O SR. LEONEL PAVAN (PSDB - SC. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a pequena cidade de Ilhota, em Santa Catarina, foi recentemente contemplada com o título de “Capital Catarinense de Moda Íntima e Moda Praia”, cuja entrega ocorreu ao final de setembro último, na sede da paróquia daquele Município. Mais precisamente, o título é decorrência de um projeto de lei de iniciativa do Legislativo catarinense, reconhecendo a posição de destaque que Ilhota ocupa na moda do Estado.

Ilhota abriga cerca de 70 empresas de micro, pequeno e médio porte, que fabricam lingerie, moda praia e roupas de ginástica para todo o Brasil e para o exterior, gerando 700 empregos diretos. Embora o foco mercadológico seja, hoje, prioritariamente, a economia doméstica, os fabricantes não poupam esforços em divulgar as marcas na Argentina e em outros países da América Latina. Em 2001, a cidade faturou aproximadamente 13 milhões de reais, o que, em comparação com o faturamento de 2000, equivaleu a uma expansão de 20%.

Em média, as empresas de Ilhota produzem, juntas, aproximadamente 300 mil peças mensais, entre biquínis, maiôs, cuecas e lingerie. Tendo alcançado dimensões tão expressivas, a cidade criou o Centro de Formação Profissional em Costura da Moda, cujos cursos se destinam a auxiliar no processo de melhoria da qualidade da mão-de-obra local. Com mais de 200 profissionais formados, os cursos do Centro conquistam para o trabalhador salários que chegam a 500 reais. Na verdade, segundo a Associação Comercial da cidade, se a qualidade profissional fosse melhor, a capacidade produtiva duplicaria.

Sr. Presidente, o Estado de Santa Catarina vem firmando posição como grande celeiro da moda brasileira. No jargão dos jornalistas, ouve-se comumente a expressão: “o boom da moda atingiu Santa Catarina”. Não por acaso, no início de setembro, Florianópolis sediou o primeiro evento regional da moda, o “Santa Catarina Fashion Week”, que contou com a participação de oito grifes da região, além de quatro estilistas e estudantes de moda e estilismo da UDESC, a Universidade do Estado de Santa Catarina.

A tradição têxtil catarinense não surgiu dos ventos, mas é fruto de um trabalho árduo que vem de longe. Há muito tempo que Santa Catarina participa, acentuadamente, do mercado de cama, mesa e banho, destacando-se como um dos maiores pólos têxteis do Brasil. Com a promoção de megadesfiles, os empresários do setor terminam por despertar o interesse do público, da imprensa e da indústria para a moda que se faz por lá.

Nesse contexto de euforia, as empresas estão muito otimistas com a perspectiva de exportar quantidades maiores de peças, projetando um crescimento da ordem de 30% no faturamento. No entanto, o fronte interno deve ser preservado a toda prova. Por isso, a Associação Comercial e Industrial de Ilhota fechou contrato com a Feira Industrial Permanente de Brusque, com o objetivo de lá expor seus produtos. Vale ressaltar que Brusque ocupa, hoje, lugar de extremo destaque na condição de maior centro comercial de Santa Catarina.

Para concluir, gostaria de aproveitar o ensejo para congratular os catarinenses, a população de Ilhota e, sobretudo, os empresários do setor pelo título recebido. Na condição de “Capital Catarinense da Moda Íntima e da Moda Praia”, Ilhota se credencia a desempenhar papel de crucial importância para a economia do Estado, consagrando-se, aqui e no exterior, como pólo excepcional de confecção de peças para a moda do momento.

Era o que tinha a dizer.

Muito obrigado.