O SR. RENAN CALHEIROS (PMDB - AL. Como Líder.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ao protagonizar quase oito décadas de lutas pelo direito de expressão e pela integração de nosso País, o jornalista Roberto Marinho saiu da vida entrando definitivamente na História brasileira. Sua morte é uma perda para o primado das liberdades.

Esse homem público incansável mostrou, ao longo de sua vida, que é possível construir um país moderno, dinâmico, progressista e justo. Ele foi responsável, em grande parte, por quase um século de evolução do País, principalmente no campo da cultura, da educação e da informação. Roberto Marinho e as Organizações Globo ajudaram a construir um Brasil democrático.

Tendo dedicado sua vida à construção de uma das maiores redes de comunicação do mundo, Roberto Marinho acompanhou a transformação de seu tempo, implementou as inovações necessárias e deixa sua marca na imprensa brasileira. Nos tempos de chumbo, abrigou e protegeu jornalistas e intelectuais perseguidos. À frente das Organizações Globo, ajudou o Brasil a se conhecer melhor, levou alegria e informação aos lares de cada recanto do País.

Quero destacar aqui, neste momento de grande comoção nacional, o trabalho do jornalista e empresário na área social. Com a Fundação Roberto Marinho, patrocinou a arte e a cultura. Com programas relevantes, como o Criança Esperança, ajudou decisivamente o futuro do Brasil.

Roberto Marinho foi o responsável por uma das mais emocionantes sagas empresariais e jornalísticas do Brasil. Com a crença de quem podia fazer sempre mais, construiu as bases de um conglomerado de comunicação que teve participação destacada nos eventos mais importantes do século que passou e do início desta década.

Toda a travessia por 78 anos de trabalho - nós sabemos - não foi fácil. Mas o espírito empreendedor de Roberto Marinho o colocou na história como um dos homens mais arrojados do Brasil, uma pessoa dotada de um talento mágico, que, do nada, criou empresas, viu o futuro, correu riscos, investiu, gerou empregos e ajudou a fazer a grandeza do País.

Com tudo isso, ele se definiu, certa vez, na Associação Brasileira de Imprensa, com estas palavras: “Nasci homem de imprensa. Fui, sou, tenho sido e só serei, enquanto tiver vida e capacidade de trabalho, apenas e tão somente homem de imprensa. Este, o meu destino. Esta, a minha vocação.”

Quero deixar aqui, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores - como Líder do PMDB e em nome da Bancada de Senadores do Partido -, meu registro de apreço e admiração pelo Dr. Roberto. Minhas condolências à família Marinho e aos integrantes das Organizações Globo, que perdem seu exemplo maior de profissional sério, jornalista competente e chefe batalhador. Se a comunicação, a cultura e o País perderam um homem de vanguarda, ganharam um imortal, não apenas por pertencer à Academia, mas por seu exemplo de vida.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.