Discurso durante a 110ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Anuncia em Plenário que o presidente da República, convidou formalmente o partido a formar coalizão permanente com o governo no Congresso e com vistas às eleições de 2004. (como Líder)

Autor
Renan Calheiros (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/AL)
Nome completo: José Renan Vasconcelos Calheiros
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA PARTIDARIA.:
  • Anuncia em Plenário que o presidente da República, convidou formalmente o partido a formar coalizão permanente com o governo no Congresso e com vistas às eleições de 2004. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 03/09/2003 - Página 25793
Assunto
Outros > POLITICA PARTIDARIA.
Indexação
  • COMENTARIO, ENCONTRO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), PRESIDENTE DA REPUBLICA, FORMALIZAÇÃO, APOIO, REPRESENTAÇÃO PARTIDARIA, GOVERNO FEDERAL, FORMAÇÃO, COLIGAÇÃO, FAVORECIMENTO, GOVERNO, ELEIÇÕES.
  • REGISTRO, IMPORTANCIA, ATUAÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), MELHORIA, BRASIL, ESPECIFICAÇÃO, APROVAÇÃO, UNIFICAÇÃO, PROGRAMA ASSISTENCIAL, RENEGOCIAÇÃO, DIVIDA AGRARIA.

O SR. RENAN CALHEIROS (PMDB - AL. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, peço a atenção da Casa para um comunicado importantíssimo.

Srªs e Srs. Senadores, o PMDB deu hoje o mais significativo passo no sentido de se construir uma coalizão com o Governo que trará, certamente, resultados positivos para o País. Acabamos de ter uma conversa definitiva, franca e em tom cordial com o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em que Sua Excelência evidenciou o papel estratégico do PMDB na formação de um pacto de poder com o Partido dos Trabalhadores.

O Presidente da República deixou claro que quer a participação do PMDB no Governo. O Partido está sendo, portanto, formalmente convidado a isso. Decidimos, Sr. Presidente, entre outras coisas, formar uma comissão dos Partidos aliados para discutir perspectivas e possibilidades de alianças nos Estados, com vistas às próximas eleições. E o Presidente determinou à sua equipe que ative um conselho político que será um dos fóruns das grandes discussões de governo.

Estamos aprofundando esse acordo com base nas afinidades das propostas do Governo Lula e da nossa linha programática. O PMDB conhece suas responsabilidades e está sintonizado com a mudança de paradigma que precisa se realizar. O Partido tem sugerido caminhos e alinhavado propostas. E foi, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, por iniciativa de nosso Partido, o PMDB, que proposições nossas viraram realidade, como o Refis II, a renegociação das dívidas agrícolas, a unificação dos programas sociais e a desoneração dos produtos da cesta básica no novo modelo tributário, entre outras idéias.

Aliás, Sr. Presidente, sobre esta reforma, deveríamos aproveitar o momento para avançar com as mudanças que instituam, por exemplo, regras de transição para questões fundamentais, como a cobrança dos impostos no destino e não na origem.

Nosso Partido tem demonstrado responsabilidade com o País, possui um compromisso histórico de batalhar pela melhoria da vida da sociedade brasileira, em todos os campos de atuação. São ações nas áreas do combate à criminalidade, melhoria na saúde, educação, na luta pela reforma política, na defesa intransigente da geração de emprego e do crescimento econômico, na busca constante da modernização do País e de suas instituições, na superação da fome e da miséria.

Vamos dividir responsabilidades de governo, participar de decisões, ajudar a definir políticas públicas. Esta é a vontade do Partido e do Presidente Lula, manifestada reiteradamente no encontro de hoje.

O que está em jogo não é apenas o apoio de nosso Partido no Congresso. Não se trata de ocupar Ministérios somente. Estamos empenhados, volto a dizer, em aprofundar um pacto estratégico com o PT. Este pacto vai produzir uma aliança duradoura, definitiva e confiável para o País.

Enfatizamos ao Presidente Lula que o PMDB não pretende substituir ninguém. Não queremos antecipar de forma nenhuma mudanças na equipe do Governo. O ideal é que o PMDB vá para o Governo no bojo de uma ampla reforma. Mas apenas no momento certo.

Na política, há timing para tudo. Principalmente para a mudança. Quando ela acontecer, o PMDB ocupará um espaço correspondente ao seu peso político e ao seu tamanho. O árbitro será como tem sido o Presidente Lula; quando chegar a hora vamos emprestar nossos melhores quadros, nossa massa crítica, nossa cultura de gestão.

Nosso Partido reafirma o seu compromisso com a governabilidade. Estamos dispostos a ajudar o País. A hora é de transparência, de jogo aberto, de discussão limpa, de construção, de operar em conjunto mudanças e transformações.

O PMDB, mesmo sendo hoje o maior Partido do País, tem crescido a cada dia. Somos a segunda maior Bancada na Câmara dos Deputados, continuamos a ser, revelam as últimas pesquisas realizadas no Brasil, junto com o PT, a instituição partidária de maior prestígio da população e o de maior capilaridade nacional. Estamos em todos os Municípios, temos o maior número de Vereadores, de Prefeitos, de Deputados Estaduais, de Governadores e de Senadores. Estamos nos grandes Municípios, nas grandes metrópoles e também nos grotões. Não somos um Partido nem paulista, nem nordestino, nem nortista, nem sulista, nem carioca, nem mineiro. Somos um Partido nacional, na origem e nos votos, e alternamos as lideranças em regiões, Estados e cidades do País.

Como Líder, devo exprimir essa vontade majoritária da Bancada e viabilizar os entendimentos que permitam o apoio às mudanças necessárias e à reconstrução do PMDB.

O PMDB se inspira em lições democráticas e desenvolvimentistas deixadas por Juscelino Kubitschek, Ulysses Guimarães, Tancredo Neves, Teotônio Vilela e por milhões de militantes anônimos espalhados por todo o País.

Era o que eu tinha a dizer.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/09/2003 - Página 25793