O SR. VALMIR AMARAL (PMDB - DF. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, naturalmente, o mundo vive em constante mutação; contudo, hoje, nos deparamos com uma realidade social inteiramente nova, que se traduz em sérias e profundas implicações para a vida individual e coletiva. Por isso, é preciso que nos preparemos adequadamente para melhor enfrentá-la. Faço essas afirmativas para lembrar que a população em todo o planeta está envelhecendo em ritmo bastante acelerado, bem mais rápido do que previam, ainda há pouco, os estudiosos da matéria, os demógrafos, obrigados agora a rever inúmeras projeções. É certo que o Brasil também se depara com essa situação: a reposição populacional ocorre de forma mais lenta e o contingente de idosos avança rapidamente, dando nova dimensão ao segmento social que conforma a chamada terceira idade.

Essas constatações impõem a todos nós que atuamos na área pública um exercício de reflexão e a imediata e conseqüente elaboração de políticas públicas realistas, de alto alcance, com capacidade de assegurar aos integrantes desse grupo, que hoje reúne quase 15 milhões de pessoas, uma vida digna e plena de significados, para eles mesmos e para toda a sociedade. É exatamente a isso que nos convida o novo conceito de envelhecimento ativo, que emergiu da assembléia mundial sobre envelhecimento, iniciativa da Organização das Nações Unidas, realizada há pouco mais de um ano na Espanha, como salientou ainda recentemente, neste plenário, o eminente Senador Edison Lobão, ao pedir mais atenção aos idosos.

Dessa forma, foi com muita satisfação que tomei conhecimento da realização, em nossa Capital, no período de 11 a 14 de agosto próximo, do III Encontro Mercosul sobre Terceira Idade, o III Mercoseti, organizado pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos, órgão da Presidência da República, com o apoio de inúmeras instituições locais e nacionais.

Durante quatro dias, brasileiros, argentinos, uruguaios e paraguaios estarão aqui reunidos para pensar e discutir as inúmeras facetas e perspectivas de uma matéria que diz respeito a toda a sociedade. O Idoso e os desafios para o desenvolvimento sustentável no terceiro milênio é o tema central deste III Mercoseti, evento que se desdobra em um grande conjunto de atividades como o III Congresso Multidisciplinar sobre a Terceira Idade, a III Exposição de Projetos, Ciência e Tecnologia para a Terceira Idade, o I Encontro de Técnicos sobre Cuidadores de Idosos e o I Encontro do Mercosul sobre Turismo da Terceira Idade.

Além de todos esses eventos paralelos, com a participação de especialistas também da Espanha, do Chile e da Colômbia, ocorrerão ainda mesas-redondas, oficinas temáticas sobre a terceira idade e a apresentação de temas livres previamente inscritos. No simpaticamente denominado Espaço Kronos, haverá lançamento de livros e tardes de autógrafos em torno de obras que têm como foco o idoso; o lançamento do Prêmio Kronos de Literatura, em prosa e poesia; mostra de cinema, teatro, artesanato e canto, todos voltados para a terceira idade.

Enfim, Sr. Presidente, encerrando esta curta intervenção, quero salientar que é um privilégio para todos nós, brasilienses, ver nossa cidade, a capital de todos os brasileiros, transformar-se, nesses quatro dias de agosto, na capital da terceira idade. Estou seguro de que o III Mercoseti cumprirá com o seu objetivo de “contribuir para promover um envelhecimento digno e com qualidade de vida saudável, divulgando e expandindo as melhores práticas verificadas nos países do Mercosul”.

Concluo citando Sua Santidade, o Papa João Paulo II, justamente com as palavras que estão na abertura do livreto de divulgação do III Encontro do Mercosul sobre a Terceira Idade: “os anciãos ajudam a contemplar os acontecimentos terrenos com mais sabedoria, porque as vicissitudes os tornaram mais experimentados e amadurecidos. Eles são os guardiões da memória coletiva e, por isso, intérpretes privilegiados do conjunto de idéias e valores humanos que mantêm e guiam a convivência social. Excluí-los é rejeitar o passado, onde penetram as raízes do presente, em nome de uma modernidade sem memória”.

Muito obrigado.