O SR. TIÃO VIANA (Bloco/PT - AC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, serei breve. Registro o contentamento e o reconhecimento pela atitude elevada do Líder do PSDB, Senador Arthur Virgílio, neste momento no Senado Federal, quando trouxe um assunto grave e delicado. Na matéria jornalística, imputam-se interrogações que dizem respeito à condução de caráter, a atitude de uma política com ética, que, sem dúvida, é um assunto merecedor de atenção e resposta de quem possa estar envolvido. O Líder do PSDB, de maneira clara e objetiva, trouxe os argumentos do seu Partido, a sua visão política sobre o assunto e tomou a decisão de encaminhar o caso ao Ministro da Justiça como um requerimento de informações.

É um assunto que deve ser registrado, porque fica uma impressão, no cotidiano da atividade do Senado, de que a Oposição tem um certo impulso de “mazombismo”, e o Senador Arthur Virgílio mostra uma ruptura com o comportamento de mau humor das oposições, com um comportamento meramente crítico; mostra responsabilidade no tratamento de uma matéria dessa natureza. O Líder Arthur Virgílio poderia pedir a convocação do Ministro da Justiça e de outras personalidades políticas, mas não o fez. É um fato digno de registro que merece o respeito da base de apoio ao Governo, e acredito que desse modo estaremos sempre no caminho do diálogo, do entendimento e da divisão de responsabilidade na condução dos grandes problemas de interesse nacional.

Gostaria ainda de registrar um episódio que envolveu o nosso Presidente da República. Quando procuraram o candidato Lula com o famoso Dossiê Cayman, contra a figura do então Presidente Fernando Henrique Cardoso, na época candidato à reeleição, ele o rejeitou no primeiro momento e pediu que aquilo ficasse muito longe dele. Isso em plena campanha eleitoral! É um exemplo do caráter e da maneira digna como age na vida pública. Infelizmente, não é a prática de outros. Todos sabem do festival de dossiês que passam nas mãos de opositores durante as campanhas eleitorais. Para nós, o entendimento é o de que esse tipo de atitude cheira mal, tem odor fétido e não é proporcional a um conceito de democracia e de ética.