Discurso durante a 122ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Justificativa a requerimento de homenagem de pesar pelo falecimento do Embaixador Ruy Neves Pinheiro de Vasconcellos. (como Líder)

Autor
Ney Suassuna (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PB)
Nome completo: Ney Robinson Suassuna
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Justificativa a requerimento de homenagem de pesar pelo falecimento do Embaixador Ruy Neves Pinheiro de Vasconcellos. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 17/09/2003 - Página 27222
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, RUY NEVES PINHEIRO DE VASCONCELLOS, EMBAIXADOR, BRASIL, PAIS ESTRANGEIRO, TUNISIA.
  • CRITICA, NEGLIGENCIA, ITAMARATI (MRE), AUSENCIA, TRASLADO, PAIS ESTRANGEIRO, TUNISIA, RECEPÇÃO, DESPESA, ENTERRO, MOTIVO, FALTA, ORÇAMENTO.
  • SOLICITAÇÃO, VOTO DE PESAR, SENADO.

O SR. NEY SUASSUNA (PMDB - PB. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o Sr. Ruy Antônio Neves Pinheiro de Vasconcellos era o nosso Embaixador na Tunísia e já estava sendo transferido para assumir o posto na Holanda.

Fazendo os preparativos para o 7 de Setembro, ele, que tinha uma saúde excepcionalmente boa, teve um infarto fulminante e morreu - o que é um fato natural, normal, pois todos somos mortais.

Ele estava prestando serviço em um país distante, um país pequeno. E a surpresa começou a partir daí. Em primeiro lugar, verifiquem as Srªs e os Srs. Senadores o tamanho da nota que o Ministério das Relações Exteriores e a Associação colocaram: menos de um polegar. Isso porque o Ministério está sem dinheiro. Em segundo lugar, foi o Governo da Tunísia quem providenciou e pagou o traslado. Para nós, embora seja honroso, foi uma vergonha, pois não tínhamos dinheiro suficiente para isso. Em terceiro lugar, para receber o corpo do Embaixador do Brasil na Tunísia, só estavam o Embaixador da Tunísia no Brasil e os familiares. O enterro, quem teve que pagar foi a própria família, o que também não é normal. Ele só recebeu as homenagens devidas, com uma salva de tiros, na Tunísia. Por fim, apenas o Ministro José Viegas Filho esteve presente ao enterro, e não por ser autoridade do Governo, mas por ser amigo de infância. Ninguém mais.

Por essa razão, por se tratar de um homem que servia em um país distante e que prestava serviços à República de maneira eficiente, tanto que já havia sido transferido para um posto melhor, creio que o Senado não se pode furtar a fazer uma homenagem, ao menos para que a família não guarde a mágoa do não-reconhecimento.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, vejo autoridades deslocarem-se para visitar prisioneiros, membros de quadrilhas armadas que praticam diversos tipos de ilícitos, muitas vezes utilizando até aviões do Governo. No entanto, para um funcionário que está trabalhando nos confins da África, representando bem o Brasil, não tivemos a mesma atitude. Não é porque o Itamaraty não queira, mas porque não recebeu um orçamento que lhe permita prestar as devidas homenagens.

Era esta a minha colocação.

Peço às Srªs e aos Srs. Senadores que votem favoravelmente ao requerimento.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 17/09/2003 - Página 27222