Discurso durante a 93ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Estudo técnico que aponta o Estado do Maranhão como o local ideal para instalação de siderúrgica da Vale do Rio Doce.

Autor
Edison Lobão (PFL - Partido da Frente Liberal/MA)
Nome completo: Edison Lobão
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA INDUSTRIAL.:
  • Estudo técnico que aponta o Estado do Maranhão como o local ideal para instalação de siderúrgica da Vale do Rio Doce.
Publicação
Publicação no DSF de 09/08/2003 - Página 23029
Assunto
Outros > POLITICA INDUSTRIAL.
Indexação
  • COMENTARIO, ESTUDO TECNICO, COMPANHIA VALE DO RIO DOCE (CVRD), EMPRESA ESTRANGEIRA, PAIS ESTRANGEIRO, CHINA, CONCLUSÃO, VANTAGENS, ESTADO DO MARANHÃO (MA), INSTALAÇÃO, USINA SIDERURGICA, APROVEITAMENTO, PORTO DE ITAQUI, REDE VIARIA, INFRAESTRUTURA, CAPITAL DE ESTADO.
  • REGISTRO, VANTAGENS, INSTALAÇÃO, ESTADO DO MARANHÃO (MA), REFINARIA, PETROLEO.
  • ELOGIO, AUTORIDADE ESTADUAL, ESPECIFICAÇÃO, GOVERNADOR, EX GOVERNADOR, CRIAÇÃO, INFRAESTRUTURA, ESTADO DO MARANHÃO (MA), RECEBIMENTO, INVESTIMENTO, DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL.

O SR. EDISON LOBÃO (PFL - MA. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a Vale do Rio Doce e o conglomerado siderúrgico chinês Boasteel acabam de oferecer o resultado dos seus substanciosos estudos técnicos, que apontam o Maranhão como o local ideal para a instalação da siderúrgica que ambas as empresas desenvolverão em tempo breve. A decisão por esse empreendimento privado em território maranhense, inicialmente ao custo de um e meio bilhão de dólares, não sofreu qualquer interferência política ou regional. Foi uma decorrência natural das excepcionais condições oferecidas pelo meu Estado, a começar pelo porto de Itaqui - “uma ocorrência geológica que é uma dádiva da natureza, não somente para o Estado do Maranhão, mas para o Brasil”, como disse José Sarney ao Senado em abril de 1973.

Na verdade, pelas múltiplas condições que compõem seu território - além de um dos melhores portos marítimos do mundo -, rodovias, ferrovias, viabilidade de hidrovias, a grande e bela São Luís com perfeita infra-estrutura, não se pode aventar, nem por malícia, influências regionalistas que fixam no Maranhão empreendimentos nacionais de porte.

Vou mais longe: pelos mesmos motivos, estamos persuadidos de que a primeira nova refinaria de petróleo a instalar-se, para atender às prementes necessidades do Norte/Nordeste - entre as muitas reclamadas pela ânsia do desenvolvimento brasileiro -, não poderá ser senão igualmente onde existam as condições de escoar-se a sua produção, tanto para o consumo interno como para o externo, em local que ofereça condizente infra-estrutura para o êxito de empreendimento tão custoso.

Essas, Senhor Presidente, são as condições técnicas e logísticas oferecidas por São Luís do Maranhão e municípios periféricos, com suas instalações marítimas, cidades com infra-estrutura, em situação de atenderem na sua plenitude, além do mercado externo, as regiões que sofrem a carência de produtos do refino, como Goiás, Mato Grosso, Tocantins, Amapá e Piauí.

Há de se ressaltar, Senhor Presidente, que empreendimentos como uma siderúrgica ou uma refinaria são conquistas para o Brasil, que beneficiam todos as Unidades Federativas, independente de onde estejam localizados. Muito natural que Estados e Municípios ambicionem receber tais investimentos, mas há de se aceitar, por inspiração patriótica, que sejam localizados nos lugares economicamente mais adequados.

O Maranhão, sob a expectativa da siderúrgica da Vale do Rio Doce e da Boasteel, está em festa. É hora de lembrar, como tem publicado a imprensa maranhense, o que, com tanta visão, fizeram seus homens públicos para dar ao Estado as condições micro e macroeconômicas que o transformaram em leito para o recebimento de empreendimentos do interesse do País.

O Governador José Reinaldo, no discurso com que comemorou o recebimento do relatório técnico da Vale e da Boasteel, não esqueceu o esforço despendido por seus antecessores no Palácio Henrique de La Rocque, ao dizer que “...esse projeto só foi possível graças ao trabalho de políticos como o presidente do Congresso, José Sarney, e dos senadores Edison Lobão e Roseana Sarney, que ao passarem pelo comando administrativo do Estado fizeram as obras estruturais que ajudaram o Maranhão a receber a siderurgia...”

Neste ponto, é de ressaltar-se a extraordinária visão de José Sarney - só possível, mesmo, num misto de político, escritor e poeta visionário... Há 40 anos, quando governador do Estado, Sarney teve a iniciativa de várias obras preparatórias para uma siderurgia. E, em seguida como senador, registrou pronunciamentos que alavancaram os argumentos irreplicáveis em torno das vantagens maranhenses em relação a siderúrgicas ou refinarias.

Ao atrair para o Maranhão investimentos como a siderúrgica, o Governo do Estado - sob a afirmativa liderança de José Reinaldo - prossegue nos passos para o cumprimento da meta de gerar 250 mil empregos até 2006. Tal investimento gerará empregos, divisas e criará diversas oportunidades de novos negócios. Trará tecnologias sofisticadas, para o que já se prepara a administração estadual através de convênios com Universidades e escolas técnicas. Movimentará as empresas locais que atuam nas áreas de mecânica, elétrica e civis, e as que oferecem serviços de transporte, alimentação, seguros, limpeza e segurança, entre outras.

Desta tribuna, em março do ano passado, pronunciei discurso sobre a inauguração, em São Luís, da usina de pelotização da Vale do Rio Doce, empreendimento de 408 milhões de dólares. Trata-se da maior e mais moderna usina desse tipo no mundo. A obra consolidou no mercado mundial a presença da empresa, a mais destacada mineradora do planeta, no mercado internacional de pelotas. Quando a usina entrou em operação plena, no ano passado, foi elevada para 31 milhões de toneladas por ano a sua capacidade de produção. A nova siderúrgica, portanto, dará continuidade ao esforço que se faz, no Maranhão, em prol do desenvolvimento industrial do Estado.

Quero dar destaque, neste ensejo, à atuação - que não pode ser esquecida - da Assembléia Legislativa do Maranhão e da Câmara de Vereadores de São Luís nos episódios relativos à nova siderúrgica, e aos esforços empreendidos para nosso Estado também receber a programada refinaria no Nordeste. Os Senhores Deputados e os Senhores Vereadores ludovicenses desempenham importante influência para o êxito desses empreendimentos tão relevantes para o Estado e para a cidade de São Luís.

Compartilho com os meus conterrâneos, portanto, a satisfação por mais essa conquista, que abrirá postos de trabalho e contribuirá para o maior progresso do Maranhão.

Era o que tinha a dizer.

Obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 09/08/2003 - Página 23029