O SR. ANTONIO CARLOS MAGALHÃES (PFL - BA. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, em primeiro lugar, quero saudar o discurso do Senador Mão Santa, que sempre nos honra com a sua palavra brilhante.

Em segundo lugar, quero dizer a V. Exªs da minha alegria de ver hoje, neste Plenário, um dos melhores Senadores da República de todos os tempos, o Senador José Fogaça, que marcou época nesta Casa e é realmente digno das homenagens dos Senadores brasileiros. Portanto, saúdo o Senador José Fogaça, acredito que em nome de todos os Senadores da República.

Sr. Presidente, ocupo a tribuna hoje para reclamar, mais uma vez, da desatenção do Governo em relação às estradas em todo o País. Há realmente um descalabro. Em toda parte, as estradas estão intrafegáveis, as ferrovias não funcionam e a situação fica mais difícil no País.

Falo agora do meu Estado. A Bahia preparou uma malha rodoviária excepcional, com recursos próprios e recursos do BID. Mas hoje essa malha está sendo destruída, porque os caminhoneiros, não querendo andar pelas BRs, utilizam as estradas do Estado com veículos pesados, o que faz com que essas estradas realmente fiquem em dificuldade. E não há recursos do Governo Federal, em nenhuma hipótese, para melhoramentos na Bahia. Anúncios já foram feitos vários. O Ministro já foi, várias vezes, à Bahia, e tem corrido o Brasil. Não sei se devo culpá-lo. Talvez não. Mas a política de não investir nem mesmo no setor rodoviário é uma política suicida, que não pode continuar em nosso País.

Estou certo de que cada Senador tem um problema no seu Estado. Falta inclusive - o Governo prometeu tanto, mas não realiza - destinar recursos aos Departamentos de Estradas de Rodagem estaduais para que possam melhorar a malha rodoviária do Estado. O que se vê é que não há recursos para a malha rodoviária e nem se fala sequer em ferrovias.

Todos os dias venho aqui falar a respeito da situação dos metrôs nas capitais. Todo dia há uma promessa, ou do Ministro ou da secretária do Ministro, enfim, de alguém do Governo que diz que todos os metrôs - o de Salvador, o de Belo Horizonte, o de Recife, o de Porto Alegre e o de Fortaleza -, estão esperando recursos.

Os Prefeitos são de vários Partidos, até mesmo do PT. Então, que desculpa se dá para essa obra? E como vai ficar cara essa obra quando ela ficar pronta, Sr. Presidente! São recursos internacionais que estão disponíveis. No caso da Bahia, são US$40 milhões disponíveis para o metrô. Entretanto, nada ocorre do Governo Federal em contrapartida.

Por isso, apelo mais uma vez ao Governo Federal, ao Senado da República, às Comissões de Transportes, do Senado ou da Câmara, para que façam chegar ao Governo a voz do Congresso Nacional, que é a voz do povo brasileiro, para que pelo menos poupe as rodovias neste País. Não se pode mais trafegar, os desastres se sucedem, vidas são ceifadas, tudo isso acontece com a indiferença total da área governamental. Não há desculpa para se dar, Sr. Presidente.

Acredito, quero falar a V. Exª, que acho que até o próprio Maranhão de V. Exª deve estar sofrendo as agruras que os outros Estados da Federação sofrem. Mas eu também pediria pelo Maranhão, pediria pelo Brasil, que não pode ficar na situação em que se encontra. Penso que é do nosso dever, mas principalmente da Comissão de Transportes da Câmara e do Senado, neste instante, dar um brado de alerta ao Governo Federal para que pare com essa política de contenção que só está levando ao desespero milhares de brasileiros.

Mortes se sucedem, repito, e nada acontece em benefício dessas vítimas. Por isso, mais uma vez, venho a esta tribuna, não como Oposição, mas como alguém que quer ajudar o Governo. Desejo ajudar o Governo, Sr. Presidente, mas o Governo precisa ser ajudado através de obras públicas. Já dizia Vieira que se chega melhor ao coração dos homens pelas obras do que pelas palavras. O Governo atual pode chegar pelas palavras, mas pelas obras ainda não chegou.

Muito obrigado, Exª.