O SR. SÉRGIO ZAMBIASI (Bloco/PTB - RS. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o Rio Grande do Sul promove nesta semana a 26ª edição da Expointer. É a maior mostra agropecuária do sul e uma das mais importantes exposições do mundo.

            Lá na cidade de Esteio, na região metropolitana de Porto Alegre, está o palco por onde desfilam nossas conquistas e o que de melhor produzimos no setor primário, que responde hoje por mais de 40% do PIB gaúcho.

            Desde a abertura da Expointer, sábado, pelo Ministro da Agricultura Roberto Rodrigues e pelo Governador Germano Rigotto, há um clima de otimismo na pecuária, onde as expectativas são positivas.

            Diariamente, desfilam animais selecionados dos melhores plantéis gaúchos e de outros Estados, num total de 6.216 exemplares inscritos.

            Para que V. Exªs tenham idéia do que essa feira representa em números, a edição do ano passado recebeu seiscentos mil visitantes, com um movimento de vendas de três milhões e cem mil reais.

            Para este ano, os números são ainda mais promissores e há boas razões para isso: os pecuaristas contam com mais recursos dos bancos e estão livres do fantasma da febre aftosa, que nos últimos três anos ameaçou a exposição.

            Agora, a saída de animais do Rio Grande do Sul está livre da exigência de quarentena, e os criadores de fora estão comparecendo à feira, atraídos pela alta genética do rebanho gaúcho.

Mas em relação à agricultura, infelizmente o clima não é o mesmo. Apesar da produção recorde de grãos, a indefinição sobre a questão dos transgênicos preocupa os produtores rurais.

O Governador Rigotto e o Presidente da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul - Farsul, Carlos Speroto, estão fazendo um apelo para que o Governo Federal adote uma solução emergencial para a próxima safra, liberando as sementes de soja transgênica para o plantio no Estado.

E é preciso uma solução rápida para tranqüilizar o agricultor. Os produtores gaúchos aguardam com ansiedade a visita do Presidente Lula nesta sexta-feira, quando, quem sabe, poderá levar na bagagem uma decisão para os transgênicos.

E sobre essa questão é interessante atentar para a declaração do Presidnete da Cotrel de Erechim, a maior cooperativa agrícola gaúcha, Sr. Luiz Antônio Piazzon. Ele afirmou, aqui em Brasília, que a entidade não interfere na escolha dos produtores nesse assunto. A decisão é pessoal, mas até agora nenhum dos produtores se interessou em comprar semente de soja convencional. O estoque da Cotrel dessa semente está sendo vendido no Paraná.

Há uma torcida, uma expectativa pela edição de uma medida provisória liberando o plantio, nem que seja mediante a rotulagem, o que, seguramente, aliviaria momentanemente as tensões. Enquanto isso, o Governo poderia, com tranqüilidade, elaborar e definir em projeto de lei a regulamentação da Biotecnologia e da Transgenia.

Em algumas regiões do Estado, temos informações de que sementes modificadas já estão sendo plantadas há mais de seis anos, sem prejuízo algum às outras lavouras. Pelo contrário, com a redução do uso de venenos, o meio ambiente tem-se recuperado, inclusive com o retorno de aves nos plantios e matas e cardumes de peixes nos rios próximos.

Seguramente, este assunto também deverá ter grande destaque na reunião da Comissão Mista do Mercosul, do Congresso Nacional, com a Comissão do Mercosul da Assembléia gaúcha, nesta quinta-feira, na cidade de Esteio.

Muito obrigado, Sr. Presidente.