O SR. JEFFERSON PÉRES (PDT - AM. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, compreendo a sua angústia devido à premência do tempo, mas, como Líder do PDT e diante do que vi, não poderia silenciar. Eu corroboro tudo que disse o Senador Arthur Virgílio.

Não costumo participar dessas manifestações, Sr. Presidente. Respeito quem delas participa, mas as evito, não busco manifestações para aparecer diante de câmeras de televisão. Recebi, porém, um apelo para ir lá porque estava acontecendo algo grave, e constatei, realmente, a gravidade dos fatos. Vi uma tropa de policiais tentando impedir inclusive que nós, Senadores, atravessássemos. Foi preciso a intervenção enérgica do Senador Arthur Virgílio para que nos deixassem passar para o lado de lá dos manifestantes.

Vi um manifestante sendo carregado quase em estado de choque, Sr. Presidente - creio que ele estava sendo levado para o pronto-socorro -, nos corredores desta Casa. Funcionários antigos - isto não vi - me disseram que havia policiais armados no interior do Senado, inclusive no recinto da Comissão onde se discutia a reforma da previdência. Isso aconteceu, Sr. Presidente! Disseram-me os funcionários: “Senador, não vi isso no regime militar”. Isso é grave!

Não quero chorar sobre o leite derramado. Os fatos aconteceram, lamentavelmente, mas creio que, como Presidente do Congresso Nacional, V. Exª deve tomar uma providência. Vêm aí as votações das reformas, e o interesse popular, principalmente dos servidores, é enorme. Que seja impedido, sim, que manifestantes agridam Senadores e Deputados com insultos das galerias, como disse o Senador Arthur Virgílio, mas impedi-los de vir às galerias, impedi-los de entrar na sua Casa, Sr. Presidente, hoje, com o governo popular no poder, anos depois de terminado o regime autoritário... Sr. Presidente, isso não pode se repetir no Congresso Nacional. É o apelo que lhe faço em nome do PDT nesta Casa.