O SR. VALDIR RAUPP (PMDB -- RO. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a Sessão Especial do Senado Federal em homenagem ao Dia do Maçom constitui uma tradição que faz jus ao relevante papel que essa organização teve e tem na História da humanidade e, em especial, na de nosso País. Um papel que sempre foi de difusão dos mais avançados ideais de liberdade e de progresso do homem pelo aperfeiçoamento do espírito e da consciência, com base no amor e na fraternidade. Por meio dessas cerimônias, o Senado Federal, em seu papel de representar os Estados, demonstra a rejeição dos preconceitos seculares contra a Maçonaria, estimulados pelo obscurantismo e pela ignorância de alguns.

É bem conhecida, por exemplo, a participação da Maçonaria em processos como o da conquista da Independência pelo Brasil, assim como nas lutas pela Abolição da Escravatura e pela implantação da República. Mais recentemente, a organização foi decisiva nos enfrentamentos políticos pela restauração da democracia, na obtenção da anistia dos perseguidos pelo golpe militar de 1964 e na restauração do sufrágio universal nos pleitos majoritários. Assim, embora menos visível, a Maçonaria continua a prestar os mais relevantes serviços à Nação brasileira.

A galeria de personagens de nossa História que foram maçons é extensa e sempre lembrada nessas ocasiões. Não é preciso se estender nesse assunto nem cometer o deslize de esquecer de mencionar algum nome importante.

Independência, Abolição, Proclamação da República, Anistia: esses são marcos históricos que nos podem parecer remotos e fáceis de ser atingidos, em nossa perspectiva, situados que estamos neste século XXI, quando questões fundamentais, como a da afirmação do ideal da igualdade formal de todos os homens, estão pacificadas e superadas. Infelizmente, embora a igualdade perante a Lei seja consensual no mundo de hoje, a realidade do mundo e de nosso País ainda mostra as marcas escandalosas da injustiça e da desigualdade econômica e social, fatos que contrariam os ideais humanitários.

As questões sociais, como a da redução da fome, da pobreza e do desemprego, são hoje as principais frentes de ação pública da maçonaria, como instituição de natureza filantrópica que é e sempre foi. A dignidade do homem, rebaixada pela miséria, é inaceitável para quem, como os adeptos da maçonaria, acreditam na moral e na fraternidade como pilares da evolução espiritual humana.

Sei muito bem disso porque, quando fui Governador de Rondônia, tive a oportunidade de ter a Maçonaria como parceira e coadjutora nos diversos programas sociais que busquei empreender.

Desde 1983, a Maçonaria vem investindo na juventude, consciente das dificuldades que os jovens enfrentam hoje para se desenvolver plenamente como cidadãos úteis em meio à violência e à criminalidade que os cercam. Pela Ação Paramaçônica Juvenil (APJ), a organização promove o aperfeiçoamento físico e intelectual de rapazes e moças, quer sejam ou não filhos de maçom.

Paralelamente aos estudos escolares regulares, os jovens recebem treinamento prático em atividades ligadas ao civismo, à música, ao canto, à dança, às artes cênicas, à pintura, aos esportes e à literatura. Desse modo, a organização busca contribuir para despertar no jovem atitudes nobres, responsáveis e que somem na sua formação integral como cidadão honrado, culto, responsável e ajustado para manejar a arte da vida com sabedoria, justiça e amor.

A APJ é, talvez, a maior obra social realizada atualmente pela Maçonaria, porque voltada para esse segmento tão fragilizado de nossa sociedade nesses tempos de dificuldades econômicas e de um relativismo moral que se afigura terrivelmente desnorteador para as consciências em formação.

Por sua História, por seu presente e por seu futuro de ação positiva na difusão do humanismo e da fraternidade, venho, mais uma vez, saudar a Maçonaria nessa sessão dedicada ao dia do maçom. Trata-se de cidadãos consagrados ao progresso da humanidade e da Nação.

Muito obrigado.