Discurso durante a 22ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Exalta o Programa do Leite criado no Estado do Rio Grande do Norte para incrementar a produção naquele estado. Elogios à conduta parlamentar da senadora Iris de Araújo, que se despediu hoje do Senado Federal.

Autor
Garibaldi Alves Filho (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RN)
Nome completo: Garibaldi Alves Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA SOCIAL. HOMENAGEM.:
  • Exalta o Programa do Leite criado no Estado do Rio Grande do Norte para incrementar a produção naquele estado. Elogios à conduta parlamentar da senadora Iris de Araújo, que se despediu hoje do Senado Federal.
Aparteantes
Pedro Simon.
Publicação
Publicação no DSF de 01/08/2003 - Página 20907
Assunto
Outros > POLITICA SOCIAL. HOMENAGEM.
Indexação
  • IMPORTANCIA, IMPLANTAÇÃO, PROGRAMA, LEITE, ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE (RN), RESULTADO, AUMENTO, PRODUÇÃO, AQUISIÇÃO, PRODUTO, GOVERNO ESTADUAL, DESTINAÇÃO, CRIANÇA, PESSOA DEFICIENTE, MULHER, SITUAÇÃO, GRAVIDEZ, ALEITAMENTO MATERNO.
  • ELOGIO, ATUAÇÃO, VIDA PUBLICA, ATUAÇÃO PARLAMENTAR, IRIS DE ARAUJO, SUPLENTE, MAGUITO VILELA, SENADOR, OPORTUNIDADE, DESPEDIDA, SENADO.

O SR. GARIBALDI ALVES FILHO (PMDB - RN. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, queria associar-me ao Senador Pedro Simon na homenagem à Universidade do Vale do Rio dos Sinos, no Rio Grande do Sul, e apoiá-lo quando ele fala sobre a necessidade do incremento da produção do leite no Brasil.

Nós, do Nordeste, encontramos uma maneira alternativa de incrementar essa produção por meio de uma espécie de subsídio. Talvez não seja tão forte como o dos países europeus, mas não deixa de ser um subsídio. Trata-se do Programa do Leite, instalado no Rio Grande do Norte há oito anos e que agora voltou a ser criado no Estado, uma vez que já o tinha sido no Governo de Geraldo Melo. Esse programa possibilitou ao Estado, que produzia 80 mil litros de leite por dia, ter hoje uma produção superior a 400 mil litros de leite por dia, chegando a atingir 600 mil litros de leite por dia.

Ora, Sr. Presidente, de uma hora para outra, deu-se um salto dessa natureza na produção de leite no Nordeste. Por quê? Porque se criou um Programa do Leite incentivando a bacia leiteira do Estado. E, graças a esse programa do Rio Grande do Norte, já existe hoje um programa na Paraíba, em Pernambuco, em Alagoas. Todos esses Estados passaram a adotar esse programa, que se constitui numa aquisição, pelo Governo, do leite produzido, que depois se destina a crianças de zero a 3 anos, a deficientes, a nutrizes e a gestantes. Esse é o universo dos beneficiados pelo programa. Graças a ele, a bacia leiteira vem resistindo a todas as intempéries, a todos os problemas. E sabemos que é raro o ano, aliás, podemos dizer que há seca no Nordeste em todos os anos. Há anos em que a seca é, como dizemos, uma “seca braba”, uma seca violenta. É a seca descrita nos épicos dos escritores do Nordeste. Em alguns anos, há uma convivência com ela, como ocorre neste ano.

            Pois bem, é nesse contexto que se fez o Programa do Leite, pelo qual se incentiva, a exemplo dos países da Europa, talvez não com a dimensão existente lá, a produção leiteira. Só no Rio Grande do Norte, são 138 mil litros de leite por dia. Ora, Sr. Presidente, sabemos que a primeira meta do Programa de Incentivo à Produção e ao Consumo de Leite que está sendo lançado pelo Ministério da Segurança Alimentar, é da ordem de 760 mil litros de leite. Só um Estado já chega a beneficiar esse universo de que falei aqui com 138 mil litros de leite por dia. Cada criança, cada gestante, cada nutriz, cada deficiente recebe um litro de leite por dia.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, por fim, quero prestar homenagem a uma Senadora que se despediu hoje, pelo menos momentaneamente, do Plenário do Senado Federal - a Senadora Iris de Araújo. Lamentei não estar aqui quando a Senadora ocupou a tribuna do Senado para proferir um discurso de despedida, já que S. Exª é suplente do Senador Maguito Vilela, o qual ocupará sua cadeira a partir da próxima semana.

Por conta de sua militância no PMDB, já conhecia a Senadora Iris de Araújo, a sua bravura, o seu brilhantismo; mas quero dizer a S. Exª que me tornei seu admirador aqui no plenário do Senado, pela consistência dos pronunciamentos, pela sensibilidade que demonstrou, como mulher, diante da realidade brasileira. De modo que eu não poderia deixar hoje este plenário sem dizer da honra que nos concedeu a Senadora Iris de Araújo pela sua passagem pelo Senado Federal.

Concedo um aparte ao Senador Pedro Simon.

O Sr. Pedro Simon (PMDB - RS) - Senador Garibaldi Alves Filho, é com muita emoção que faço um aparte a V. Exª. Fiquei profundamente magoado por não estar aqui - hoje é um dia tranqüilo e eu poderia estar aqui -, mas, por uma série de ocupações, eu não sabia que a Senadora faria um pronunciamento. Cá entre nós, eu me culpo, porque hoje é dia 31 e eu deveria ter imaginado que seria o dia em que S. Exª se despediria. Tenho certeza de que V. Exª fala em nome de toda a Casa, mas, de modo especial, em nome do PMDB e em meu nome também. A Senadora Iris de Araújo desenvolveu uma atividade excepcional, demonstrada pelo conjunto dos pronunciamentos, pela heterogeneidade dos temas que abrangia: o tema da terra, da reforma agrária, os temas de seu querido Goiás, os problemas sociais, que enfrentou como Primeira-Dama - participando de muitos, dirigindo outros, comandando alguns -, e também os problemas da mulher, da saúde. A atuação de S. Exª foi realmente extraordinária. Claro que recebemos com alegria o Senador Maguito, mas comentávamos, quando diziam que o PMDB poderia participar do Ministério, que S. Exª seria um bom Ministro, e, assim, a nossa Senadora Iris poderia ficar aqui. A Senadora Iris de Araújo vai deixar muita saudade, mas tenho certeza, tenho convicção de que S. Exª, pelo seu estilo, pela sua maneira de ser, na área religiosa, social, nas mais diversas atividades, continuará desenvolvendo seu trabalho, na luta pelo bem comum. Acredito, com toda a sinceridade, que Goiás, nas próximas eleições, haverá de nos dar a oportunidade de tê-la novamente no nosso convívio. Felicito V. Exª, a quem peço leve à Senadora Iris o meu carinhoso abraço, o meu afetuoso abraço, o meu muito obrigado pela sua presença, pelo trabalho, pela alegria. A convivência com a Senadora, com seu otimismo, suas palavras de estímulo, fará a todos uma falta muito grande. Tenho certeza de que V. Exª, Senador Garibaldi, realmente fala pela Casa toda.

O SR. GARIBALDI ALVES FILHO (PMDB - RN) - Senador Pedro Simon, V. Exª disse muito bem do ecletismo dos temas abordados pela Senadora Iris de Araújo, que quase todos os dias comparecia a esta tribuna e falava a respeito dos temas os mais abrangentes e com a maior profundidade, porque não resta dúvida de que é fácil se abordar um certo universo de temas, mas o difícil mesmo é abordá-los com a profundidade com que a Senadora Iris de Araújo os abordou aqui.

Não houve um problema - e olhe que estamos numa fase de eclosão de problemas de toda sorte - que despontasse no cenário nacional que não tivesse a abordagem da Senadora.

Pois não, Senador Pedro Simon.

O Sr. Pedro Simon (PMDB - RS) - O início de um Governo todo complicado, com as dificuldades da revolução, da transformação que ele operou.

O SR. GARIBALDI ALVES FILHO (PMDB - RN) - Pois é, e S. Exª, diante desse cenário, sendo uma Senadora que assumiu seu mandato nessas circunstâncias, poderia até ter se intimidado, mas, pelo contrário, S. Exª foi em frente, abordou os temas e nos deixou a lição de sua presença parlamentar, sobretudo na tribuna parlamentar. Não quero nem falar do trabalho nas Comissões, porque hoje há a preocupação de valorização da tribuna parlamentar, que, aliás, é ocupada de uma maneira brilhante pelo Senador Pedro Simon, um dos Senadores que valorizam a tribuna parlamentar. Pois a Senadora Iris de Araújo não deixou de ocupar a tribuna parlamentar.

Assim como o Senador Pedro Simon, eu gostaria de dizer que Goiás bem que poderia nos proporcionar um Ministro como a Senadora Iris de Araújo, que tivemos aqui durante esses quatro meses.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 01/08/2003 - Página 20907