O SR. SÉRGIO ZAMBIASI (Bloco/PTB - RS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Obrigado, Sr. Presidente, colega Senador Mão Santa, tentarei ser o mais breve possível na minha manifestação. Porém, eu não poderia deixar de registrar desta tribuna, como gaúcho, com muito orgulho, uma data especial para o Rio Grande do Sul.

Hoje, o Correio do Povo, um dos mais tradicionais jornais do meu Estado, completa 108 anos de existência.

Em seu editorial de hoje, sua direção reafirma os compromissos assumidos há mais de um século, quando historia:

Quando Caldas Júnior, naquele distante 1º de outubro de 1895, começou a escrever o primeiro editorial de seu Correio do Povo, não tinha decerto idéia da obra que iniciava. Era o fim do século XIX, tempo em que o País vivia o signo de um imprensa partidariamente engajada. Temeridade, dentro do perfil do jornalista, cidadão independente e sem laços de agremiações políticas, fundar uma folha sem vínculos com nenhum dos partidos existentes, escoadouros naturais das tendências políticas da época. Claro que Caldas tinha em mente uma obra tanto quanto possível duradoura como seus sonhos, mas não poderia pensar que seu jornal, lutando com imensas dificuldades no início, poderia um dia vir a escrever no cabeçalho este modelo de longevidade: ‘Porto Alegre, 1º de outubro de 2003’.

Pois hoje o milagre está acontecendo. E por quê? Porque o primeiro editorial traçou regras de conduta a serem seguidas pelos anos e anos da vida do Correio. Regras de conduta a começar pela ética profissional, algo que não se aprende só nas escolas de Jornalismo, porque está dentro de cada exercente da nobre atividade de informar e opinar, cada dia servindo a verdade a seu público leitor e assim se fazendo respeitável e respeitador de direitos de outrem. O longo decurso do tempo só fez mais arraigados os símbolos erigidos nesta casa” - o Correio do Povo - “em honra ao respeito pelos altos padrões éticos de um jornalismo de decência e fidelidade aos propósitos definidos em 108 anos. Está aí a explicação da existência longeva do Correio do Povo, um jornal que construiu sua credibilidade dia a dia, edição a edição, página a página.

E conclui o editorial:

Com orgulho e emoção, nós, seguidores da obra de Caldas, palmilhamos a velha rota de trabalho, sem temores, sem desvios, respeitando os poderes políticos constituídos enquanto dignos de respeito e apreço. Queremos seguir como porta-voz da comunidade rio-grandense, habituada a ver nosso trabalho por uma clara visão de solidariedade e de estímulo. Assim vamos para o ano 109, um galardão de poucos empreendimentos neste País, de modo especial na área da informação, de tantas e difíceis situações insuspeitas.

Portanto, parabéns ao Correio do Povo, à sua direção, aos seus trabalhadores e trabalhadoras. E parabéns especialmente ao povo gaúcho, por poder conviver por tão longos anos com esse importante órgão de imprensa.

Obrigado pela sua compreensão, Presidente Mão Santa. Espero não ter me excedido no tempo que me foi permitido.

Muito obrigado.