Pronunciamento de Valmir Amaral em 21/10/2003
Discurso durante a 146ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Apoio a Marcha pelo desarmamento.
- Autor
- Valmir Amaral (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/DF)
- Nome completo: Valmir Antônio Amaral
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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SEGURANÇA PUBLICA.:
- Apoio a Marcha pelo desarmamento.
- Publicação
- Publicação no DSF de 22/10/2003 - Página 33079
- Assunto
- Outros > SEGURANÇA PUBLICA.
- Indexação
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- COMENTARIO, GRAVIDADE, SITUAÇÃO, VIOLENCIA, BRASIL, APRESENTAÇÃO, DADOS, ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU), REGISTRO, CRESCIMENTO, NUMERO, MORTE, RESULTADO, UTILIZAÇÃO, ARMA DE FOGO.
- MANIFESTAÇÃO, SOLIDARIEDADE, FAMILIA, PARTICIPANTE, MANIFESTAÇÃO COLETIVA, SOLICITAÇÃO, DESARMAMENTO.
O SR. VALMIR AMARAL (PMDB - DF. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, sensibilizado, solidarizo-me com as famílias vítimas de entes queridos mortos pela violência das pessoas portando armas.
A revolta dessas famílias fez com que esse povo tão unido preparasse para amanhã, dia 21 de outubro de 2003, a "Marcha pelo Desarmamento". Por um Brasil sem Armas, unidos, estudantes, empresários, advogados, políticos, professores de todo o Distrito Federal vão mostrar essa indignação durante a marcha Brasil Sem Armas, ainda mais grupos organizados por sindicatos e associações vão se unir às vítimas da violência.
Determinei a inclusão de ônibus para que sejam levadas pessoas à Esplanada, sendo cerca de 4.000 estudantes que estarão lá aglutinados às 10.000 pessoas esperadas.
Srs. Senadores, vejam estes dados: segundo a Organização das Nações Unidas, o Brasil é o país com o maior número de mortes por arma de fogo. Foram 45 mil só no ano passado. As maiores vítimas de violência são jovens entre 15 e 24 anos. De cada dois jovens que morrem no país, um é vítima de atos violentos.
O problema não é apenas social. É também econômico. Em Brasília, por exemplo, 30% dos atendimentos nas emergências hospitalares são relativos a ocorrências com arma de fogo, uma média de R$245,70 (duzentos e quarenta e cinco reais e setenta centavos), por dia, segundo pesquisa do Ministério Público da Distrito Federal.
Assim sendo, esse povo que tanto amamos, manifesta agora sua vontade pelo desarmamento, unidos à "Marcha Brasil sem Armas". Para cada um, uma justificativa legítima. Quem sabe, seja uma oportunidade para que as escolas possam assumir um papel de formador das jovens consciências. É a chance de mostrar que a violência é o reflexo social da falta de acesso à educação, saúde trabalho e moradia.
Junto aos colegas da Comissão de Constituição e Justiça - CCJ, tenho a certeza de que o texto para restringir o número de armas de fogo no país terá primazia para a pauta, e essa será a principal medida para que as armas comecem a ser retiradas das ruas.
O texto final bem diz: quem dispara arma de fogo em local público será indiciado em crime inafiançável, com reclusão de dois a quatro anos.
Lá estaremos, unidos, contra este terror.
Brasília, estará unida contra as armas.
Muito obrigado.