Discurso durante a 111ª Sessão Especial, no Senado Federal

Homenagem a memória do Jornalista Roberto Marinho, presidente das Organizações Globo.

Autor
Aelton Freitas (PL - Partido Liberal/MG)
Nome completo: Aelton José de Freitas
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem a memória do Jornalista Roberto Marinho, presidente das Organizações Globo.
Publicação
Publicação no DSF de 04/09/2003 - Página 25903
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, ROBERTO MARINHO, JORNALISTA, EMPRESARIO, FUNDADOR, PRESIDENTE, REDE DE TELECOMUNICAÇÕES, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ).

O SR. AELTON FREITAS (Bloco/PL - MG. Sem apanhamento taquigráfico.) -

Discurso em alusão ao trabalho da FUNDAÇÃO ROBERTO MARINHO na preservação do Patrimônio Histórico em Minas Gerais

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, designado pelo Partido Liberal para participar desta justíssima homenagem que o Senado Federal presta, nesta sessão, ao empresário e jornalista Roberto Marinho, quero destacar aquela que considero talvez a mais importante ação de seu legado: a criação e manutenção da Fundação Roberto Marinho, que tanto incentiva e protege a cultura e o patrimônio nacional.

Sinto a necessidade de reportar brilhantes iniciativas dessa entidade no meu querido Estado de Minas Gerais, especialmente no que se refere à preservação do patrimônio histórico. E, ao recordar o trabalho da Fundação Roberto Marinho, aproveito também para afirmar a urgente necessidade de novas ações de recuperação em várias edificações de cidades históricas de Minas Gerais.

Preservar seu patrimônio histórico é o maior exemplo de cidadania que uma nação pode manifestar. Infelizmente, no Brasil, o descaso do poder público e ações irresponsáveis de vândalos têm provocado uma progressiva degradação de monumentos históricos.

Felizmente, Srªs e Srs. Senadores, houve quem enxergasse com clareza tal situação e se dispusesse a investir em nossa memória. Está aí o grande mérito da Fundação Roberto Marinho, impulsionada pelos sonhos e ideais de seu fundador.

Em Minas Gerais, essa entidade é uma das responsáveis, por exemplo, pela transformação da cidade de Tiradentes em um charmoso centro turístico, ajudando nas reformas da Casa do Padre Toledo e na criação do Centro Cultural Yves Alves, em 1998. O último projeto, igualmente importante, foi a recuperação da Matriz de Santo Antônio, em parceria com o BNDES, inaugurado em 2002.

Em outra cidade histórica de Minas, a memorável Ouro Preto, o trabalho da Fundação e do BNDES devolveu à cidade um de seus mais belos monumentos: a Igreja Nossa Senhora do Rosário. Reparos em telhados, fachadas, pisos, forros e instalações elétricas garantiram a plena utilização do prédio. Um aspecto interessante é que participaram da restauração adolescentes carentes, por meio do projeto Canteiro Escola, que forma auxiliares de restauro artístico.

Na capital do Estado, a Fundação ajudou, entre outras ações, nas reformas do Museu de Arte da Pampulha.

Os trabalhos aqui citados são sinais concretos do quanto pode ser feito pelo nosso patrimônio histórico. Ações dessa natureza precisam se multiplicar. Os governos devem buscar parcerias com o setor privado, que, por sua vez, tem uma chance de demonstrar que tem compromisso com o social. Essa união, se concretizada, poderá render muitos frutos à conservação dos monumentos históricos brasileiros.

A situação atual está longe do ideal. Em Minas, conforme vistorias do Corpo de Bombeiros, pouquíssimos monumentos e igrejas têm equipamentos de prevenção contra incêndios e vários prédios construídos no século XVIII correm sério risco de desabamento.

Recente reportagem publicada pelo jornal Estado de Minas revela que nas cidades de Sabará, Caeté, Barão de Cocais, Santa Bárbara, Nova Lima, Tiradentes, Mariana, Itamarandiba e Minas Novas há riscos de desabamentos em 13 lugares, a maioria igrejas barrocas. O grau de vulnerabilidade é alto e a ameaça de tragédias constante.

Cito as carências para lembrar que a Fundação Roberto Marinho já deu, ao longo de sua história, o exemplo de luta e trabalho em parceria, que deve ser seguido por todos que desejam preservar a memória dos templos e casarões dos circuitos do ouro e do diamante.

Investir na preservação do patrimônio histórico não é apenas valorizar a memória de um povo. Significa um incentivo ao turismo e a geração de emprego e renda que tanto necessitamos em nosso País. Que o trabalho cidadão tão bem explicitado na trajetória da Fundação Roberto Marinho sirva de inspiração para futuras e urgentes ações. Também no patrimônio histórico mineiro e brasileiro o nome deste saudoso jornalista e empresário estará para sempre gravado.

Era o que tinha a dizer.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 04/09/2003 - Página 25903