Discurso durante a 112ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Importância da agricultura na economia brasileira, em especial da produção de arroz no Estado de Roraima.

Autor
Romero Jucá (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RR)
Nome completo: Romero Jucá Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA AGRICOLA.:
  • Importância da agricultura na economia brasileira, em especial da produção de arroz no Estado de Roraima.
Publicação
Publicação no DSF de 04/09/2003 - Página 26092
Assunto
Outros > POLITICA AGRICOLA.
Indexação
  • COMENTARIO, LEITURA, TRECHO, ENTREVISTA, ROBERTO RODRIGUES, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA AGRICULTURA PECUARIA E ABASTECIMENTO (MAPA), DIFICULDADE, AGRICULTURA, INFRAESTRUTURA, ESCOAMENTO, ARMAZENAGEM, GRÃO, TENSÃO SOCIAL, CAMPO, DEBATE, BANCO NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO ECONOMICO E SOCIAL (BNDES), CRIAÇÃO, CREDITO ESPECIAL, CONSTRUÇÃO, ARMAZEM, INTERIOR.
  • DEFESA, APOIO, EXPANSÃO, AGRICULTURA, ESTADO DE RORAIMA (RR), SUBSTITUIÇÃO, PECUARIA, CULTIVO, GRÃO, SUPERIORIDADE, PRODUTIVIDADE, ARROZ, POSSIBILIDADE, SUFICIENCIA, ABASTECIMENTO, PAIS, DESNECESSIDADE, IMPORTAÇÃO.

O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB - RR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ocupo a tribuna do Senado Federal para tratar do importante papel da agricultura no atual momento por que passa a economia brasileira, particularmente da produção de arroz no Estado de Roraima.

Certamente, não se pode falar de agricultura no Brasil de hoje sem examinar as condições sociais, econômicas e políticas que atravessamos e sem abordar as nossas crises no setor de transporte, de armazenagem e de comercialização.

Inicialmente, gostaria de chamar a atenção desta Casa para uma importante entrevista concedida ao jornal O Estado de S.Paulo, no dia primeiro de setembro, pelo Ministro Roberto Rodrigues, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em que destaca que o armazenamento de grãos e a tensão social são grandes problemas a serem enfrentados atualmente na agricultura.

Quero lembrar que a política pública não é só apoio à produção, mas também de logística e de infra-estrutura. Precisamos, dentro do governo e do Ministério da Agricultura, trabalhar com mais vigor numa organização que permita o escoamento da safra de maneira mais tranqüila. Caso contrário, vamos correr o risco da crise da abundância e essa crise na agricultura é muito grave.

Foi o que afirmou o Ministro Roberto Rodrigues, que está discutindo com o BNDES uma linha de crédito específica para construção de armazéns no interior.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, para todos nós que queremos ver o Brasil um verdadeiro celeiro da humanidade, com uma agricultura altamente desenvolvida, competitiva, capaz de ofertar, a preços adequados, alimentos e matérias-primas ao mercado interno e ainda contribuir decisivamente para a melhoria de nossas contas externas, para todos nós muito representa a figura do Ministro Roberto Rodrigues, com sua competência, vasta experiência e visão estratégica de desenvolvimento de nossa agricultura.

Sabemos das dificuldades orçamentárias que enfrentamos, da crise das finanças públicas, que nos vem acompanhando durante muitos anos, mas sabemos que estamos no rumo correto e que as melhores decisões serão adotadas para melhorar e consolidar a posição do Brasil, como um grande país na agricultura mundial.

Feitas essas considerações indispensáveis para podemos prosperar na agricultura, com trabalho, recursos econômicos e tecnologia avançada, gostaria de chamar a atenção das Srªs Senadoras e dos Srs. Senadores para a necessidade de apoiarmos as novas fronteiras agrícolas brasileiras e, particularmente, a última fronteira agrícola: o Estado de Roraima, que já está ingressando na área de atuação do chamado agribusiness e poderá contribuir fortemente para o desenvolvimento social e econômico de toda a Região Norte e do Brasil.

Roraima dispõe de mais de dois milhões de hectares de terras propícias ao cultivo de grãos e outras culturas que eram utilizados no passado apenas como pasto nativo para a pecuária extensiva.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, nos últimos anos, o Brasil tem sido importador de grandes quantidades de um alimento básico em nossas mesas: o arroz.

Não estou aqui pregando o fechamento de nossas fronteiras às exportações de países amigos, principalmente do Mercosul, nem tentando criar dificuldades ao desenvolvimento do comércio internacional. Estou defendendo nossa agricultura, a geração de renda, de empregos e de uma melhor distribuição de renda em nosso Brasil.

Não podemos exportar empregos em detrimento de nossos jovens nem nos contentarmos com um Produto Interno Bruto pequeno, pelo simples fato de não explorarmos adequadamente todas as nossas potencialidades no comércio, na indústria, nos serviços e na agricultura.

É isso o que vem ocorrendo na Região Norte do Brasil, com suas enormes potencialidades ainda não exploradas adequadamente.

O Estado de Roraima apresenta o mais elevado índice de produtividade agrícola na produção de arroz: sete mil quilos por hectare, cerca de 40% superior à média nacional.

Nossas condições climáticas - a maior quantidade de horas de sol e a riqueza do nosso solo - contribuem decisivamente para apresentarmos níveis de produtividade agrícola muito superiores aos das demais regiões do Brasil. E isso precisa ser aproveitado, em benefício da Região Norte, em benefício de Roraima e em benefício do Brasil.

Em fevereiro de 2003, os Estados Unidos vendiam a tonelada de arroz ao preço de noventa dólares. Atualmente, com a carência de arroz no mercado do Cone Sul, os preços cobrados pelos Estados Unidos se colocam entre cento e setenta e seis dólares e cento e noventa e cinco dólares por tonelada, o que demonstra claramente o risco que corremos se não dermos todo o apoio necessário aos nossos produtores de arroz.

O Brasil atualmente situa-se na oitava posição na relação dos maiores produtores mundiais de arroz: a China está em primeiro lugar, com 181 milhões de toneladas, e o Brasil, com apenas 10,5 milhões de toneladas.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, nossa agricultura precisa de apenas um pouco de apoio: de boas estradas, de armazéns, de crédito adequado, de assistência técnica e de paz no campo. Tudo isso temos condições de conseguir, seguindo a orientação firme, segura e clarividente do Ministro Roberto Rodrigues.

O Estado de Roraima, com suas terras férteis, com seus elevados índices de produtividade agrícola, está pronto para participar dessa luta em benefício do Brasil, gerando empregos, renda, divisas e criando as condições para nosso desenvolvimento social e econômico.

A produção de arroz em alta escala é apenas um item das grandes potencialidades de nossa Região. Basta um pouco de estímulo e um pouco de apoio, para termos uma resposta firme da agricultura de Roraima e da Região Norte.

Muito obrigado. 


Este texto não substitui o publicado no DSF de 04/09/2003 - Página 26092