Pronunciamento de José Sarney em 23/09/2003
Fala da Presidência durante a 127ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Registra o transcurso de 30 anos de falecimento do poeta Pablo Neruda.
- Autor
- José Sarney (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/AP)
- Nome completo: José Sarney
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Fala da Presidência
- Resumo por assunto
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HOMENAGEM.:
- Registra o transcurso de 30 anos de falecimento do poeta Pablo Neruda.
- Publicação
- Publicação no DSF de 24/09/2003 - Página 28737
- Assunto
- Outros > HOMENAGEM.
- Indexação
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- HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE MORTE, PABLO NERUDA, POETA, PAIS ESTRANGEIRO, CHILE.
O SR. PRESIDENTE (José Sarney) - Antes de encerrar esta sessão, eu quero - e vou pedir licença ao Senado para fazê-lo - apenas registrar que hoje transcorrem trinta anos do falecimento do grande poeta Pablo Neruda. Eu quero fazer este registro, antecipando as celebrações que serão feitas este ano para comemorar o seu centenário.
Eu quero lembrar-me dos tempos da minha juventude, quando lia, com grande encantamento, Vinte Poemas de Amor e uma Canção Desesperada, de Neruda, livro que vendeu um milhão de exemplares nesses oitenta anos que se passaram desde que foi lançado.
Sem dúvida alguma, Neruda foi um poeta que marcou a história da literatura mundial, a inteligência e a passagem do homem pela Terra. Ele foi amigo de Lorca, de Rafael Alberti e, aqui, no Brasil, um grande amigo de Zélia e de Jorge Amado. Ele foi parceiro das dores da Espanha subjugada, foi um comunista exaltado e um grande Embaixador do Chile no mundo inteiro, divulgando o seu País e a sua cultura.
Eu quero, aqui, apenas registrar o poeta que acreditava na poesia. É difícil nesses plenários falar-se em poesia. Mas Neruda, em uma de suas últimas entrevistas, em uma profissão de fé - e é bom sempre lembrarmos, nesta Casa, principalmente em um dia de hoje, tão memorável - dizia que “a poesia tem comunicação secreta com os sofrimentos do homem”. E dizia: “Há que ouvir os poetas. É uma lição de história!”.
Quando Presidente da República, eu tive a oportunidade de dizer que uma Nação se fazia com historiadores, com poetas e com políticos: os historiadores, para pensar o passado; os políticos, para tratar do presente; e os poetas, para sonhar com o futuro.
É isso que estamos fazendo, hoje, aqui, com a aprovação do Estatuto dos Idosos.