Discurso durante a 139ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Realizações da unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) no Estado de Roraima.

Autor
Mozarildo Cavalcanti (PPS - CIDADANIA/RR)
Nome completo: Francisco Mozarildo de Melo Cavalcanti
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
DESENVOLVIMENTO REGIONAL.:
  • Realizações da unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) no Estado de Roraima.
Publicação
Publicação no DSF de 10/10/2003 - Página 31067
Assunto
Outros > DESENVOLVIMENTO REGIONAL.
Indexação
  • ELOGIO, ATUAÇÃO, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), ESTADO DE RORAIMA (RR), ASSISTENCIA TECNICA, AGRICULTOR, PECUARISTA, COMUNIDADE INDIGENA, DESENVOLVIMENTO FLORESTAL, RECURSOS, GENETICA, FLORESTA AMAZONICA, IMPLEMENTAÇÃO, PROJETO, APLICAÇÃO, PESQUISA CIENTIFICA E TECNOLOGICA.

O SR. MOZARILDO CAVALCANTI (PPS - RR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em Roraima consolidou-se, já há algum tempo, como um dos mais importantes centros de pesquisa da Região Norte. Os agricultores e pecuaristas do Estado são privilegiados por poderem contar, no seu cotidiano, com o apoio técnico da Embrapa Roraima.

Mas como tudo que já é bom pode ser melhorado ainda mais, a Embrapa Roraima adotou, recentemente, uma nova forma de organização. Criaram-se quatro núcleos temáticos que cobrem as principais áreas de atuação da empresa. São eles: Comunidades Indígenas; Floresta & Agrofloresta; Lavoura e Produção Animal; e Recursos Genéticos.

Os núcleos já estão em fase avançada de estruturação e abarcam, no momento, 29 projetos, que, a partir de agora, passarão a ser desenvolvidos com mais organização e com ênfase nos resultados.

Com esse novo modelo, a Embrapa Roraima pretende consolidar os trabalhos que já se encontram em andamento e fortalecer uma série de projetos que a empresa executa em conjunto com outras unidades da Embrapa e com instituições parceiras.

A nova organização proporcionará, ainda, mais agilidade na oferta das novas tecnologias desenvolvidas pela Embrapa Roraima. Quanto maior a velocidade com que essas novas tecnologias forem disponibilizadas, tanto mais rapidamente serão alterados, para melhor, os indicadores socioeconômicos do agronegócio roraimense.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a imensa relevância da Embrapa para a pesquisa científica nacional está acima de qualquer questionamento. A empresa é um dos orgulhos nacionais e um de nossos principais centros de excelência, sendo reconhecida internacionalmente pelo desenvolvimento de tecnologias de ponta em agropecuária.

Imagine-se, então, a importância da Embrapa e de suas pesquisas para o nosso pequeno Estado de Roraima, uma das menores Unidades da Federação, com 225 mil quilômetros quadrados e apenas 15 Municípios. Somos, ainda, o Estado com a menor população do País, com menos de 350 mil habitantes, 200 mil deles concentrados na capital, Boa Vista.

Sr. Presidente, a Embrapa Roraima tem contribuído de forma decisiva para o aperfeiçoamento da agropecuária do Estado, auxiliando os roraimenses a reverter o desfavorável quadro atual. A participação da agropecuária no PIB estadual ainda é tímida, em torno de 4,2%. Nossa economia ainda é, em grande parte, ancorada no setor de serviços, que responde por 80% do PIB estadual.

Além disso, o território de Roraima apresenta características que dificultam a exploração agropecuária. Mais de 60% da área de nosso Estado fazem parte da Floresta Amazônica. Uma boa parte da maior reserva indígena do Brasil, a dos ianomâmis, com 5,6 milhões de hectares, está localizada em Roraima, e mais da metade de nosso território localiza-se em área protegida sob a forma de reservas indígenas ou de parques naturais.

Sendo assim, muito pouco solo no Estado está apto e livre para a agropecuária. Apenas 12,6% da área de Roraima está apta à agricultura e grande parte dessa área encontra-se em área de savana, que conhecemos, no Estado, como “lavrado”.

Ora, todos esses dados que acabo de fornecer que, para muitos, seriam motivo de desânimo, nos enchem a nós, roraimenses, da convicção de que temos que tirar o máximo proveito do pouco de que dispomos. Nesse particular, as técnicas e os processos desenvolvidos pela Embrapa revelam sua grande importância para o Estado. A nova organização da Embrapa Roraima potencializará ainda mais a capacidade da empresa, pois agora ela está mais bem adaptada às necessidades típicas do Estado de Roraima.

Dos quatro núcleos recém-criados, apenas o de Comunidades Indígenas, neste primeiro momento, não contará com ações de pesquisa. Em compensação, esse núcleo trabalhará em parceria com os outros três, cujas tecnologias e processos serão utilizados para promover o desenvolvimento socioeconômico, a melhoria da qualidade de vida e o resgate da cidadania dos índios, sempre com o devido respeito pelas tradições culturais e pelo modo de vida das comunidades envolvidas.

Sr. Presidente, a Embrapa Roraima conta, atualmente, com um total de 30 pesquisadores e sete técnicos de nível superior. É mais uma indicação clara de que quantidade não é sinônimo de qualidade, pois esse corpo técnico, relativamente reduzido, realiza um belo trabalho em prol do Estado.

Os exemplos desse trabalho são inúmeros, de forma que me restringirei a mencionar apenas alguns deles. Em primeiro lugar, cito o lançamento, no início de setembro, de duas novas variedades de feijão caupi, recomendadas para cultivo em área de mata, característica importantíssima para os agricultores de Roraima.

Outra iniciativa que merece destaque é a realização dos chamados “dias-de-campo”, workshops que a Embrapa Roraima vem promovendo no Estado sobre o cultivo e o manejo da soja.

Também notórias são as tecnologias que a empresa desenvolveu para outros grãos, como os cultivares de arroz, sorgo granífero, milho, algodão e girassol, além de técnicas inovadoras de processamento de frutas e polpas tropicais.

Não podemos esquecer-nos, ainda, da importante participação da Embrapa Roraima, em conjunto com unidades do Exército Brasileiro, no controle e monitoramento de incêndios no Estado.

Enfim, essas são apenas algumas das espetaculares realizações da unidade da Embrapa no Estado de Roraima. A nova forma de organização da empresa em núcleos temáticos contribuirá, tenho certeza, para um desempenho ainda mais eficiente. Só nos resta agradecer à Embrapa pelo excelente trabalho que vem desenvolvendo em prol da terra e do povo de Roraima.

Era o que tinha a dizer.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 10/10/2003 - Página 31067