no Brasil, dizendo que o Presidente Yasser Arafat estava nos esperando para a audiência. Seguimos, então, à sede do Governo da Autoridade Nacional Palestina e pudemos observar que ela é cercada por um muro e que foram destruídos muitos edifícios que a constituíam. Como é sabido, houve ali, há algum tempo, um bombardeio muito forte. Então, pudemos notar também que, pela precisão dos mísseis e obuses que atacaram a sede do Governo, seria perfeitamente possível às autoridades militares israelenses, se tivessem desejado, destruírem também o edifício onde se encontrava, e ainda se encontra, Yasser Arafat. Fomos recebidos por Arafat e conversamos cerca de 50 minutos.

Há cerca de três anos, juntamente com a então Deputada Marta Suplicy, eu tinha visitado Yasser Arafat, assim como Shimon Peres e também a viúva de Yitzhak Rabin.

Notei que Yasser Arafat se encontra relativamente bem de saúde. Ele nos recebeu com bom humor e muita disposição. Agradeceu ao Presidente Lula a atenção de ter-lhe enviado a carta que citei. Quando lhe perguntei como vê os esforços de paz e se acredita que há possibilidade de esse esforço mais recente ser bem-sucedido, ele disse que dependerá muito do controle, da vigilância e do acompanhamento por parte do denominado quarteto, composto pelo Governo dos Estados Unidos, pela União Européia, pelo Governo da Rússia e pelas Nações Unidas. Disse que é preciso acompanhar o processo passo a passo.

Registro que, desde que foi iniciado esse esforço para se chegar a um novo caminho denominado the road map - o mapa do caminho -, faz 20 dias que não há qualquer ato bélico ou de suicídio por parte das mulheres ou dos homens-bombas palestinos. Não tem havido problemas muito graves em qualquer dos lados. Há indicações de que esse processo para buscar a paz poderá ser bem-sucedido.

Ainda ontem, houve um encontro entre o Primeiro-Ministro Ariel Sharon e o Primeiro-Ministro Abu Mazen, respectivamente de Israel e da Autoridade Nacional Palestina. E ambos irão encontrar-se, nos próximos dias, com o Presidente George Bush, em Washington, quando tentarão avançar na negociação de paz. O Primeiro-Ministro da Autoridade Nacional Palestina, Abu Mazen, tem insistido na importância de se aumentar a libertação de presos palestinos para que ele possa ter maior autoridade perante o seu povo.

            Nos inúmeros diálogos que tivemos com o Embaixador Yoav Biran, Diretor-Geral do Ministério de Relações Exteriores, como também com outras autoridades e o Presidente do Parlamento de Israel, que nos recebeu juntamente com diversos outros Parlamentares, o Presidente da Knesset, Reuven Rivlin, e outros ressaltaram que, da parte do Governo de Israel, há maior confiança no Primeiro-Ministro Abu Mazen em relação ao que ocorreu historicamente com o Presidente Yasser Arafat.

Eu também gostaria de destacar que, desde o meu primeiro contato com o Embaixador de Israel no Brasil, disse a S. Exª que seria importante demonstrarmos - assim como fiz da outra vez que visitei Israel - a manifestação do Governo, do Congresso Nacional e do povo brasileiro para os dois lados, tanto de Israel quanto da Autoridade Palestina. Por isso, levei ao Primeiro-Ministro Ariel Sharon e ao Presidente Yasser Arafat a carta do Presidente Lula.

Conhecemos diversos lugares importantes da Terra Santa. Quando cheguei, já havia se iniciado a visita. O Senador Ney Suassuna, que amanhã transmitirá suas impressões da viagem, pôde visitar Jerusalém e diversos lugares da antiga Jerusalém. Eu já conhecia a região da outra visita que fiz.

Ouvimos as impressões tanto de autoridades, de ministros, como também de especialistas em segurança e em questões de terror. No diálogo com cerca de trinta parlamentares, um colombiano perguntou a esse especialista em terrorismo: “Afinal de contas, se os senhores consideram o Presidente Yasser Arafat uma pessoa perigosa e não confiável, por que não o mataram quando atacaram a sede do Governo, como ocorreu na Colômbia, com um tiro fixo?” A muitos de nós, como eu próprio, o Senador Ney Suassuna e outros que estavam ao nosso lado, a pergunta soou estranha, mas provocou uma reação interessante. Aquele que tanto criticara o Presidente Yasser Arafat, de pronto, explicou-nos que matá-lo seria algo muito arriscado para Israel, uma vez que o Presidente Yasser Arafat foi eleito diretamente, é uma autoridade reconhecida pelo povo palestino e um símbolo de grande importância, assim como, obviamente, o Primeiro-Ministro Ariel Sharon é para os israelenses, cuja história se confunde com a História de Israel desde 1948. Ele disse que, se as forças armadas de Israel tivessem atingido e matado o Presidente Yasser Arafat, poderiam ter desencadeado uma reação de tal ordem, que, eventualmente, poderiam até mesmo perder aliados, inclusive os Estados Unidos. Por isso eles não se arriscariam a fazer isso.

O Sr. Hélio Costa (PMDB - MG) - Permite-me V. Exª um aparte?

            O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP) - Senador Hélio Costa, vou completar a exposição de alguns dos fatos principais e, com a maior honra, quero conceder o aparte que V. Exª está solicitando.

O Presidente Yasser Arafat nos perguntou muito a respeito de como vai o Governo do Presidente Lula, e eu disse dos sucessos na área do combate à inflação, da maior credibilidade adquirida pelo Governo, dos esforços para a erradicação da fome e da miséria, do Programa Fome Zero, do debate que está havendo para aperfeiçoar os programas de transferência de renda e da grande preocupação para iniciarmos uma nova fase de crescimento acelerado, sobretudo em função de o desemprego estar sendo uma preocupação bastante grande no País, de como o Governo quer enfrentar esse grande desafio.

Também conversamos a respeito do Iraque e tive a oportunidade de transmitir a S. Exª a proposição feita pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, de pronto apoiando essa proposição a Sérgio Vieira de Mello, para que lá, no Iraque, eles possam seguir algo semelhante ao constituído pelo Fundo Permanente do Alasca, que propõe um dividendo pago a todos os habitantes daquele lugar. Isso, inclusive, está sendo objeto da consideração pelo administrador-chefe, Embaixador dos Estados Unidos no Iraque, Paul Bremer, conforme anúncio realizado em 23 de junho na Jordânia.

Visitamos o Parque Industrial Tefen, idealizado por Stephen Wertheimer, um industrial que reuniu cerca de setenta a oitenta indústrias da mais alta tecnologia, num pólo industrial notável onde trabalham 50% de palestinos e 50% de judeus, mostrando que podem perfeitamente conviver em harmonia.

Visitamos a indústria militar israelense, uma fábrica de mísseis e de ogivas, e constatamos o avanço tecnológico de Israel nessas áreas. Na área da Medicina, conhecemos uma cápsula pequena em que há uma câmera de vídeo com quatro flashes, que a pessoa pode engolir. Uma vez no aparelho digestivo, essa máquina fotografa em videocâmara o estômago. Esse é um exemplo do avanço tecnológico alcançado por Israel em muitas outras áreas da Medicina e, obviamente, na área tecnológica da agricultura.

O nosso semi-árido Nordeste que tem algo a aprender e a interagir com Israel, como tem ocorrido nas últimas duas décadas.

O SR. PRESIDENTE (Mão Santa) - Senador Eduardo Suplicy, lamentamos informar que o tempo previsto para o seu pronunciamento está esgotado.

O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP) - Permita-me apenas receber o aparte do Senador Hélio Costa.

O Sr. Hélio Costa (PMDB - MG) - Senador Eduardo Suplicy, quero apenas cumprimentar V. Exª pelo êxito da sua viagem ao Oriente Médio como Presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, que V. Exª representa muito bem, transmitindo os anseios, as expectativas dos brasileiros com relação a esse conflito sem fim no Oriente. Vejo que V. Exª encontrou um cenário bem diferente daquele que encontramos na mesma região há cerca de ano e meio, quando lá fui em missão oficial, juntamente com o seu colega de Partido, Deputado Milton Temer, do PT do Rio de Janeiro, e com o seu Colega de Estado, Deputado Antonio Carlos Pannuzio. Na mesma região que V. Exª foi, não conseguimos sequer passar pelos chamados check points, pelas barreiras que separam a cidade de Jerusalém da cidade de Hamallah. Tivemos que entrar em Hamallah furtivamente, utilizando recursos de pessoas ligadas ao movimento palestino para podermos chegar do outro lado e observar a tragédia que havia sido o bombardeio na cidade de Ramallah. Não falamos com Yasser Arafat, pois fomos recebidos por cinco tanques do Exército israelense, defronte do quartel-general do Líder Yasser Arafat. E nos disseram, naquele momento, com o testemunho dos Deputado Milton Temer e Antônio Carlos Pannunzio, rigorosamente o seguinte: afastem-se porque estamos autorizados a disparar os canhões, mesmo sabendo que se tratava de uma delegação de Parlamentares brasileiros. Vejo que V. Exª encontrou um cenário diferente. Espero que a intransigência do passado, que permite e permitiu que um líder guerrilheiro israelense, como Menahem Begin, chegasse a ser Primeiro-Ministro de seu país, não permitiu que um líder guerrilheiro, herói dos palestinos, que é Yasser Arafat, pudesse ser Primeiro-Ministro de seu país. Teve de ser substituído, a comando das Forças Aliadas (Estados Unidos e Israel), a fim de que tivesse início o processo de paz. E por que, conforme disse V. Exª, pouparam Yasser Arafat? Poderiam ter bombardeado, sim, o quartel-general - estive lá e vi com que facilidade aqueles cinco tanques poderiam atingir aquela casa simples no centro de Ramallah -, e Yasser Arafat não estaria mais entre nós. Foi poupado como o grande líder do povo palestino, que precisa ser respeitado. Este é o momento de transição, em que Abu Mazen assume o papel de Primeiro-Ministro. E, inevitavelmente, lá na frente, o grande líder palestino é Yasser Arafat. Muito obrigado pelos apartes, Senador Eduardo Suplicy.

O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP) - É muito interessante o que V. Exª nos traz como informação. Eu gostaria de lhe dizer que, na verdade, pudemos, sim, atravessar o check point, quando estávamos próximos, já a uns 500 metros do escritório de Arafat, e vimos ali apenas um tanque israelense.

No diálogo com o Presidente Yasser Arafat, ele nos disse que uma das coisas que o incomodavam, por exemplo, era que tinham feito um toque de recolher, e que isso prejudicava muito a vida em Ramallah, porque havia ocorrido, dois dias antes, o desaparecimento, creio, de um motorista israelense. Estavam procurando a pessoa e, por isso, haviam instituído um novo toque de recolher, não se sabia por quantos dias, e isso prejudicava a normalidade da vida em Ramallah, inclusive das escolas, e assim por diante. Quando terminou o nosso diálogo, que durou das seis horas e dez minutos as cinco para as sete, iríamos passar novamente no escritório de Abu Mazen, o Embaixador Sobo nos acompanhou, e perguntei-lhe: - Será que podemos agora cumprimentar o Primeiro Ministro Abu Mazen? Ele nos disse que não seria possível, porque naquele momento iriam se reunir os membros da Coordenação da Autoridade Palestina, o que significou que o Presidente Yasser Arafat estava se encontrando com o Primeiro Ministro Abu Mazen. No dia seguinte, li no noticiário, que, depois de algum tempo, ambos se reuniram para coordenar os esforços e acertarem os pontos de vista. E li na imprensa hoje que o Primeiro Ministro Abu Mazen, já tendo um maior entendimento com o Presidente Yasser Arafat, encontrou-se no dia de ontem com o Primeiro Ministro Ariel Sharon. É importante que tenhamos tido a oportunidade de testemunhar os esforços de paz avançarem. Como dizem os ofícios de Lula a ambas autoridades, é o desejo do povo brasileiro, pois aqui há tanto descendentes de árabes quanto de judeus, numa demonstração clara de que esses povos podem viver com respeito mútuo, em harmonia, em cooperação e trabalhando todos juntos.

Quero completar, Presidente Mão Santa, informando que tive a oportunidade de visitar não apenas Jerusalém como também o lugar onde Jesus fez o sermão da montanha, o lugar onde foi batizado, no rio Jordão, por João Batista e também o mar da Galiléia, onde realizou alguns de seus principais milagres. Aproveitei para ali fazer orações para a paz e por todos nós, inclusive para que possamos ter um melhor entendimento para nós do PT, porque, se podemos colaborar para o entendimento entre palestinos e árabes, tenho a convicção de que podemos chegar a um melhor entendimento entre todos nos do PT para o bem do Brasil.

Obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 22/07/2003 - Página 19374