O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL - BA. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, a cada dia vejo uma novidade na política brasileira. Hoje, o nosso querido Senador Tião Viana arranjou uma Pasta para o Ministro Waldir Pires. Ao que eu saiba, ele é apenas o substituto da D. Nadir; jamais tem uma Pasta. Era uma Corregedoria que ele exigiu que passasse para Controladoria, exigindo depois que o Presidente Lula o tornasse Ministro. Evidentemente, ele não tem Pasta nenhuma.

Nada tenho de pessoal contra o Sr. Waldir Pires. Acabei de derrotá-lo com uma diferença de 1,2 milhão de votos; uma diferença pequena para o eleitorado da Bahia! Entretanto, não posso aceitar, como no debate de hoje que o Senador César Borges brilhantemente participou, que ele faça comparações sobre prefeituras, dizendo que a prefeitura do PT era excelente, era isso ou aquilo outro. Ele está exercendo uma posição não-partidária, de Controlador-Geral da República.

Em outro caso, ele disse: “Esse prefeito [referindo-se ao de Itabuna] é meu amigo pessoal”, e por isso não se investiga Itabuna. Entretanto, ele diz que não recebeu nenhuma denúncia, o que não é verdade, pois foi o próprio Ministério Público quem denunciou. O caso é menos grave, reconheço, do que o da Prefeitura de Porto Seguro.

Agora, a parcialidade do Sr. Waldir Pires é notória. E por quê? Porque o Presidente Lula cometeu o erro de usar como regra colocar derrotados no Governo. Alguns derrotados podem participar do Governo e atuar muito bem, mas um grupo total de derrotados evidentemente traz a mágoa da derrota. Um milhão e duzentos mil votos a menos dói e tem que ser descontado naquele eleitor que o derrotou. Isso não está certo.

Ademais, procurem nos Anais da Bahia os gastos do Dr. Waldir Pires como Governador no Palácio de Ondina, onde ele residia; estão todos publicados no Diário Oficial do Estado da Bahia. Nunca, em tempo algum, se gastou tanto. Vejam a sua vida no Estado e digam se ele dá para controlar um país das dimensões do Brasil. Não tenho nada de pessoal contra ele. Começamos a vida pública juntos. Ele foi governador; eu fui três vezes. Ele deixou o governo no meio porque o povo não mais o suportava. E, para mim, essa é uma condição privilegiada, em relação ao Sr. Waldir Pires. E o Senador César Borges, com muita correção e firmeza, apresentou os pontos na Comissão, e isso deveria ter sido salientado pelo meu prezado amigo Tião Viana, e não o foi. Nós não estávamos lá, só tinha, da Oposição, o Senador César Borges. O PT estava mais ou menos presente, mas todos viram que o Dr. Waldir Pires já está defasado.