Discurso durante a 110ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Expectativas nas negociações de agricultores de Rondônia com a ministra Marina Silva sobre a questão do Zoneamento Agro-ecológico e econômico do Estado. Comentários à matéria publicada no jornal A Tribuna do Brasil, de lavra do Sr. Samuel Sales Saraiva, sobre o sofrimento de brasileiros residentes no exterior.

Autor
Valdir Raupp (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RO)
Nome completo: Valdir Raupp de Matos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA DO MEIO AMBIENTE. POLITICA EXTERNA.:
  • Expectativas nas negociações de agricultores de Rondônia com a ministra Marina Silva sobre a questão do Zoneamento Agro-ecológico e econômico do Estado. Comentários à matéria publicada no jornal A Tribuna do Brasil, de lavra do Sr. Samuel Sales Saraiva, sobre o sofrimento de brasileiros residentes no exterior.
Publicação
Publicação no DSF de 03/09/2003 - Página 25800
Assunto
Outros > POLITICA DO MEIO AMBIENTE. POLITICA EXTERNA.
Indexação
  • EXPECTATIVA, RESPOSTA, MARINA SILVA, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DO MEIO AMBIENTE (MMA), ATENDIMENTO, PROPOSTA, AUTORIA, SENADOR, DEPUTADO FEDERAL, PREFEITO, VEREADOR, PRODUTOR RURAL, ESTADO DE RONDONIA (RO), REFERENCIA, ZONEAMENTO ECOLOGICO-ECONOMICO, PREVISÃO, ALTERAÇÃO, MEDIDA PROVISORIA (MPV), REIVINDICAÇÃO, IGUALDADE, PERCENTAGEM, UTILIZAÇÃO, TERRAS, AGROPECUARIA, PRESERVAÇÃO, RESERVA FLORESTAL, IMPEDIMENTO, PREJUIZO, AGRICULTOR.
  • COMENTARIO, TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, TRIBUNA DO BRASIL, DISTRITO FEDERAL (DF), PROPOSTA, AUTORIA, CIDADÃO, NACIONALIDADE BRASILEIRA, SERVIDOR, EMBAIXADA DO BRASIL, PAIS ESTRANGEIRO, ESTADOS UNIDOS DA AMERICA (EUA), INCENTIVO, EMIGRAÇÃO, ESTRANGEIRO, BRASIL.

O SR. VALDIR RAUPP (PMDB - RO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, amanhã será um dia de grande expectativa para a população do meu Estado de Rondônia. Teremos a terceira rodada de conversações com a Ministra do Meio Ambiente, Srª Marina Silva, ex-colega desta Casa, sobre o zoneamento agroecológico e econômico do nosso Estado.

Noventa mil produtores rurais estão apreensivos, praticamente há três anos, com a medida provisória editada pelo governo anterior. Trinta anos depois que o Incra distribuiu as terras para o nosso povo, para os nossos produtores, dizendo que, naquela época, poderiam se utilizar 50% das terras e preservar, como reserva legal, 50%, veio uma medida provisória dizer que nada daquilo valia mais, que se mudavam as regras do jogo e que apenas 20% das terras poderiam ser utilizadas pelos nossos agricultores, preservando-se 80% delas.

Isso trouxe um prejuízo muito grande para o nosso povo. O Basa (Banco da Amazônia), por exemplo, que, ano a ano, vinha investindo em torno de R$80 milhões a R$90 milhões, às vezes, até R$100 milhões, parou de investir. Os produtores passaram a ter de averbar 80% das suas terras para o Ibama, sob pena de não conseguirem seus pequenos financiamentos para a produção agrícola. Rondônia já vem amargando esse prejuízo em torno de três anos.

A nossa Bancada Federal - três Senadores e oito Deputados Federais -, o Governo do nosso Estado, a Assembléia Legislativa, a Associação dos Prefeitos, a Associação dos Vereadores, toda a classe política de Rondônia entregou uma proposta, há aproximadamente 50 ou 60 dias, para a Ministra do Meio Ambiente, com o compromisso de uma resposta em 15 dias. A resposta não saiu nem em 15 dias, nem em 20 dias, nem em 30 dias, mas a estamos aguardando pacientemente. Amanhã, se Deus quiser, creio que será a última rodada de negociações sobre esse tema e espero contar com a sensibilidade da Ministra do Meio Ambiente em dar uma resposta positiva à nossa proposta.

Rondônia tem o primeiro zoneamento da República. É o único Estado do Brasil que gastou US$20 milhões para elaborar um zoneamento agroecológico econômico, visando a preservação ambiental, mas, ao mesmo tempo, destinando áreas produtivas para o nosso povo e para a subsistência dos nossos agricultores. O Governo Federal não aceitou esse zoneamento, em que se determinava a utilização de 80% das terras na Zona 1 e a preservação de 20% dessa área, compensando com a criação de reservas florestais. No meu Governo, foram criadas 48 áreas de reservas, totalizando mais de 5 milhões de hectares de terras, para compensar um pouco mais o uso na Zona 1, que congrega cerca de 50 mil pequenos e médios produtores rurais.

Portanto, Sr. Presidente, elaboramos uma proposta alternativa para o Governo Federal: a preservação de 30% das terras na Zona 1 - 1.1, menos do que toda a Zona 1 - e a utilização de 70%, com uma compensação nas reservas indígenas, nas reservas biológicas, nas reservas ecológicas e nas reservas extrativistas, somando mais de 60 reservas florestais em Rondônia. Ao final, haveria uma compensação de mais de 70%. Queremos apenas 30% da área territorial do Estado de Rondônia para o desenvolvimento da região, preservando 70%. Porém, pretende-se que as terras boas, onde estão assentados os nossos produtores, os nossos pecuaristas, sejam utilizadas um pouco mais. O zoneamento previa essa divisão, que será discutida amanhã em nossa proposta à Ministra do Meio Ambiente.

Registro que, amanhã, 90 mil produtores do Estado de Rondônia estarão na expectativa, aguardando ansiosamente a resposta da Ministra do Meio Ambiente. Conto com a sensibilidade da Ministra, de toda a sua equipe técnica e do Governo Federal. Espero que S. Exª dê resposta afirmativa a esse pleito tão justo dos nossos 90 mil produtores e, por que não dizer, de 1,5 milhão de habitantes do Estado de Rondônia.

Sr. Presidente, faço outro registro relativo a matéria lida hoje no jornal A Tribuna do Brasil, sobre um brasileiro naturalizado americano que trabalha na Embaixada do Brasil em Washington. O assunto tratado é o sofrimento dos brasileiros no exterior, as penúrias, as agruras dos que vivem fora do nosso País, sempre ameaçados, principalmente os que emigraram a fim de trabalhar, porque o Brasil, lamentavelmente, nos últimos tempos, não pôde oferecer emprego a todos os nossos cidadãos.

Atualmente, há uma corrida muito grande de brasileiros para outros países, à semelhança do passado, em que muitos europeus, americanos, asiáticos e cidadãos de outras nações vieram para o Brasil, que sempre foi um país hospitaleiro, acolhendo milhares, para não dizer milhões, de estrangeiros em nossas terras.

Trago ao conhecimento desta Casa proposta endereçada ao Presidente da República sobre a adoção, pelo Brasil, de novas medidas legais que visem estimular a emigração de famílias oriundas de países com perfil de amigo, vítimas de ataque com armas de destruição em massa ou de catástrofes naturais de grande magnitude.

Trata-se de proposição de autoria do brasileiro Samuel Sales Saraiva, atualmente residente em Washington DC, certamente outro patriota, preocupado em proporcionar ao Brasil um novo gesto de repercussão internacional, a exemplo da repulsa formal ao terrorismo, cujo ato proporcionou ao Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a condição de líder emergente, sob a égide da paz, da convivência e da cooperação pacífica entre os povos.

Srªs e Srs. Senadores, tenho certeza de que nossas autoridades diplomáticas e a Presidência da República destinarão ao assunto, por meio de correspondência encaminhada através da nossa Embaixada em Washington, a merecida atenção. Com essa simpática promoção brasileira de estímulo a uma nova onda de emigração, que trouxe os europeus, já na época do Império, e os norte-americanos, após a guerra civil de 1860, o Brasil contará com mais essa colaboração.

O capital humano é de grande importância para o Brasil e, certamente, com o incremento proposto por Samuel Saraiva, auxiliará o nosso progresso social, econômico e científico.

Sr. Presidente, eu mesmo recebo apelos, pedidos de brasileiros que vivem nos Estados Unidos, no Japão, em Portugal, no Canadá, na Inglaterra e em outros países e estão em situação difícil. Quem sabe o gesto sugerido ao Governo brasileiro promova a complacência das autoridades de países estrangeiros com os nossos brasileiros que lá vivem.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

Muito obrigado.

 

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DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. SENADOR VALDIR RAUPP EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inserido nos termos do art. 210 do regimento Interno.)

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Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/09/2003 - Página 25800