Pronunciamento de Romero Jucá em 17/09/2003
Discurso durante a 123ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Saudações ao Sindicato Nacional da Indústria do Cimento pelos 50 anos de existência.
- Autor
- Romero Jucá (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RR)
- Nome completo: Romero Jucá Filho
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
HOMENAGEM.
POLITICA INDUSTRIAL.:
- Saudações ao Sindicato Nacional da Indústria do Cimento pelos 50 anos de existência.
- Publicação
- Publicação no DSF de 18/09/2003 - Página 27485
- Assunto
- Outros > HOMENAGEM. POLITICA INDUSTRIAL.
- Indexação
-
- HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, SINDICATO, INDUSTRIA, CIMENTO, OPORTUNIDADE, COMENTARIO, PERIODO, CRIAÇÃO, ENTIDADE, IMPORTANCIA, ATUAÇÃO, COLABORAÇÃO, PODER PUBLICO, ESPECIFICAÇÃO, SISTEMA FINANCEIRO DA HABITAÇÃO (SFH), REALIZAÇÃO, PESQUISA, PREVENÇÃO, ACIDENTES, SEGURANÇA DO TRABALHO.
- ELOGIO, INDUSTRIA, CIMENTO, AMPLIAÇÃO, PRODUÇÃO, ABASTECIMENTO, MERCADO INTERNO, HOMENAGEM, JOSE ERMIRIO DE MORAES, EMPRESARIO, INCENTIVO, DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL, BRASIL.
O SR. ROMERO JUCÁ (PMDB - RR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, venho, hoje, à tribuna, saudar uma importante associação patronal brasileira, que, neste ano de 2003, está comemorando longevos 50 anos de existência. Trata-se do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento.
O Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC) foi fundado em 1953 por uma das figuras lendárias do empresariado brasileiro, o também homem público José Ermírio de Moraes, -- que é pai, por sua vez, de uma das mais lúcidas personalidades do País, de grande estatura moral, além de verdadeiro patriota, que é o empresário paulista Antônio Ermírio de Moraes.
Pois José Ermírio de Moraes, como dizia, fundou o SNIC em 1953, sindicato que foi, por assim dizer, o prolongamento natural de uma outra associação criada por ele e por outros empresários, ainda em 1937: a Associação Brasileira de Cimento Portland.1
Não poderia deixar de aproveitar esta oportunidade para render homenagem justa a José Ermírio de Moraes, cujo centenário de nascimento transcorreu faz dois anos. Esse homem foi o protótipo do self-made man brasileiro. Filho de usineiros de Pernambuco, diplomou-se engenheiro e, com seu dinamismo incansável, foi pioneiro e deu impulso ao desenvolvimento de várias indústrias no Brasil: a indústria têxtil, a indústria química, a indústria do cimento, a indústria do alumínio, a indústria do papel e celulose. Além de capitão de indústria, José Ermírio foi filantropo, tendo sempre ajudado na administração e no financiamento de várias instituições de caridade, e foi precursor, no Brasil, da assistência social aos empregados por parte das empresas. Como homem público, entre outros cargos que desempenhou, foi Senador da República, e Ministro da Agricultura do Presidente João Goulart.2
Sr. Presidente, é esse o certificado de origem do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento, que surgiu, há 50 anos, para defender e representar a indústria do cimento perante os órgãos governamentais, seus clientes e seus fornecedores. Com o passar do tempo, porém, o SNIC foi agregando outros objetivos aos iniciais de mera representação classista, e hoje colabora freqüentemente com o Setor Público em áreas nas quais tem interesse, -- como é exemplo o Sistema Financeiro de Habitação, -- desenvolve atividades de estudo e de pesquisa, e tem atuação importante na área de prevenção de acidentes e de segurança no trabalho.3
Para se ter uma idéia do espírito empreendedor dos empresários da indústria do cimento, -- o que espelha, de certa forma, a qualidade de seu sindicato, -- basta comparar o que era a produção do cimento no Brasil há 50 anos com o que ela é hoje. Há 50 anos, o mercado brasileiro era dominado pelo cimento estrangeiro, situação que causava sangria de divisas não-desprezível na Balança Comercial. Hoje o País é auto-suficiente na produção de cimento portland, que é o tipo utilizado na construção civil.
Produzimos, anualmente, quase 40 milhões de toneladas de cimento, que saem de 57 fábricas, de diversas empresas, espalhadas pelo País, com concentração na região Sudeste e, em seguida, na região Nordeste. Nosso consumo anual de cimento é representado pela mesma cifra. Em termos relativos, o consumo situa-se em patamar superior a 240 quilogramas por habitante. Tais números fazem do Brasil o oitavo produtor mundial, -- atrás de China, Índia, Estados Unidos, Japão, Coréia do Sul, Espanha e Itália, -- e também o oitavo maior consumidor de cimento do mundo. Na América Latina, nosso País é, disparado, o primeiro nesses dois quesitos. Aqui, a quantidade de produção e de consumo é praticamente igual, havendo pouquíssima importação e não sobrando excedentes para exportação.4
Não é raro que se elogiem, no exterior, a criatividade dos arquitetos e a sofisticação dos engenheiros brasileiros. Entre as construções arquitetônicas modernas, temos algumas que, seguramente, podem figurar em qualquer catálogo mundial que se proponha apresentar as obras mais impressionantes desta época. Em Brasília mesmo, temos alguns exemplos. O que fica, geralmente, relegado a um plano obscuro é a qualidade da matéria-prima com que tudo isso é feito, o miolo do pão, o cimento brasileiro, que, misturado a areia e brita, torna o sonho do arquiteto e o cálculo do engenheiro possíveis na forma de concreto.
Parabéns ao Sindicato Nacional da Indústria do Cimento por seu cinqüentenário! Congratulo-me, por essa data, com seu presidente, Sérgio Maçães, com seu vice-presidente, Renato José Giusti, com seu secretário-executivo, José Otávio Carneiro de Carvalho, e com todo seu conselho consultivo, bem como com as empresas que fazem parte dessa associação: a Camargo Corrêa Cimentos S.A., a Companhia de Cimentos do Brasil, a Cimento Planalto S.A., a CP Cimento e Participações S.A., a Holcim S.A., a Companhia de Cimento Itambé, a Lafarge Brasil S.A., a Nassau, a SOEICOM S.A., e a Votorantim Cimentos Ltda.
Era o que tinha a dizer.
1 Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro, Fundação Getúlio Vargas, verbete JOSÉ ERMÍRIO DE MORAIS.
3 50 ANOS - SINDICATO NACIONAL DA INDÚSTRIA DO CIMENTO - 1953-2003. Publicação do SNIC, e SINDICATO NACIONAL DA INDÚSTRIA DO CIMENTO, sítio na Internet.