Discurso durante a 117ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comentários a respeito de notícia publicada no jornal Folha de S.Paulo, sobre o processo de venda da Eletropaulo. (como Líder)

Autor
Hélio Costa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/MG)
Nome completo: Hélio Calixto da Costa
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SENADO. PRIVATIZAÇÃO.:
  • Comentários a respeito de notícia publicada no jornal Folha de S.Paulo, sobre o processo de venda da Eletropaulo. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 11/09/2003 - Página 26707
Assunto
Outros > SENADO. PRIVATIZAÇÃO.
Indexação
  • SAUDAÇÃO, PRESENÇA, SENADO, VEREADOR, MUNICIPIO, BARROSO (MG), ESTADO DE MINAS GERAIS (MG).
  • COMENTARIO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, FOLHA DE S.PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), ACORDO, BANCO NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO ECONOMICO E SOCIAL (BNDES), EMPRESA ESTRANGEIRA, PROPRIEDADE, AÇÕES, ELETRICIDADE DE SÃO PAULO S/A (ELETROPAULO), COMPANHIA ENERGETICA DE MINAS GERAIS (CEMIG).
  • DEFESA, IMPEDIMENTO, EMPRESA, PAIS ESTRANGEIRO, ESTADOS UNIDOS DA AMERICA (EUA), RECEBIMENTO, DIVIDENDOS, AÇÕES, COMPANHIA ENERGETICA DE MINAS GERAIS (CEMIG), MOTIVO, INADIMPLENCIA, PAGAMENTO, EMPRESTIMO, BANCO NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO ECONOMICO E SOCIAL (BNDES).

O SR. HÉLIO COSTA (PMDB - MG. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado, Sr. Presidente. Antes de iniciar a minha comunicação, Sr. Presidente, saúdo o Vereador João Pinto e seus companheiros Vereadores da cidade de Barroso, que se encontram nas galerias do Senado da República, prestigiando nossa Casa.

Sr. Presidente, vi hoje, com muita surpresa, matéria publicada na Folha de S.Paulo, segundo a qual foi feito um acordo entre o BNDES e a empresa americana AES Corporation, que detém as ações da Eletropaulo e da Cemig. Pelo acordo, que vi estampado nos jornais, em vez de o BNDES levar a leilão as ações a que tem direito porque garantiam o capital que a AES adquiriu no BNDES para pagar pela Eletropaulo, a empresa americana simplesmente está permitindo que o BNDES passe a ser sócio, passe a ter as ações da Eletropaulo.

Fiz desta tribuna, há cerca de duas semanas, um apelo para que o BNDES impedisse o pagamento dos dividendos a que supostamente a AES teria direito em Minas Gerais, pela compra da Cemig, em 1967. A AES comprou 33% das ações da Cemig, uma empresa-modelo do Estado de Minas Gerais, por R$650 milhões, sem tirar um tostão do bolso, sem destinar um único real à transação! Foi um empréstimo do BNDES que possibilitou a compra de 33% da Cemig. E, naquela época, diga-se de passagem, deram o controle da empresa. E o Governador Itamar Franco teve que ir à Justiça recuperar o controle da Cemig com as ações do povo, porque a Cemig é uma empresa estatal, uma empresa que foi criada com o capital do povo.

Eu quero, além de fazer a sugestão de se impedir que a empresa americana receba R$ 19 milhões até o fim do ano de dividendos a que ela não tem direito, porque, na verdade, ela comprou a empresa, não pagou o empréstimo que fez, recebeu no ano passado R$150 milhões de dividendos, continuou não pagando, é inadimplente e agora vai receber mais 17, 19 milhões de reais este ano por uma coisa que comprou, adquiriu empréstimo e não pagou o empréstimo.

Quero fazer a sugestão, Sr. Presidente, de que se faça em Minas Gerais exatamente a mesma coisa que foi feita em São Paulo.

Então, que se faça um acordo para que o BNDES passe a ser o dono dessas ações e com essas ações possa ser, então, sócio da Cemig. É muito mais importante para nós que seja o BNDES sócio da Cemig do que uma empresa estrangeira que comprou e não pagou.

Eu quero agradecer ao Senador Garibaldi Alves Filho pela atenção em me ceder esses poucos momentos, para mais uma vez, defender o interesse do meu Estado de Minas Gerais.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

Era o que tinha a dizer.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/09/2003 - Página 26707