Discurso durante a 138ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Resposta às críticas da oposição ao governo Lula.

Autor
Ideli Salvatti (PT - Partido dos Trabalhadores/SC)
Nome completo: Ideli Salvatti
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • Resposta às críticas da oposição ao governo Lula.
Publicação
Publicação no DSF de 09/10/2003 - Página 30836
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • RESPOSTA, CRITICA, OPOSIÇÃO, GOVERNO FEDERAL, ESCLARECIMENTOS, AUSENCIA, DEPENDENCIA, ECONOMIA NACIONAL, FUNDO MONETARIO INTERNACIONAL (FMI), REGISTRO, IMPLANTAÇÃO, PROGRAMA, NATUREZA SOCIAL, MUNICIPIO, GUARIBAS (PI), ESTADO DO PIAUI (PI), MELHORIA, ABASTECIMENTO DE AGUA, CRIAÇÃO, EMPREGO, RENDA, AMBITO REGIONAL.
  • SOLICITAÇÃO, GOVERNO ESTADUAL, COLABORAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, UNIFICAÇÃO, PROGRAMA, NATUREZA SOCIAL, AGILIZAÇÃO, ATENDIMENTO, POPULAÇÃO, BAIXA RENDA, REGISTRO, EXPERIENCIA, GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL (GDF), CADASTRAMENTO, FAMILIA, POPULAÇÃO CARENTE.

A SRª IDELI SALVATTI (Bloco/PT - SC. Como Líder. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, todos os dias - o Senador Hélio Costa já apelidou de happy hour -, somos bombardeados sistematicamente com uma série de análises críticas da Oposição, o que é normal e razoável em qualquer regime democrático. Criticam desde a licitação do papel higiênico até a posição do Brasil na Organização Mundial de Comércio. Todos os dias estamos aqui, procurando responder, fazer um bom debate, como deve acontecer numa Casa democrática como esta. Todavia, não podemos admitir algumas questões; precisamos rebatê-las. Empregam alguns termos, tais como “Partido dos Tributos”. Dizem: “É preciso fazer o dia da forca, porque estão aumentando a carga tributária”. E dizem isso depois de terem aumentado a caga tributária em dez pontos percentuais em oito anos.

Nesta semana, disseram que os nove meses do Governo Lula foram totalmente improdutivos. Houve referência, inclusive, à diferença de posição a respeito do Fundo Monetário Internacional. Tive oportunidade de dizer, e volto a afirmar, que foi tão improdutivo esse período, que o Brasil conseguiu, em nove meses, tomar pé da situação e não precisar fazer acordo com o FMI. O Governo somente fará acordo com o FMI se julgar conveniente ter uma reserva, mas não por necessidade. Só isso valeria, pelo menos, uma apreciação um pouco mais condescendente dos nove meses do Governo Lula.

Todos nós sabíamos que não seria fácil governar depois de uma época em que houve muitos excessos. Todos sabemos que, quando ultrapassamos os limites da boa comida e da boa bebida, em seguida vem sempre uma ressaca muito difícil de ser curada, muito difícil de ser combatida, com efeitos nefastos para a nossa saúde. Assim é o País: depois de um desarranjo, como o ocorrido no último período, não seria fácil reconstruí-lo.

Gostaria de registrar que o Presidente Lula, quando assumiu, levou os seus Ministros para conhecer várias realidades. Uma das localidades visitadas foi exatamente o Município de Guaribas, onde teve início o Programa Fome Zero, que hoje atinge mais de 1,2 mil Municípios em todo o País. Talvez valesse a pena que uma comitiva fizesse uma visita a Guaribas. Esse Município, que foi aqui menosprezado por causa da instalação de um salão de beleza, passou, por força do Projeto Fome Zero, por uma reformulação total em termos de abastecimento de água e de geração de emprego e renda, numa ação completa de transformação da sociedade. Então, valeria a pena aqueles que tanto criticam o Governo fazerem uma visita ao Município de Guaribas.

Aqueles que falam do Fome Zero deveriam convencer os seus Governadores a fazer o cadastro único e a unificação dos projetos. Se Estados importantes como São Paulo, Minas Gerais, Ceará, administrados pelo PSDB, fizessem a unificação dos programas sociais, com certeza, haveria maior potencialização do programa de atendimento às famílias de baixa renda.

Para mostrar a importância do cadastro único e da unificação de esforços, cito o recadastramento que está sendo feito no Distrito Federal - não está sendo feito pelo Governo Federal, mas pelo Governo do Distrito Federal -, segundo o qual de 50% a 60% das famílias não deveriam estar inscritas no Programa Fome Zero e nem recebendo o benefício.

Por isso, digo: critiquem, mas façam isso com bom senso, com o pé no chão, refletindo a realidade, não na linha de cabresto, da bajulação, até porque muitas vezes acabam caindo na linha auxiliar.

Muito obrigada, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 09/10/2003 - Página 30836