Pronunciamento de Lúcia Vânia em 19/08/2003
Discurso durante a 100ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Associa-se às manifestações de pesar prestadas no Plenário do Senado Federal, pelo falecimento do diplomata Sérgio Vieira de Mello.
- Autor
- Lúcia Vânia (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/GO)
- Nome completo: Lúcia Vânia Abrão
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
HOMENAGEM.:
- Associa-se às manifestações de pesar prestadas no Plenário do Senado Federal, pelo falecimento do diplomata Sérgio Vieira de Mello.
- Publicação
- Publicação no DSF de 20/08/2003 - Página 24337
- Assunto
- Outros > HOMENAGEM.
- Indexação
-
- HOMENAGEM POSTUMA, SERGIO VIEIRA DE MELLO, DIPLOMATA, CHEFE, MISSÃO OFICIAL, ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU), DEFESA, PAZ, PAIS ESTRANGEIRO, IRAQUE, VITIMA, ATENTADO, ELOGIO, VIDA PUBLICA, ATUAÇÃO, RELAÇÕES INTERNACIONAIS, DIREITOS HUMANOS.
A SRª LÚCIA VÂNIA (PSDB - GO. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores: venho me juntar aos que neste Plenário já manifestaram pesar pelo falecimento do grande diplomata brasileiro Sérgio Vieira de Mello. Certamente pouco terei a acrescentar aos que me antecederam e com tanta propriedade reafirmaram sua indignação e dor diante dessa trágica morte. O brutal atentado terrorista em Bagdá trouxe para perto de nós os horrores desta e de todas as guerras.
As manifestações deste Plenário e as mensagens que chegam de todo o mundo em solidariedade à família do embaixador vêem apenas confirmar a grandeza desse profissional - um homem que jamais perdeu a fé no entendimento entre as nações.
Mais do que um funcionário exemplar, Vieira de Mello pautou sua vida pela dedicação às causas humanitárias e à busca da paz. Representante do secretário-geral das Nações Unidas no Iraque desde maio, esse diplomata que iniciou a carreira na ONU, em 1969, no Alto Comissariado para Refugiados, jamais buscou os holofotes ou o glamour do mundo diplomático. Ao contrário, sempre se revelou um entusiasmado defensor de causas difíceis, ocupando postos em Bangladesh, Sudão, Chipre, Moçambique, Peru, Líbano e Camboja.
Esse incansável negociador dedicou a vida à defesa dos direitos humanos nos territórios mais conturbados pela violência: seja na Bósnia, onde dirigiu a Força de Proteção de Civis; em Kosovo, como representante especial do secretário-geral; ou no Timor Leste, chefiando o governo de transição da ONU. Por ironia, acabou morrendo enquanto buscava o entendimento e a paz para o povo iraquiano.
Há poucos dias, em entrevista ao jornal Estado de S.Paulo, Vieira de Mello afirmava que a população do Iraque estava enfrentando um dos períodos mais humilhantes de sua história, ao ter de aceitar a ocupação de seu país pelas tropas americanas. E dizia que as forças estrangeiras deviam garantir ao povo que o processo de ocupação era provisório.
Quanto à presença da ONU no Iraque, Vieira de Mello mostrava-se confiante: “Temos uma missão única. Vou aumentar minha capacidade de integrar as diferentes iniciativas das Nações Unidas para que os trabalhos sejam mais coerentes e eficazes”.
Mas o atentado desta terça-feira não deixa dúvidas: a paz no Iraque ainda está distante de se concretizar. Essa guerra, condenada desde o início pela ONU, é resultado da intransigência dos que optaram pela violência e não por trilhar o caminho do entendimento, como sempre defendeu Sérgio Viera de Mello.
Era o que eu tinha a dizer.
Obrigada.
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DOCUMENTO A QUE SE REFERE A SRª SENADORA LÚCIA VÂNIA EM SEU PRONUNCIAMENTO.
(Inserido nos termos do art. 210 do Regimento Interno.)
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