Pronunciamento de Valmir Amaral em 23/10/2003
Discurso durante a 148ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Comemoração no dia 23 de outubro do Dia do Aviador e da Força Aérea Brasileira.
- Autor
- Valmir Amaral (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/DF)
- Nome completo: Valmir Antônio Amaral
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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HOMENAGEM.:
- Comemoração no dia 23 de outubro do Dia do Aviador e da Força Aérea Brasileira.
- Publicação
- Publicação no DSF de 24/10/2003 - Página 33343
- Assunto
- Outros > HOMENAGEM.
- Indexação
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- HOMENAGEM, DIA, AVIADOR, AVIAÇÃO, FORÇA AEREA BRASILEIRA (FAB), DATA, VOO, ALBERTO SANTOS DUMONT, VULTO HISTORICO.
- ELOGIO, AVIAÇÃO, INTEGRAÇÃO, TERRITORIO NACIONAL, PROTEÇÃO, FRONTEIRA, HOMENAGEM, EMPRESA BRASILEIRA DE AERONAUTICA (EMBRAER), INSTITUTO TECNOLOGICO DE AERONAUTICA (ITA), DESENVOLVIMENTO, INDUSTRIA AERONAUTICA.
O SR. VALMIR AMARAL (PMDB - DF. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, neste dia 23 de outubro comemoramos o Dia do Aviador ou da Aviação e da Força Aérea Brasileira. E por que nesse dia? Porque foi nele, no ano de 1906, que Santos Dumont realizou o primeiro vôo mecânico do mundo, devidamente homologado pela comunidade internacional. Foi algo extremamente modesto para os nossos dias atuais, mas que representou o inimaginável à época - Santos Dumont voou por 60 metros a dois ou três metros de altitude em relação ao solo, realizando proeza nunca antes feita.
De lá para cá, associando o seguimento dos vôos pioneiros de nosso patrono da aviação com os progressos tecnológicos que foram se avolumando, chegamos aos nossos dias, em que nos é permitido vislumbrar que as façanhas aeroespaciais de Flash Gordon podem deixar, brevemente, a ficção das páginas das revistas de quadrinhos e passar para a realidade de nossas vidas.
Quem poderia sonhar que, a partir das fantasias de Ícaro ou dos engenhos de Leonardo da Vinci, poderíamos hoje encarar como algo perfeitamente natural a viação aérea planetária e interplanetária.
Não faz muitos anos que Yuri Gagarin deu a volta à Terra e que Neil Amstrong pisou, como primeiro ser humano, o solo lunar. Apenas quatro décadas nos separam desses feitos fantásticos.
Chega a ser emocionante imaginar que a humanidade levou milênios para tornar realidade o sonho de fazer voar o ser humano. Mas, uma vez dada a partida no processo, nem um século se passou para que, de simples pequenos vôos rasantes, passássemos para longos e interplanetários vôos de pesquisa e descoberta.
De modo mais terreno, não podemos nos esquecer, Sr. Presidente, que Brasília é fruto dessa nossa era da aviação. Sem essa maravilhosa máquina voadora e seus intrépidos pilotos, Brasília não teria sido erguida em terra tão distante dos centros civilizados e jamais teria se consolidado como Capital nacional. Seria imaginável os Poderes da República funcionando numa cidade distante pelo menos um dia de viagem terrestre de qualquer outro centro habitado do País? Sem a aviação seria impossível! Sem os aviadores seria inviável!
Desde os tempos pioneiros do Correio Aéreo Nacional até nossos dias, demos passos de gigante no processo de integração nacional, que só a existência do avião pôde permitir.
É, pois, mais do que justo que se homenageie a aviação, os aviadores e a Força Aérea Nacional. A FAB, além dos inestimáveis serviços que nos presta em tempos de paz, assegurando acessibilidade aos rincões longínquos da Amazônia, confere proteção a nossas fronteiras terrestres e águas territoriais, pela rapidez com que pode se deslocar de qualquer ponto do País para o destino que seus comandantes designarem.
O Brasil, por sua extensão territorial, por sua população, por sua importância econômica, é um país moldado para ser intenso utilizador do transporte aéreo. Por isso, valorizamos tanto nossas companhias de aviação - a VASP, a VARIG, a TAM - e todas as inúmeras empresas regionais e de táxi aéreo. Pequenas ou grandes, elas todas ajudam a integrar o Brasil e a facilitar nossa comunicação interna e externa.
Viagens que se faziam em dias são, hoje, realizadas em horas. Produtos que dificilmente poderiam ser consumidos fora de seu lugar de produção, pois pereceriam no trajeto longo, são hoje facilmente transportados nos gigantescos aviões de carga climatizados, para distantes locais de sua origem.
Dos primeiros balões dirigíveis aos poderosos caças militares e aos confortabilíssimos aviões de passageiros, passamos por uma verdadeira revolução no transporte de pessoas e de produtos, nas estratégias militares e de segurança nacional, na pesquisa climática, na compreensão do universo.
O simples fato de termos superado a incapacidade do homem de voar por suas próprias asas foi suficiente para que alargássemos de modo inimaginável, até então, os horizontes das conquistas da humanidade em matéria de conhecimento.
A aviação é, de fato, responsável pela impulsão de múltiplos setores do conhecimento científico e tecnológico do homem. Materiais artificiais, como os cerâmicos, foram desenvolvidos para resistirem às severíssimas condições de funcionamento nas naves espaciais. Leis de deslocamento dos corpos no espaço sideral foram demonstradas e comprovadas na definição das trajetórias de nossos foguetes. Novos combustíveis mais eficientes e mais poderosos foram desenvolvidos. Estudos de gravitação e de superação dos efeitos das velocidades acima do som permitiram fabricar aviões e naves espaciais.
Sofisticados programas de modelagem numérica de aviões e aparelhos espaciais tiveram de ser desenvolvidos, propiciando enormes avanços nas ciências da computação e das engenharias aeronáutica, mecânica e civil.
Sr. Presidente, festejar a aviação e os aviadores não é comemorar algo apenas setorial. Diz respeito à sociedade como um todo, pois dos avanços da aeronáutica derivaram inúmeros produtos que hoje povoam nossas casas e escritórios. Os programas de computação que um dia foram segredos da NASA são hoje jogos em qualquer PC doméstico.
E, por fim, sem pretender ter mencionado tudo o que compõe o segmento de aviação, rendo homenagem à Embraer, nossa empresa fabricante de aviões, um dos mais brilhantes êxitos da capacidade empreendedora brasileira. Empresa criada, desenvolvida e gerida por brasileiros, impôs-se no mercado mundial, tornando-se respeitada e líder em diversos segmentos da aviação de médio porte.
Homenagens também são devidas ao ITA - Instituto Técnico da Aeronáutica, pela formação de quadros altamente qualificados para nossa indústria.
Enfim, Srªs e Srs. Senadores, ergo minha taça virtual em um brinde aos nossos brilhantes aviadores civis, aos nossos valorosos aviadores militares, a nossas companhias aéreas, à Força Aérea Brasileira, e a todos os que, de um modo ou de outro, colaboram para que nossa aviação seja hoje um dos setores de maior expressão na vida econômica do País.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
Era o que tinha a dizer.