O SR. JOSÉ SARNEY (PMDB - AP. Para encaminhar a votação. Com revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, venho recordar e homenagear a memória de Dona Risoleta Neves.

Ela não é somente a viúva de Tancredo Neves. Ela é a mulher excepcional, que ajudou a construir o seu destino, com suas virtudes da inteligência, da cultura e da grande sensibilidade.

Era uma mulher humana e sábia, discreta e forte, sabendo navegar nas águas das dificuldades e nos momentos de alegria, com a grandeza e a dignidade da coragem e da suavidade.

Quem no Brasil não se recorda dos momentos dramáticos da doença e da morte de Tancredo, vendo-a não somente nas lágrimas, mas na fé e na bravura, ajudando o povo brasileiro, aliviando com suas palavras de conforto a dor incomensurável que perpassava por todos nós.

Dona Risoleta Neves era uma extraordinária figura humana e uma mulher admirável.

Com ela mantivemos, Marly e eu, não somente uma relação de estreita amizade e querer bem, mas uma admiração pessoal que nos fez servos de sua bondade.

Foi com imensa tristeza e uma recordação que era da vida e dos momentos difíceis que vivemos que eu coloquei as rosas da minha saudade e as palavras do meu afeto, que não murcharão jamais, hoje pela manhã, em São João Del Rei, no seu sepultamento.

É com os olhos em Dona Risoleta e a lembrança de Tancredo Neves que eu sinto que, nesta manhã, a sagrada terra de Minas Gerais recebe para sempre o seu corpo e a sua alma generosa.

Em nome do Senado, associei-me à dor de Inês Maria, Maria do Carmo, Tancredo Augusto, Andréa e Aécio e todos dessa grande família, pela grande perda que é deles, dos seus amigos -- entre os quais me coloco com Marly, Roseana, meus filhos e netos --, mas também de Minas e do Brasil.