Discurso durante a 124ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações sobre artigo publicado no Jornal da Baixada, de 12 de setembro do corrente ano, sob título "Lula gasta mais em publicidade do que em investimento". Aplauso à iniciativa do Senador Pedro Simon, aprovada terminativamente pela Comissão de Educação, que torna 2005 o Ano da Amazônia.

Autor
Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO. DESENVOLVIMENTO REGIONAL.:
  • Considerações sobre artigo publicado no Jornal da Baixada, de 12 de setembro do corrente ano, sob título "Lula gasta mais em publicidade do que em investimento". Aplauso à iniciativa do Senador Pedro Simon, aprovada terminativamente pela Comissão de Educação, que torna 2005 o Ano da Amazônia.
Publicação
Publicação no DSF de 19/09/2003 - Página 28080
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO. DESENVOLVIMENTO REGIONAL.
Indexação
  • SOLICITAÇÃO, TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, MUNICIPIO, BERTIOGA (SP), ESTADO DE SÃO PAULO (SP), DENUNCIA, SUPERIORIDADE, GASTOS PUBLICOS, PUBLICIDADE, GOVERNO FEDERAL, COMPARAÇÃO, RECURSOS, SANEAMENTO, RODOVIA, INFRAESTRUTURA, ASSENTAMENTO RURAL.
  • DENUNCIA, DEMISSÃO, JORNALISTA, EMPRESA BRASILEIRA DE COMUNICAÇÃO S/A (RADIOBRAS), ADMISSÃO, CRITERIOS, POLITICA PARTIDARIA, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT).
  • COMENTARIO, RESPOSTA, MINISTRO DE ESTADO, SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO DE GOVERNO E GESTÃO ESTRATEGICA, REQUERIMENTO DE INFORMAÇÕES, AUTORIA, ORADOR, ASSUNTO, PUBLICIDADE, GOVERNO FEDERAL.
  • ELOGIO, INICIATIVA, PEDRO SIMON, SENADOR, SAUDAÇÃO, APROVAÇÃO, COMISSÃO DE EDUCAÇÃO, ANO, REGIÃO AMAZONICA, IMPORTANCIA, DEFESA, PATRIMONIO PUBLICO, SOBERANIA NACIONAL, BIODIVERSIDADE.

O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Sem apanhamento taquigráfico.) -

APARELHAMENTO GASTA MAIS EM PROPAGANDA DO QUE EM INVESTIMENTO

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, que se cuidem os senhores do aparelhamento planaltino. O povo, que não vê nem obras nem ação, muito menos qualquer espetáculo de crescimento, a não ser paródias já bem espetaculosas, esse mesmo povo, está de olho!

E de olho bem vivo, superdesconfiado. Nas Capitais, como no interior.

E também no bom litoral da Baixada Santista. É de lá que vem a denúncia dos supergastos do governo petista do Presidente Lula. Vem de Bertioga. E está publicado no Jornal da Baixada, que é o outro JB brasileiro, da região de Santos, São Vicente, Cubatão, Guarujá, além da histórica Bertioga, do bom aconchego do Padre Anchieta, pacificador das lutas entre os tupiniquins e os tupinambás.

Padre Anchieta saia de Bertioga e, nas areias de Ubatuba, escrevia seus poemas. Hoje, quem escreve é o Jornal de Bertioga, denunciando os babilônicos gastos do governo petista com propaganda. É com propaganda que o Planalto acha que pode se manter na crista da onda.

A nota do JB de Bertioga tem este título:

Lula gasta mais em publicidade do que em investimento

E começa assim:

O Governo Federal gasta mais em publicidade do que em obras de saneamento, manutenção, construção de rodovias e infra-estrutura básica em assentamentos. Até o início do mês em curso (setembro), foram consumidos 25% com publicidade institucional. Enquanto isso, em investimentos da União em obras foram aplicados menos de 8%.”

Vou pedir a inserção da nota do Jornal de Bertioga nos Anais do Senado da República. Para que todos saibam que o pequeno interior, o pequeno litoral, os distritos, todos esses lugares do nosso território, estão bem a par dos desacertos do governo petista.

Para não sair da área da comunicação, volto hoje à supermáquina tipo DIP do Século 21, que o governo Lula segue instrumentando (ou aparelhando) na Radiobrás.

Na edição de ontem de O Estado de S. Paulo, o secretário de imprensa da Presidência, Ricardo Kotscho, diz que a estrutura montada no Palácio do Planalto para a produção de notícias destina-se a alimentar apenas um site na Internet. Site caro, esse!

Desmentido que nada desmente é desmentido desconjuntado, cheio de voltas que leva nada a lugar nenhum.

Com todo o respeito ao Secretário, o agigantamento da Radiobrás está em plena marcha-caminheira, com zabumba e outros rapapés. Desde que ali chegou, vindo de São Paulo, indicado pelo PT, o novo Presidente da Radiobrás demitiu 135 jornalistas. Medida de economia? Nada disso. No lugar deles, foram contratados 175.

O que se questiona são os critérios que ali passaram a vigorar. Bem ao estilo bruxa-solta.

Para quem não é do PT, mesmo que seja competente, bye-bye, Brasil!

Trago aqui cópias de documentos que mostram com clareza o processo de demissão implantado na Radiobrás.

Ponto 1 - Um jornalista foi nomeado, ainda no governo passado, para o cargo de Analista de Comunicação em Jornalismo, por ter sido HABILITADO EM CONCURSO PÚBLICO;

Ponto 2 - O mesmo jornalista foi demitido, em agosto último, com os seguintes consideranda:

SOLICITAÇÃO da Diretoria da Radiobrás;

Motivo da dispensa: SEM JUSTA CAUSA.

O quê está havendo? Demite-se sem justa causa, a pedido da diretoria. E a seguir é nomeado outro em seu lugar. Que tipo de credencial terá esse substituto? O aparelhamento é que sabe...

Recebi, da Radiobrás, cópia de carta enviada ao jornal O Estado de S.Paulo, a respeito do gigantismo da empresa estatal, objeto de ampla reportagem do jornal paulista.

Além de agradecimentos, não me compete qualquer resposta, até porque a carta é enviada a O Estado de S. Paulo.

Na carta, a Radiobrás nega qualquer gigantismo e que vá concorrer com agências noticiosas privadas. Seria estranhável se o objetivo fosse trabalhar de graça para veículos de comunicação, com tudo pago com o dinheiro do povo.

A esse respeito, porém, recebo diariamente denúncias de demissões na Radiobrás, sem justa causa. O que dizem, a começar pelos sindicatos da categoria, é que as demissões se processaram para que as vagas fossem preenchidas com profissionais que simpatizam com o governo petista.

Como denúncias desse tipo pululam pelo País todo, desde logo fica a crença de que também a Radiobrás foi posta no index do aparelhamento da máquina estatal.

Sr. Presidente, ainda a propósito de aparelhamento da máquina governista e no estrito cumprimento das prerrogativas constitucionais do Senado da República, formulei, em agosto último, Requerimento de Informações, indagando ao Secretário Especial de Comunicação de Governo e Gestão Estratégia, se os símbolos e frases que o governo passou a usar, numa parafernália de dar inveja a Getúlio Vargas, seriam sucedâneos dos símbolos da Pátria.

Hoje, recebo as informações do Ministro Gushiken. 

Ele disse que não. Que os símbolos oficiais do País não serão substituídos por esses desenhos e logotipos de mau gosto. Um deles, traz o nome Brasil, com letras multicoloridas, contemplando o L final, o mesmo que aparece na palavra Brasil com a cor vermelha, da preferência do Presidente Lula, que também começa com L.

Ainda bem que do Ministro garante que os símbolos máximos do País não serão objeto de escamoteação.

Mas que foram postos de escanteio, não parece haver dúvida. No mínimo, estamos diante de um atropelo, e de muito mau gosto, nos nossos símbolos.

Segundo a informação que chega do Planalto, esses desenhos e frases fazem parte “das ações publicitárias” de órgãos e entidades integrantes do Poder Executivo Federal. Portanto, propaganda às pamparras.

Sr. Presidente, requeiro que seja considerado como parte integrante deste pronunciamento texto extraído do Jornal da Baixada, de Bertioga.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ainda hoje, nesta oportunidade, desejo assinalar que o Senador Pedro Simon é uma das personalidades de mais forte brasilidade do Senado da República, de permanente denodo na intransigente defesa de suas idéias, que são também as nossas, que pensamos como ele; o tempo todo de visão voltada para o amanhã do País.

É dele a idéia de tornar 2005 o Ano da Amazônia, já acolhido pela Comissão de Educação, em caráter terminativo. Com ela, desde logo

incorporo-me em enleamento sem fim, tal como haverei de me envolver, e, por certo, todos os brasileiros, em tantas outras iniciativas que venham a ter por objeto a nossa mais estratégica região.

Sou amazônida, mas, como num reconhecimento a esta notável presença que a todos nos orgulha no dia-a-dia do Senado, devo declarar que, com este bravo sulino, vim a aprender muito mais sobre a Amazônia, do que, como até seria natural, a respeito de querências ou de pagos.

Desde que aqui cheguei, vi em Pedro Simon o melhor exemplo a seguir quando se pensa seriamente em defesa da nossa Amazônia. E também vejo, com alegria, que a Amazônia não pertence apenas a quem ali nasce, como eu. Ela é de todos os brasileiros.

Aplaudo a iniciativa do ilustre Senador Pedro Simon e ainda conservo vivas as palavras que dele ouvi, ao ser aprovado seu projeto: “Temos que defender uma Amazônia com o status de patrimônio brasileiro, embora represente uma riqueza em biodiversidade, cujos benefícios possam ser usufruídos por toda a Humanidade.”

É graças a brasileiros como Simon que vejo cada vez mais clareza a grande realidade que precisamos conduzir com apreço e dedicação de toda hora: A Amazônia é patrimônio a serviço da Humanidade; mas Terra-Brasil.

Era o que tinha a dizer.

 

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DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. SENADOR ARTHUR VIRGÍLIO EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inserido nos termos do art. 210 do Regimento Interno.)

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Este texto não substitui o publicado no DSF de 19/09/2003 - Página 28080