O SR. EFRAIM MORAIS (PFL - PB. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, sinto-me honrado em poder homenagear, deste plenário do Senado Federal, todos os professores de nosso Brasil.

Como poderíamos não ser gratos aos professores que nos conduziram pelos primeiros caminhos do conhecimento, desvendando-nos o mundo mágico do alfabeto, da leitura? Ou o comportamento misterioso dos números, que depois se deixa revelar em toda sua clareza, como dois e dois são quatro?

Em nosso País, Sr. Presidente, no alvorecer do século XXI, ainda há muitos concidadãos que não tiveram professores para ensinar-lhes as primeiras letras e as operações aritméticas fundamentais. Esses homens e mulheres, brasileiros como nós, não podem, infelizmente, desenvolver o magnífico potencial intelectual que receberam, tal qual uma centelha divina; nem tampouco ter pleno acesso a seus direitos e deveres de cidadania. Sabemos que essa situação precisa mudar, com urgência.

Dos rústicos bancos escolares das cidades pobres aos anfiteatros ou laboratórios das universidades, ali sempre estará um professor ou uma professora, pronto a partilhar seus conhecimentos, a orientar os alunos em suas dúvidas, a estimulá-los a aprender mais e, inclusive, a aprender a estudar sozinhos, conquistando, a cada passo, maior autonomia.

Nada substitui, Srªs e Srs. Senadores, a presença de um professor, à frente ou ao lado de seus alunos. Surgem métodos e tecnologias as mais avançadas de auto-aprendizagem, como as inúmeras que são hoje associadas ao computador, mas nenhuma delas se mostra tão eficaz e completa como uma professora, um professor, que querem que seus alunos aprendam e estão ali para interagir e dialogar com eles.

Por essas e por tantas outras razões, que não tenho tempo aqui para expor, mas de que todos nós temos alguma noção, sabemos o quanto são essenciais os professores para o desenvolvimento de nossas crianças e jovens e adultos. Para o desenvolvimento intelectual, sim, mas também essenciais para o desenvolvimento econômico da Nação, que se mostra cada vez mais dependente do nível e qualidade da instrução dos seus trabalhadores. E ainda, muito significativamente, para o desenvolvimento ético e espiritual, de valores e atitudes elevadas e resolutas diante da vida, que já estão implicadas na simples vontade de querer aprender e querer ensinar.

Srªs e Srs. Senadores, consideremos o Brasil real onde se desenvolvem as atividades docentes de nossos mais de 2 milhões de professores. Podemos imaginar as precárias condições das salas de aula do sertão de minha Paraíba ou de uma pequena cidade ribeirinha, quase sumida na imensa Amazônia. Mas sabemos também das dificuldades por que passam os professores das universidades federais, com salários incompatíveis com a importância e a complexidade de suas funções, com condições pouco estimulantes para desenvolver suas atividades de ensino e pesquisa.

A plana realidade é que nosso País não tem sabido valorizar essa categoria como lhe é devido. Há sempre uma boa dose de vocação e de abnegação no verdadeiro professor. Mas é a própria sociedade, somos todos nós que perdemos, ao não garantirmos aos professores condições mais justas de retribuição salarial; condições propícias ao desenvolvimento da atividade docente; condições e estímulos para o seu aperfeiçoamento permanente.

Não devemos deixar de louvar iniciativas já não tão recentes, como a implementação, em 1998, do Fundef - Fundo da Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério, que muito contribuiu para elevar o baixíssimo patamar dos salários dos professores do ensino fundamental da rede pública.

Mas há quanto tempo os professores brasileiros não recebem uma boa notícia, não são compensados por suas tarefas cada vez mais exaustivas, ou sequer vêem alargar-se as perspectivas de melhores dias?

Dentre as atividades que pude exercer, Srªs e Senhores Senadores, uma das de que mais me orgulho é, sem dúvida, a de ter sido professor, professor de matemática. Ao ensinar, também aprendemos, e uma lição de que não pude me esquecer na vida é que a função do professor é de grande responsabilidade e de grande significado social.

Por tais razões, Sr. Presidente, homenageio, com sincero e profundo sentimento, os professores brasileiros em seu dia, conclamando a sociedade e, particularmente, todos aqueles com poder de decisão a valorizá-los tal como eles merecem.

Muito obrigado.