O SR. JONAS PINHEIRO (PFL - MT. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, farei um comentário, em nome do PFL, sobre o 4º Congresso Brasileiro de Algodão.

O Brasil, que era um grande produtor e exportador de algodão até os anos 80, viu-se, por razões inerentes à sua produção e comercialização, com a sua área de cultivo diminuída, quando, então, a sua produção começou a cair, até assumir, em 1996, a inconcebível e desalentadora posição de importador de algodão - e um dos maiores do mundo -, com essas importações atingindo a cifra de um bilhão de dólares.

Naquele período, a produção, que era de cerca de 960 mil toneladas de algodão em pluma no ano de 1992, baixou para 660 mil toneladas em 1995 e despencou para 350 mil toneladas em 1997.

Entretanto, a partir daquele ano de 1997, a cotonicultura brasileira iniciou uma nova fase, elevando sua produção de 350 mil toneladas para 770 mil neste ano de 2003.

O nosso País voltou, então, a exportar algodão e a recuperar a posição que lhe coubera outrora. A reversão desse quadro deveu-se, por um lado, ao apoio do Governo Federal, que implementou uma série de medidas para compensar as dificuldades enfrentadas pelos produtores e, por outro lado, pela chamada “profissionalização” da cultura do algodão. Nesse caso, os produtores, num gigantesco esforço e com a adoção de técnicas mais modernas de gerenciamento e produção, conseguiram aumentar consideravelmente o nível de produtividade dessa cultura e expandir a área cultivada.

Na região Centro-Oeste, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ocorreu um expressivo aumento do cultivo de algodão, principalmente em Mato Grosso, que, atualmente, responde por quase a metade da produção nacional.

Para a próxima safra, de 2003/2004, a previsão é a de que a produção de algodão em pluma no Brasil possa atingir mais de um milhão de toneladas, o que representará um crescimento acima de 30% em relação à safra anterior, das quais já estão comprometidas em contratos de venda para o exterior em torno de 300 mil toneladas.

Isso representa um recorde que demonstra o enorme potencial brasileiro e a notável capacidade dos produtores nacionais.

Esses resultados, Sr. Presidente, vêm sendo obtidos dentro de um contexto extremamente desfavorável ao Brasil em termos de concorrência. Somente no Brasil, o uso de sementes geneticamente modificadas, as chamadas transgênicas, é proibido, o que torna o nosso sistema de produção mais oneroso que o dos demais países produtores de algodão, onde ainda são adotadas medidas protecionistas e concedidos outros elevados subsídios aos produtores locais.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, na quarta-feira, estive participando do IV Congresso Brasileiro de Algodão, que se realizou em Goiânia e que teve como tema principal “Algodão - Um Mercado em Evolução”.

Fiquei extremamente impressionado não somente com o alto nível técnico das conferências, dos painéis de trabalho e dos cursos oferecidos, mas também com o entusiasmo dos produtores e de todos os integrantes da cadeia produtiva do algodão. Para se ter uma idéia, havia a expectativa de que deveriam participar daquele congresso cerca de 1.600 pessoas, e o que se verificou foi uma adesão de cerca de 2.200 participantes. Isso, por si só, já demonstra o sucesso daquele evento.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ao fazer este registro da tribuna, manifesto meu entusiasmo com a capacidade empresarial dos produtores brasileiros de algodão, hoje já congregados em associações estaduais, liderados pela eficiente Associação Brasileira de Produtores de Algodão - Abrapa, que dá uma lição a todos nós, brasileiros, e mostra ao mundo a potencialidade do nosso País em termos de produção agrícola.

No momento em que a economia brasileira vem enfrentando dificuldades e a crise se aprofunda em vários setores, é reconfortante sentir que, no caso da cotonicultura, a tendência tem sido outra, o que nos estimula a redobrar as forças para continuar trabalhando não somente com os produtores, mas com todos que atuam na cadeia produtiva do algodão.

Muito obrigado, Sr. Presidente.