Discurso durante a 93ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Homenagem de pesar pelo falecimento do jornalista Roberto Marinho, ressaltando a importância da Rede Globo na integração dos estados da Região Amazônica.

Autor
Mozarildo Cavalcanti (PPS - CIDADANIA/RR)
Nome completo: Francisco Mozarildo de Melo Cavalcanti
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. TELECOMUNICAÇÃO.:
  • Homenagem de pesar pelo falecimento do jornalista Roberto Marinho, ressaltando a importância da Rede Globo na integração dos estados da Região Amazônica.
Publicação
Publicação no DSF de 09/08/2003 - Página 23011
Assunto
Outros > HOMENAGEM. TELECOMUNICAÇÃO.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, ROBERTO MARINHO, JORNALISTA, EMPRESARIO, TELECOMUNICAÇÃO, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), ELOGIO, ATUAÇÃO, AMPLIAÇÃO, ACESSO, INFORMAÇÃO, BRASILEIROS, ANALISE, IMPORTANCIA, EMISSORA, TELEVISÃO, INTEGRAÇÃO, ESTADOS, REGIÃO NORTE, INCLUSÃO, AREA, FRONTEIRA, COMUNIDADE INDIGENA.

O SR. MOZARILDO CAVALCANTI (PPS - RR. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o Brasil, ontem, sofreu uma comoção muito forte com a perda do jornalista Roberto Marinho, proprietário das Organizações Globo.

Vários aspectos foram ressaltados quanto à influência da Rede Globo na vida do brasileiro, assim como a importância internacional que adquiriu. Como Senador do Estado do Amazonas, destaco um aspecto que, no meu entender, em termos de Brasil, talvez tenha sido o mais relevante da atuação da Rede Globo, principalmente como televisão: a integração das regiões mais abandonadas ao restante da nossa Nação. Não fosse a Rede Globo não haveria, no Acre, Rondônia, Roraima e Amapá, a notícia inédita, em cima da hora, nem as novelas e os programas de humorismo e, repito, a integração da Amazônia com o resto do País. 

A Rede Amazônica de Televisão, afiliada da Rede Globo, tem transmissoras em Rondônia, Acre, Roraima, Amazonas e Amapá. Nos outros Estados da Amazônia, a Globo também se faz presente, mas suas afiliadas não pertencem à Rede Amazônica de Televisão. Mas o certo é que a presença da Rede Globo nas cidades mais distantes das fronteiras imensas da Amazônia serve como um elo de brasilidade, de permanência do sentimento nacional naqueles distantes rincões da Pátria.

Trago minha homenagem neste momento, ressaltando esse aspecto da integração nacional que foi promovido pelo trabalho brilhante do jornalista Roberto Marinho à frente da Rede Globo de Televisão.

Nas aldeias indígenas ou vilarejos na fronteira do Brasil com a Venezuela, Colômbia, Bolívia e Peru, por meio de uma antena parabólica pode-se assistir a toda a programação das emissoras de televisão, principalmente da Rede Globo, pioneira nesse trabalho, com estações de retransmissão em Municípios pequenos daquela imensa região amazônica.

Esse trabalho precisa ser registrado sob o aspecto fundamental de manter a integração e ressaltar a nossa soberania. Aqueles cidadãos que vivem na fronteira estão, muitas vezes, mais ligados à vida da cidade do país vizinho do que ao resto do Brasil e nela fazem suas compras. Basta dizer, por exemplo, que, no Estado do Amazonas, quem sai de Manaus para ir a Tabatinga tem de voar três horas, pelo menos, de avião a jato ou viajar vários dias de barco, o que é mais comum na Amazônia.

Então, levando o noticiário, a informação, o entretenimento ao nosso povo, mostrando o jeito brasileiro de ser, a televisão teve, com certeza, um papel importante nas últimas décadas. Até a década de 70, meu Estado não tinha a presença da televisão; conseguíamos pegar, por parabólica, os sinais da Venezuela. E as rádios mais captadas eram também as da Venezuela, Cuba ou Estados Unidos.

Na verdade, essa revolução que a comunicação trouxe garantiu, repito, a integração da Amazônia ao restante do País. Hoje, qualquer pronunciamento que se faz na Câmara e no Senado é alcançado pelas antenas parabólicas em transmissão pela TV Senado ou pela TV por assinatura; antes, as notícias chegavam lá apenas pela Voz do Brasil, por meio do rádio.

Portanto, o papel da TV Globo foi muito importante. Toda essa interação das informações não teria ocorrido, não fosse o espírito empreendedor do Jornalista Roberto Marinho.

Presto também homenagem ao jornalista Fhelippe Daou, proprietário da Rede Amazônia de Televisão, afiliada da Rede Globo.

Como Senador pelo Estado de Roraima, Senador da Amazônia, que se preocupa muito com a integração da nossa região ao restante do País, faço este registro, com todo o merecimento que o fato requer, para que conste dos Anais do Senado. Muitas homenagens já foram prestadas a Roberto Marinho. Como dizem os jornais de hoje, toda a República foi prestar sua homenagem: o Presidente da República, os Presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados, Ministros de Estados, pessoas do povo, artistas, empresários. Na verdade, o País todo reverenciou a vida e a obra do jornalista Roberto Marinho. O povo da Amazônia também agradece o trabalho que foi feito pelo eminente jornalista.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 09/08/2003 - Página 23011