Discurso durante a 92ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comentários sobre a matéria "Redução do IPI poderá não chegar aos consumidores", publicada no jornal Folha de S.Paulo, edição de 6 do corrente.

Autor
Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO. POLITICA INDUSTRIAL.:
  • Comentários sobre a matéria "Redução do IPI poderá não chegar aos consumidores", publicada no jornal Folha de S.Paulo, edição de 6 do corrente.
Publicação
Publicação no DSF de 08/08/2003 - Página 22673
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO. POLITICA INDUSTRIAL.
Indexação
  • CRITICA, ATUAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, DEMORA, CUMPRIMENTO, PROPOSTA, ESPECIFICAÇÃO, ANUNCIO, REDUÇÃO, PERCENTAGEM, IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS (IPI), RECUPERAÇÃO, CRISE, INDUSTRIA AUTOMOTIVA.
  • TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, FOLHA DE S.PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), FALTA, DECISÃO, INDUSTRIA AUTOMOTIVA, POSSIBILIDADE, REDUÇÃO, IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS (IPI), AUTOMOVEL.

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o governo petista do Presidente Lula tem muito de mero fogo de palha.

Alardeia a bandeiras despregadas atos que demora a pôr em prática e que, no final, não são bem o que anuncia.

Temo que isso esteja ocorrendo com relação à anunciadíssima redução de três pontos percentuais do IPI incidente sobre veículos, como fórmula mágica e salvadora para a crise do setor.

Temo e com razão.

Baseio-me não apenas em minhas próprias conclusões, mas também em minucioso levantamento publicado hoje pela Folha de S.Paulo, a respeito da propalada benesse do governo.

A matéria tem título e chamada.

A chamada diz:

Empresas não decidiram se corte será aplicado no preço de fábrica ou no desconto.

O título é este:

            REDUÇÃO DO IPI PODERÁ NÃO CHEGAR AOS CONSUMIDORES

A matéria, assinada pelas jornalistas Cláudia Rolli, Fátima Fernandes e Maeli Prado, informa que as montadoras ainda não decidiram se vão aplicar o corte no IPI sobre os preços de fábrica ou sobre os preços com descontos (bônus) que oferecem geralmente para as revendas.

Leio, a seguir, alguns dos tópicos da matéria da Folha e peço que seu inteiro teor passe a integrar este comunicado de liderança, para que conste dos Anais do Senado Federal.

 

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DOCUMENTOS A QUE SE REFERE O SR. SENADOR ARTHUR VIRGÍLIO EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inseridos nos termos do art. 210 do Regimento Interno.)

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São Paulo, quarta-feira, 06 de agosto de 2003

Empresas não decidiram se corte será aplicado no preço de fábrica ou no desconto

Redução do IPI poderá não chegar aos consumidores

CLAUDIA ROLLI

FÁTIMA FERNANDES

MAELI PRADO

DA REPORTAGEM LOCAL

      Ainda não está certo se o consumidor será beneficiado com a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para carros populares e médios.

      Isso porque as montadoras ainda não decidiram se vão aplicar o corte no IPI sobre os preços de fábrica ou sobre os preços com descontos (bônus) que oferecem geralmente para as revendas.

      Essa definição é crucial. As concessionárias informam que a queda de preço para os consumidores só vai acontecer de fato se as montadoras repassarem a redução do imposto sobre os preços já com descontos. Se isso não ocorrer, o consumidor não vai sentir o efeito no bolso.

      A consultoria AutoInforme calcula que, no mês passado, o preço médio praticado pelas concessionárias estava 6,9% abaixo do preço de tabela. Em janeiro deste ano, esse percentual era de 4,8%.

      "Não sabemos se, com a redução do IPI, as montadoras vão manter os descontos", afirma Maurício Mendes, da Itavema, revenda da Fiat.

      "Se as montadoras mantiverem a política de bônus, o desconto ao consumidor será integral. Mas não podemos garantir que essa política vá se manter", diz Naul Ozi, diretor-executivo da Sopave, revenda da Volks.

      Mercado decide

      A GM informa, por meio de sua assessoria de imprensa, que o mercado é quem vai decidir se o desconto será feito sobre os preços de fábrica ou sobre os preços com descontos. Volks e Ford ainda estudam o que vão fazer.

      Apesar dessa indefinição, a queda do IPI vai resultar na diminuição de preços de cerca de R$ 450 a R$ 1.200 para as revendas, dependendo do modelo do carro.

      José Carlos Pinheiro Neto, vice-presidente da GM, diz que a redução de um ponto percentual no IPI significa idêntica queda no preço do veículo. "Nos carros da GM de até 2.000 cilindradas, isso vai significar redução de R$ 450 a R$ 1.000 para as concessionárias."

      "Essa foi uma ótima medida. O consumidor estava aguardando isso para comprar carro. Agora acabou o clima de expectativa", afirma. A GM, diz, possui 36 mil carros em estoque nos pátios das suas fábricas e na sua rede de concessionárias, o que equivale a cerca de 40 dias de produção. O normal para a empresa seria ter estoque para 25 dias.

      Repasse integral

      Nos carros da Fiat, a queda nos preços para o consumidor deverá ser da ordem de R$ 600, informa Lélio Ramos, diretor comercial. O preço do Mille Fire vendido hoje pela internet deve cair de R$ 14.990 para R$ 14.390. Nos pátios da montadora e da sua rede de concessionárias existem cerca de 23 mil carros, o que equivale a um mês de produção.

      A Ford informa que sua tabela de preços será definida assim que for publicado o decreto sobre a redução do imposto. "Vamos repassar para o consumidor 100% do benefício fiscal recebido", afirma Rogélio Golfarb, diretor de assuntos corporativos.

      As 420 revendas da Ford devem fazer promoções de hoje até domingo, com desconto de 3% no preço final dos carros que estão em estoque. No caso do Ford Ka One, o preço cai de R$ 15.990 para R$ 15.510 nas lojas paulistas.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 08/08/2003 - Página 22673